Iamspe acolhe servidores da terceira idade

Dança, musculação e oficinas de artesanato são realizadas no PAI

qua, 14/03/2007 - 15h46 | Do Portal do Governo

Jovens senhoras e senhores sentados em cadeiras formam um grande círculo. Ao som de músicas regionais alemãs e inglesas, a assistente social Simone Ferro Pataro orienta o grupo a realizar movimentos físicos. A atividade lúdica, chamada gerontomovimentação, estimula a coordenação motora dos idosos. “Apesar das limitações deles, as ações não são nem muito bruscas nem muito simples”, observa Simone.

Ainda sentada, Simone os convida a participar da dança sênior, de origem alemã. Os exercícios incentivam a movimentação das articulações. “As atividades promovem bem-estar e alegria à equipe e aos participantes. É bom porque vemos o retorno positivo na vida de cada um”, avalia a coordenadora Sandra Maria Silva, do Programa de Atenção ao Idoso (PAI), criado em 2002, nas instalações do Instituto de Assistência ao Servidor Público Estadual (Iamspe).

O PAI atende servidores, aposentados, dependentes e agregados do serviço público estadual com mais de 60 anos. Opção de lazer é o que não falta: oficinas de memória, pintura, inglês, musculação, alongamento, bijuteria, biscuí, tricô, crochê, padaria artesanal, bailes, bingos, bazares e passeios. Além disso, uma vez por semana, é realizada terapia em grupo, com a colaboração de uma psicóloga voluntária.

Movido pela paixão

Alongamento, dança sênior e baile são algumas das atrações que as participantes mais gostam. “Homens são poucos por aqui”, observa a coordenadora. Por mês, em média, 1.2 mil pessoas integram a programação, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

Nesses cinco anos, a ação é impulsionada por doações e recursos obtidos da venda de produtos obtidos na padaria artesanal. A oficina é realizada uma vez por semana e produz pães, bolos e tortas, vendidos aos colaboradores do Iamspe.

O que move o programa é a paixão de funcionários e voluntários. A maioria das atividades é desenvolvida por 13 profissionais voluntários. Além deles, há o apoio de equipe do Iamspe, composta da assistente social, dois funcionários da administração, quatro auxiliares gerais e a coordenadora.

Para “manter a mente viva”, como destaca a coordenadora, os idosos lêem jornais e são incentivados a relatar aos colegas o entendimento do texto. “O maior medo é perder a memória”, revela, ao lembrar que, quando necessário, são encaminhados a consulta médica.

Sandra cita histórias de idosos deprimidos que ingressaram nas ações do PAI e se recuperaram: “Alguns pacientes integrados na oficina de pintura não se comunicavam, choravam bastante e pintavam quadros com cores negativas e escuras, como marrom”. No decorrer das aulas, a artista plástica voluntária Mariza de Freitas inspira os alunos a conviver com a perda e a morte dos familiares, algumas das causas de aflição. “Hoje, os desenhos são bonitos, pois superaram a tristeza. Nas telas, exprimem vontade de viver”, conta Sandra.

Necessidade de doações

No PAI, datas como carnaval, festas juninas e dia dos avôs são motivos de sobra para realizar eventos e espantar a baixa auto-estima. Quinzenalmente são organizadas palestras educativas, com entrada franca, para os idosos e a comunidade.

Há quatro anos, quando o professor voluntário de Educação Física Alex Ferreira da Silva decidiu colaborar com o programa, pesquisou as principais necessidades dos velhinhos. Verificou que eles precisam de alongamento, exercícios de resistência e atividades cardiovasculares.

Ao decidir montar uma pequena academia de musculação, recebeu doação de equipamentos. “Apesar dos aparelhos não serem os ideais para os alunos da terceira idade, adaptamos e tentamos suprir suas necessidades com os outros exercícios físicos”, diz Silva. Para funcionar plenamente, a academia precisa de doações de aparelhos de musculação com estrutura específica para os mais velhos.

Ainda assim, o professor relaciona alguns benefícios da atividade física. Antes, os idosos caíam com freqüência, tinham dificuldade de amarrar o tênis, não conseguiam pentear o cabelo e cortar a unhas. “Hoje, a melhora é visível, porque os exercícios físicos estimulam a mobilidade das articulações. As idas ao geriatra por queixa de saúde diminuíram bastante”, relata.

Solidariedade

A assistente social Simone deverá reiniciar neste mês o grupo de família, reunião semanal para debater e orientar os parentes sobre aspectos do envelhecimento. A profissional realiza também oficina de contar história, na qual as experiências dos participantes são relembradas: “É uma oportunidade para eliminarem a angústia e expressarem solidariedade, companheirismo e outros sentimentos”. De acordo com Simone, “tudo o que fazemos aqui é propor alternativas, diferentes de permanecer em casa, à pessoa da terceira idade”.

“Sempre tive vontade de aprender a pintar, mas é caro”, observa Iva Galvão Navarro, de 78 anos. Além da oficina de pintura, ela participa da musculação. “Quando iniciei o alongamento, não conseguia virar o pescoço do lado esquerdo e tinha dores de coluna. Tudo melhorou 100%”, conta, ao relatar que no PAI faz muitas amizades. Quando pode, permanece no espaço o dia todo, porque lhe faz muito bem.

SERVIÇO

PAI do Iamspe: Rua Pedro de Toledo, 1.800 – 1o andar

do Prédio dos Ambulatórios (corredor de vidro)

Telefone (11) 5088-8605

Viviane Gomes – Da Agência Imprensa Oficial

 

(AM)