HCor finaliza 1º fase da pílula que reunirá 4 medicamentos no controle de doenças cardiovasculares

As vantagens do produto são a adesão ao tratamento e custo muito inferior ao valor dos quatro medicamentos somados

ter, 05/07/2011 - 18h00 | Do Portal do Governo

Pesquisadores do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital do Coração (HCor) acabam de finalizar, com pesquisadores de seis países, a fase inicial de um estudo que pretende reunir, em uma única pílula, quatro medicamentos para prevenir doenças cardiovasculares, a principal causa de mortes no mundo.

A polipílula tem como principal objetivo prevenir problemas de risco cardiovascular moderado, reduzir a pressão arterial e controlar o colesterol. Ela combina em um único comprimido os compostos da aspirina (que previne entupimento dos vasos sanguíneos do coração) em baixa dosagem, a sinvastatina (controlador de colesterol) e de dois medicamentos para controle da pressão arterial – lisinopril e hidroclotiazida (ou betabloqueador).

As vantagens dessa polipílula para pacientes predispostos a problemas cardiológicos são a adesão ao tratamento (visto que é necessária uma única dose por dia e, portanto, facilita a vida dos pacientes) e custo muito inferior ao valor dos quatro medicamentos somados. “Na primeira fase, iniciada em 2006, em sete países 400 pacientes com risco médio de infarto ou derrame tomaram uma pílula por dia durante quase cinco meses.

Em todos esses países constatou-se redução de 60% no risco de a pessoa sofrer um derrame ou infarto no futuro, além da redução na pressão arterial e no colesterol. O passo mais importante virá agora, com uma pesquisa de larga escala envolvendo maior número de pacientes e vários centros”, explica o médico Otávio Berwanger, que comanda o trabalho no Brasil.

AVC e infarto

Neste semestre começa a segunda fase da pesquisa com pacientes mais graves que já tiveram AVC e infarto. A segunda etapa contempla vários estudos, com protocolos semelhantes e conduzidos simultaneamente em vários países (colaboração Space). No Brasil, o estudo será coordenado pelo IEP-HCor em parceria com o Ministério da Saúde e irá envolver 2 mil pessoas (de 22 hospitais do País), para o teste da eficácia total da polipílula.

Durante um ano e meio, 8 mil pessoas em quatro estudos diferentes, que tiveram infarto ou derrame, vão tomar o medicamento. Depois dessa nova pesquisa é que será definida a eficácia da pílula em larga escala. A prioridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi desenvolver um único comprimido para as doenças cardiovasculares com baixo custo e adesão pelos pacientes. Na primeira fase do estudo tivemos resultados significativos como, por exemplo, a diminuição do risco de AVC nesses pacientes que se beneficiaram da polipílula e cerca de 90% de adesão. Agora, com a segunda fase da pesquisa, esperamos ter ótimos resultados com os pacientes que sofreram infarto e tiveram AVC, para terem uma melhor qualidade de vida, informa Berwanger.

O HCor é o único hospital representante do Brasil no projeto. Berwanger integra o Comitê Diretivo do Estudo e é um dos responsáveis pela concepção da pesquisa, que compõe o conjunto de projetos de filantropia do HCor e é desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde dentro do Programa Hospitais de Excelência a Serviço do SUS.

Da Agência Imprensa Oficial e do HCor