Hospital especializado da Unesp cuida de animais silvestres resgatados e apreendidos

Animais resgatados de cativeiro, apreendidos ou feridos nas estradas serão tratados em unidade de Araçatuba

qua, 29/06/2011 - 20h00 | Do Portal do Governo

Maritaca, papagaio, gavião, cachorro-do-mato, tamanduá, macaco e outros animais silvestres resgatados ou apreendidos pelos órgãos fiscalizadores e aqueles mantidos em cativeiro irregular terão tratamento especial no Centro de Recuperação e Triagem de Animais Silvestres (Ceretas). Com capacidade para 500 atendimentos por ano, a unidade foi inaugurada no início de junho e receberá espécies encontradas num raio de 400 quilômetros de Araçatuba, na região noroeste paulista.

O idealizador do projeto é o professor Sérgio Diniz Garcia, da Faculdade de Veterinária da Unesp de Araçatuba. Ele conta que até então a assistência ocorria numa clínica de animais silvestres do Hospital Luiz Quintiliano de Oliveira, da Unesp Araçatuba. No entanto, o professor informa que nos últimos anos houve aumento de demanda de animais silvestres atendidos. Depois de sofrerem maus-tratos ou serem atropelados nas estradas da região, eles foram apreendidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Ibama, ou pela Polícia Ambiental.

Garcia calculou que seriam necessários R$ 800 mil para erguer um hospital totalmente adaptado. Com o apoio da Polícia Ambiental do Estado de São Paulo e do Ibama, a Unesp de Araçatuba doou área de 680 metros quadrados e a União dos Produtores de Bioenergia (Udop) ofereceu R$ 800 mil para a construção do Ceretas.

Selo verde

O local oferece centro cirúrgico, laboratório clínico, UTI, berçário, Raios X, salas de paramentação, esterilização e necropsia, farmácia, quarentenário (abriga animal doente que precisa de isolamento), cozinha e recepção. “Não há unidade desse porte no Estado”, garante o professor Garcia.

Pedro Felício Estrada Bernabé, diretor da Faculdade de Odontologia e Medicina Veterinária da Unesp de Araçatuba, informa que a etapa atual é a captação de empresas privadas dispostas a doar recursos financeiros, empregados na aquisição de equipamentos para os setores mencionados e mobiliário da unidade.

O professor Diniz calcula que R$ 500 mil são suficientes para essas finalidades. Sua expectativa é que o Ceretas comece a funcionar até o final do ano. A Unesp de Araçatuba também oferecerá recursos como água, luz, telefone e professores para gerenciar a unidade e atender casos especiais.

Para triar, tratar e identificar 500 animais silvestres por ano, o centro precisará de um biólogo, um veterinário, um secretário e dois auxiliares gerais. Medicamentos, alimentação e contratação do pessoal exigirão gastos com manutenção mensal. Por isso, Garcia explica que todas as instituições que colaborarem mensalmente ganharão o selo empresa amiga da fauna com logotipo do tamanduá-bandeira: “As instituições voluntárias, doadoras de no mínimo R$ 500 por mês, receberão o selo, terão abatimento no imposto de renda e certificação de qualidade ISO1400”. O projeto do selo verde, criado pela União dos Produtores de Bionergia (Udop), ficará pronto em poucos meses.

Banco genético

Entre os equipamentos necessários no Ceretas, o diretor Bernabé ressalta o tomógrafo e os aparelhos para criar banco de genética, que estudará a reprodução dos animais, muitos deles em extinção. Informa, também, que alunos de veterinária e odontologia veterinária da graduação e pós-graduação da Unesp de Araçatuba utilizarão a unidade para estudos da disciplina Patologia e Clínica de Animais Silvestres.

Da Agência Imprensa Oficial