Hospital Estadual Bauru faz campanha para detectar hepatite B e C

Médicos especialistas e funcionários do hospital estarão no estacionamento da instituição para aplicar testes gratuitos

dom, 11/04/2010 - 17h00 | Do Portal do Governo

A partir desta segunda-feira, 12, o Hospital Estadual Bauru promove a 3ª Campanha de Diagnóstico de Hepatite por Vírus B e C. O evento vai até sábado, 17. A ação acontece das 8 às 17 horas, de segunda a sexta-feira, e das 8 às 12 horas no sábado.

Durante toda a semana, médicos especialistas e funcionários do HEB estarão no estacionamento da instituição à disposição de pacientes e público em geral para aplicar testes gratuitos. Inicialmente é feita uma triagem por meio de um questionário que ajudará a identificar quem possui fatores de risco. As questões dizem respeito ao comportamento e contato com agentes transmissores da hepatite B e C. Quem recebeu transfusão de sangue antes de 1993, trabalhadores da saúde, usuários de drogas e profissionais do sexo, por exemplo, fazem parte desses grupos.

Cerca de três mil kits, fornecidos por laboratório especializado, estarão à disposição dos interessados em fazer os testes. Os testes são semelhantes ao de controle de diabetes: uma gota de sangue colhida da ponta do dedo é depositada em uma fita de exame. O resultado é obtido em alguns minutos.

Em caso positivo, os pacientes serão encaminhados ao ambulatório de hepatites virais do HEB para confirmação do diagnóstico por meio de exames mais específicos. O ambulatório funciona desde maio de 2008 oferecendo atendimento multiprofissional gratuito aos portadores de hepatites crônicas.

A equipe é composta por médicos, enfermeiros, psicóloga, nutricionista e assistente social. No ano passado, o trabalho desta equipe foi reconhecido com o segundo lugar na categoria “atendimento ao cidadão” do Prêmio Ideia Saudável, promovido pela Secretaria da Saúde de São Paulo.

O HEB, que é administrado pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e Famesp (Fundação para o desenvolvimento Médico e Hospitalar). A segunda edição da campanha foi realizada na Praça Rui Barbosa e mais de 2.200 pessoas foram entrevistadas. Destas, 408 fizeram o teste já que apresentaram seis ou mais fatores de risco. A doença foi detectada em 4,51% delas (30 pessoas) que receberam tratamento no ambulatório de hepatites do HEB.

Hepatite

Existem vários tipos de hepatites, todas causadas por vírus. Boa parte dos portadores de hepatite B e C só descobrem a doença quando ela já está em fase avançada. A hepatite é considerada um mal silencioso que compromete o funcionamento do fígado levando a pessoa a ter cirrose hepática até a perda total de sua função. Em alguns casos pode evoluir até mesmo para câncer.

A hepatite do tipo A se apresenta sempre de forma aguda e é identificada mais facilmente por causa dos sintomas: mal estar geral, aparência amarelada da pele e dos olhos, náuseas e falta de apetite. A cura acontece espontaneamente, geralmente, sem necessidade de medicação.

Já as hepatites dos tipos B e C também se manifestam de forma aguda, porém suas características podem levar a um quadro de infecção crônica. Após alguns anos a maioria dos portadores vai desenvolver cirrose com perda da função do fígado. Somente nesta fase aparecem os sintomas que tornam a doença mais evidente: inchaço do corpo com retenção de líquido na barriga, tom amarelado da pele, sonolência e até confusão mental. Em casos mais avançados ocorrem vômitos com sangue (hemorragia digestiva).

A prevenção existe somente para a hepatite B. A vacina é oferecida gratuitamente pelo sistema público de saúde no calendário vacinal do Estado de São Paulo, porém a muitos adultos maiores de 20 anos ainda não foram imunizados.

Transmissão 

As hepatites são transmitidas por vírus, mas a contaminação ocorre de forma diferenciada. A hepatite A é adquirida pela ingestão de alimentos e água contaminados por fezes humanas. No caso das hepatites B e C a transmissão se dá principalmente pelo contato com sangue, secreções ou relação sexual com pessoas portadoras da doença.

Os profissionais da área da saúde, sobretudo os dentistas, médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem estão mais expostos aos riscos de contaminação. Pessoas que compartilham seringas ou possuem vários parceiros sexuais formam um grande grupo de risco.

Outro grupo específico inclui pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993. Até aquela época não existia no Brasil o exame que identificava o vírus da hepatite C no sangue do doador.

Atualmente, os hemonúcleos fazem o exame em todos os doadores de sangue. Os casos positivos são encaminhados para tratamento em centros especializados.

Do Hospital Estadual de Bauru