Iamspe oferece atendimento exclusivo a portadores de esclerose múltipla

Assistência abrange fornecimento de medicação de alto custo e atendimento de fisiatra e terapeuta ocupacional

qui, 29/03/2007 - 8h13 | Do Portal do Governo

Pesquisa do neurologista brasileiro, Charles Tilbery, constata que de cada cem mil habitantes, 18 são portadores de esclerose múltipla, doença que compromete o sistema nervoso central (cérebro e medula). A anomalia, incurável e de causa desconhecida, atinge principalmente mulheres em fase reprodutiva, na média de idade de 30 anos. Desde 2004, o Núcleo de Assistência à Esclerose Múltipla (Naem) se estruturou e oferece atendimento específico a portadores da doença. O Naem integra o ambulatório de Neurologia Clínica do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).

O núcleo é composto pela neurologista Maria Angela Amaral Lorenti, duas médicas estagiárias e secretária. Os pacientes são atendidos por assistente social, enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicóloga, nutricionista, terapeuta ocupacional, fisiatra, neuro-oftalmologista, urodinâmica, otoneurologista e especialista em moléstias infecciosas. Apesar de alguns médicos serem de outros setores do hospital, recebem encaminhamento do Naem e atendem prontamente os doentes. A assistência é oferecida aos servidores públicos estaduais, aos agregados e aos dependentes.

Sintomas

“A esclerose múltipla inicia-se com processo inflamatório que desencadeia na lesão da mielina – membrana que envolve o axônio (prolongamento do corpo da célula nervosa) dos neurônios”, explica a neurologista Angela. De acordo com a médica, existem possíveis causas para o aparecimento da anomalia, entre as quais o ataque viral, fatores genéticos ou ambientais. A esclerose múltipla é auto-imune, ou seja, o sistema imunológico do organismo ataca o próprio organismo, no caso a mielina.

Os sintomas dependem da localização da lesão. Entre as queixas mais comuns estão a perda de visão, acompanhada de dor, dificuldade de mover os olhos, ausência de coordenação motora, perda ou diminuição de força de membros, paraplegia, distúrbios de sensibilidade e de esfíncteres (o que resulta em incontinência urinária ou fecal). Dor na face é comum entre os jovens.

“Antigamente achava-se que a perda da memória estivesse relacionada à fase avançada da doença, mas, ultimamente, constatamos que esse sintoma é freqüente na etapa inicial”, frisa a doutora Angela. Para o diagnóstico, são necessários exames como ressonância magnética, líquor e potencial evocado visual (para detectar lesão do nervo óptico). “A esclerose múltipla é diagnosticada por exclusão, pois os sintomas são semelhantes aos de outras doenças”, informa.

Trabalho conjunto

O Naem oferece assistência ao paciente  à família. Os doentes atendidos na unidade recebem medicamentos denominados imunomoduladores, que diminuem ou bloqueiam os surtos e a progressão da doença. Atualmente, o Iamspe fornece medicação de alto custo a 40 pacientes.

Um serviço telefônico presta orientações sobre efeitos colaterais de medicamentos e tira dúvidas a respeito do tratamento dos servidores acometidos pela moléstia. “A consulta telefônica resolve muitas questões. Nesses casos, dispensa-se a ida do paciente ao hospital, já que pode ter dificuldade de locomoção”, afirma a enfermeira Maria Helena de Angeles.

A terapeuta ocupacional Luciana Santos Francisco explica que sua tarefa é dar exercícios e orientações ao portador da doença, para que ele consiga adaptar-se ao convívio social e familiar, apesar de suas limitações físicas. A profissional orienta também os familiares quanto a refeição e a locomoção dos doentes na residência, como o uso de copo plástico e retirada de tapetes.

“Temos a sorte de todos os profissionais trabalharem em conjunto. A comunicação facilita o acompanhamento dos casos”, opina Luciana.

“Bons resultados também são obtidos na fisiatria, que retarda a ida do paciente à cadeira de rodas. Quando é necessário que se torne cadeirante, trabalhamos para que consiga se movimentar sem depender dos outros”, explica a fisiatra Maria Inês Lima Benedetti.

A especialista auxilia o doente que perdeu a força nos pés, o que é denominado “pé caído”. Nesse caso, é implantada a órtese na perna para fortalecer o membro. Alguns dos objetivos da fisiatria são desenvolver a coordenação motora e equilíbrio físico, evitar encurtamento e deformidades dos membros e oferecer treinos de marcha (usuários de bengala).

SERVIÇO

O Naem funciona no 1º andar do Prédio dos Ambulatórios do Iamspe, guichê de Neurologia Clínica: Rua Pedro de Toledo, 1.800 – capital

Atendimento: todas as quintas-feiras, das 8 às 12 horas

Serviço telefônico funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 13 horas – Tel. (11) 5088-8730

Viviane Gomes – Da Agência Imprensa Oficial

 

(AM)