O dia 29 de outubro foi instituído como Dia Mundial de Combate a Psoríase. Como a moléstia é pouco conhecida e os doentes ainda são vítimas de preconceito, o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo promove a quarta edição da Campanha de Conscientização da Psoríase. O evento será realizado nesta quinta-feira, 29, das 9 às 12 horas, no Prédio dos Ambulatórios.
A psoríase é uma doença de pele de caráter crônico, mas não contagioso. Caracteriza-se por lesões avermelhadas recobertas por escamas secas e esbranquiçadas que se manifestam principalmente nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e tronco. Essa é a forma mais comum da doença e responde por 80% dos casos. Há três outros tipos da doença, menos frequentes: a psoríase pustulosa (apresenta manchas com “bolas de pus”), a eritrodérmica (escamas vermelhas no corpo todo) e a artrite psoriásica (inchaço e dor nas articulações).
“Se não procurar o médico assim que aparecerem as primeiras manchas avermelhadas, elas podem espalhar-se por todo o corpo”, alerta o dermatologista Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório da Psoríase do HC. A avaliação da doença é simples e só depende de diagnóstico clínico. É rara a necessidade de outros exames. “Ainda existe muito preconceito. Algumas pessoas, pouco esclarecidas, não dão a mão ao doente e nem se sentam no mesmo banco, por receio de contrair o problema de saúde. Não há nenhum risco porque a doença não é contagiosa”, afirma o dermatologista
Sol e estresse
Nas três horas da campanha, o público assistirá a vídeos com informações sobre a moléstia. Quinze médicos do ambulatório distribuirão material educativo e esclarecerão as principais dúvidas do público. Romiti adverte que não será possível fazer diagnósticos, apenas encaminhamento aos postos de saúde. Ele conta que na edição passada, a campanha recebeu cerca de 1.000 pessoas. Agora, a meta é superar esse número.
A doença é multifatorial com predisposição genética, emocional (situações geradoras de tensão e estresse). Pode ainda surgir após alguma infecção, como amigdalite ou faringite. Atinge 2% da população mundial, independentemente do sexo, principalmente entre 20 e 40 anos de idade.
Dependendo do caso, o médico recomenda pomada, anti-inflamatório ou medicamento oral, disponíveis na rede pública. Diferentemente de outros problemas de pele, a exposição moderada ao sol natural e hidratação da pele contribuem para o controle dos sintomas. Outra alternativa, de acordo com o caso, é a fototerapia (tratamento com luz artificial). Ele diz que as manchas avermelhadas desaparecem com o passar do tempo, no entanto, dependendo de certos fatores, a doença pode manifestar-se outras vezes.
A resposta ao tratamento varia de um paciente a outro e o componente emocional não deve ser menosprezado. Uma vida saudável, livre de estresse, colabora para a melhora.
A campanha é resultado da parceria entre a Clínica de Dermatologia do HC da FMUSP e a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Cinquenta unidades de saúde do Brasil integram a iniciativa, adaptada conforme as necessidades locais. Veja a relação dos hospitais participantes no site www.sbd.org.br e clique no link público geral/dia mundial da psoríase.
Serviço
4ª Campanha de Conscientização da Psoríase
Data: quinta-feira, 29, das 9 às 12 horas
Prédio dos Ambulatórios do HC – Av. Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, 155 – próximo à Estação Clínicas do Metrô
Da Agência Imprensa Oficial
