Iaras consome produção do assentamento Nova Vida

Na agrovila vivem 19 famílias que produzem frutas, legumes e frangos.

sex, 13/07/2007 - 15h25 | Do Portal do Governo

 O município de Iaras, na região de Avaré, tem aproximadamente quatro mil habitantes. Há dois anos, o assentamento Nova Vida foi criado, proporcionando a 19 famílias a chance de conquistar a cidadania. Para isso, foi instituída a agrovila, onde as famílias residem em áreas de até três mil metros quadrados, próximas à zona urbana, que pode ter sete e 8 hectaresde plantação, além de mais um hectare de plantação de eucalipto.

Grande parte dos produtos de origem agropecuária consumida em Iaras é fornecida pelos produtores assentados pelo Itesp. Frutas, legumes e frangos, por exemplo, são produzidos em cada lote e vendidos no próprio município, gerando renda e garantindo alimentos frescos e sadios para todos os habitantes, que conhecem a procedência do que consomem.

“Além da feira na praça central, com a venda de hortifrutigranjeiros, os assentados, com o lote, tiram o sustento da terra, gerando renda e, portanto, sem criar o problema do desemprego. Também abastecem a cidade com produtos frescos. Iaras só ganhou com a criação do assentamento. Somos gratos ao trabalho de assistência dada pelo Itesp”, afirma o prefeito municipal, Paulo Sérgio Moraes.

O produtor Celso Luís e sua esposa, Aparecida Pereira, optaram pela plantação de horticultura variada, que inclui alface, ervilha, tomate e berinjela.  “O cultivo de morangos exige cuidado maior, mas é mantido sobre lona especial, para que não entre nenhum bichinho”, afirma Aparecida.

Rosa Damásio aguardou pacientemente seu pedaço de terra. Agora, proprietária de um lote, cultiva as mais variadas espécies. “Tenho de tudo um pouco, mas vendo frango, ganso, pato, ovos… Toda a cidade compra de mim!” Cada frango caipira é vendido a 12 reais, o que garante um bom lucro por mês, afirma Rosa.

Alguns produtores também tiveram a percepção de que o trabalho conjunto resulta em desenvolvimento e se reuniram, formando a Associação de Produtores Rurais para produzir e vender leite. A cada dois dias, sete produtores entregam 120 litros de leite à Cooperativa de Laticínios de Sorocaba (Colaso), vendido a R$ 0,70 o litro, depois de manter o leite no tanque de resfriamento, de uso comunitário, cedido pelo Itesp para uso do assentamento. O resfriador fica no lote 3, de Arnaldo Moreira da Rocha.

Ele cria carneiros, leitões, e tem um tanque para piscicultura: 200 peixes estão em período de engorda, cerca de 100 da espécie pacu e 100 tilápias. 

Durante a visita ao assentamento, Gustavo Ungaro, diretor executivo do Itesp,  ouviu como única solicitação dos moradores ajuda para liberar junto à Caixa Econômica Federal o convênio do Pró-moradia, que destinará recursos para finalizar o acabamento das residências. Ungaro tomou as providências no mesmo dia para agilizar o processo, que está no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

As ações do Itesp em prol de avanços para o assentamento não terminam aí: acaba de ser entregue um poço com vazão de mais de nove mil litros/hora; pelo Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, será construída a rede de distribuição de água para os lotes; concessão de 20 fossas biodigestoras; 2800 metrosde cercas em Áreas de Preservação Permanente  (APP) e, ainda, prevista a aquisição de uma roda d’água.

“Temos  expectativa de que a melhoria na condição sanitária e de distribuição de água, além do exitoso Programa de Microbacias proporcionem ainda mais desenvolvimento para cada uma das 19 famílias que vivem em Nova Vida”, afirma Gustavo Ungaro.

Além disso, toda a comunidade é incentivada a participar de constantes aprendizados. É o caso de Conceição Erli da Silva Lopes e um grupo de 12 mulheres que produzem artesanato feito com renda de Pernambuco, vendidas com exclusividade em grandes feiras, como a da Água Branca, obtendo um complemento de renda. Em agosto, elas estarão na Agrifam, Feira de Agricultura Familiar, no estande especialmente montado pelo Itesp para a comercialização de produtos de seus beneficários.

Os assentados também aguardam a época das chuvas para marcar a 1ª Festa do Milho Verde, um grande evento aberto ao público, com duração de três dias e que promete agitar Iaras e região com todos os derivados do milho e muita animação. Esse é o resultado concreto de uma política pública comprometida com o resgate da cidadania e o envolvimento do município e dos cidadãos na vida do assentamento, em um movimento de integração.

Da Fundação Itesp