Hospital do Estado abre as portas para almoço de Páscoa na zona Leste

O objetivo: um almoço de confraternização em comemoração a Páscoa

sáb, 07/04/2007 - 17h14 | Do Portal do Governo

Os funcionários do Hospital Estadual do Itaim Paulista acordaram cedo na manhã deste sábado, dia 7, para um gesto diferente. Ao invés de atender pacientes, eles abriram as portas da unidade para receber moradores da favela do Tijuco Preto, na zona leste na Capital. O objetivo: um almoço de confraternização em comemoração da Páscoa.

No prato: risoto de camarão, alface, maionese e filé de merlusa. Como sobremesa um pudim de leite condensado e no final, muitos ovos de Páscoa. O cardápio acima foi suficiente para preencher o rosto com sorrisos de adultos, crianças e, sobretudo, dos enfermeiros, médicos, faxineiros, e diretores do hospital.

Os números do almoço impressionam: cerca de 120 quilos de peixe, dez quilos de camarão, 50 quilos de arroz e 500 litros de limonada para mais de 800 pessoas da comunidade. “Nosso papel é cada vez mais estar integrado com esses moradores. Essa é uma política de humanização do atendimento”, argumenta Carlos Alberto Ferreira, diretor do Hospital e um dos encarregados em formar a fila indiana que se arrastava pela quadra poliesportiva.

Para ele, a tarefa de organizar a confraternização é encarada um momento de descontração. “Faz muito bem pra todos aqui. É uma atividade que procuramos manter em datas especiais”, resgata Ferreira, que pelo terceiro ano consecutivo deixa os filhos em casa no Sábado de Aleluia para se dedicar ao voluntariado.

Poucos metros dali, a ajudante geral Ilza Souza dos Santos, mãe de cinco filhos, aguarda ansiosamente sua vez de receber o prato. E ela não está só. Carrega o caçula de um ano e meio no colo e protege os outros quatro filhos do empurra-empurra, natural nos minutos que antecedem a distribuição. “Eu pretendia fazer um macarrão hoje, mas como sei que meus filhos gostam de chocolate mudei de idéia”, conta Ilza.

Vizinha da ajudante geral, a costureira Jurandir Rosa de Lima recorda que há pouco mais de dois anos esteve no Hospital Estadual onde passou por cirurgia no estômago. Desta vez, o motivo que a levou até ali é bem mais prazeroso. “Trouxe meus três netos para comer peixe. Dizem que faz muito bem para a memória”, sugere a costureira.

Já o corintiano Victor Bruno de Oliveira, estudante da 4ª série, justifica o porquê de ter caminhado aproximadamente 700 metros da sua casa até o hospital. “Eu adoro chocolate e por isso insisti para minha mãe me trazer”, confirma Oliveira. Assim como Victor, o estudante da 2ª série Everton Moreira Bezerra, também foi atrás do ovo de Páscoa. A diferença entre eles está no horário de chegada ao local. “Acordei às sete da manhã e vim correndo”, confessa o garoto, um dos primeiros da fila dos chocolates.

De acordo com a Associação de Funcionários do Hospital, pelo menos 400 ovos de páscoa foram distribuídos após o almoço. A previsão é que um novo encontro seja promovido em outubro, no Dia das Crianças. “É um gesto que não tem como descrevermos. Os olhares destas crianças dizem tudo”, finaliza o diretor Carlos Alberto.

Cleber Mata