Hospitais estaduais aprendem a controlar a dor de pacientes

Grupo de Controle da Dor do HC faz capacitação inédita no País; desafio é disseminar o conhecimento por toda a rede estadual

qua, 27/05/2009 - 17h00 | Do Portal do Governo

O Grupo de Dor do Hospital das Clínicas (HC) inicia, ainda este mês, um treinamento sobre controle e avaliação da dor para equipe do Hospital Estadual Pérola Byington, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Instituto de Infectologia Emílio Ribas. 

No treinamento, o grupo explica ao enfermeiro que deve verificar, além da temperatura, pressão, frequência cardíaca e respiração do paciente, a intensidade da dor, considerada quinto sinal vital. A enfermaria faz perguntas para avaliar a escala da dor, que varia de 0 a 10. O resultado é anotado no prontuário do doente para que o médico e demais profissionais da saúde, como psicólogo e fisioterapeuta, tratem a dor com medida terapêutica apropriada e evitem o sofrimento do paciente.

O médico e coordenador do Grupo de Controle da Dor da Divisão de Anestesia do HC, Irimar Posso, diz que na Europa e em países norte-americanos, em instituições de saúde que se destacam pela qualidade, o trabalho dos grupos de controle da dor são comuns.

No HC da Faculdade de Medicina da USP, o Grupo de Controle da Dor da Divisão de Anestesia acompanha e orienta o trabalho de toda a enfermagem do HC há 20 anos. As enfermarias realizam cerca de 750 atendimentos mensais aos internados e outros 250 aos que passam por consulta ambulatorial.

O coordenador informa que a capacitação de outras instituições sobre controle da dor é inédita no País. Ele explica que, no Estado de São Paulo, muitos hospitais das clínicas ligados a faculdades públicas se preocupam com o tratamento da dor. O desafio é disseminar o conhecimento entre todos os hospitais estaduais.

A ideia é criar Grupos da Dor nesses locais e convidar a equipe multiprofissional para estagiar nas enfermarias do HC. Quem participar do curso receberá o manual para implantação da dor como quinto sinal vital e multiplicará os conhecimentos para atingir todos os profissionais da unidade.

Outra recomendação é que esse profissional saiba receitar, com precisão, o medicamento ou a técnica para cada caso. Analgésico, massagem e calor humano são tão importantes como repouso e acupuntura. Em outros casos, a pessoa só precisa de boa conversa e atenção.