O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP (ICr), ligado à Secretaria de Estado da Saúde, possui um serviço que visa acompanhar e orientar os familiares de crianças atendidas na unidade que não sobreviveram.
O objetivo é diminuir o sofrimento causado pela perda e alertar para a importância dos próprios parentes cuidarem da saúde e dos outros familiares.O serviço conta com uma equipe multidisciplinar que está preparada para oferecer apoio psicológico a pais, mães e irmãos da criança no processo da doença e no pós-óbito.
Por mês, cerca de 70 crianças são atendidas na Unidade de Dor e Cuidados Paliativos do Instituto da Criança, que conta com médicos, nutricionistas, psicólogos, farmacêutico, fisioterapeuta, enfermeiras e dentista.
Atualmente os profissionais do ICr, já acompanham duas famílias que perderam seus filhos. Além de apoio psicológico, oferecem orientações sobre a saúde física e mental dos parentes, especialmente do cuidador, que ficou ao lado da criança durante todo o período de internação.
O próximo passo é realizar visitas domiciliares.“Há muito, ainda, para ser desenvolvido. A dor gerada pela morte de um filho inclui a frustração em torno das várias expectativas que o familiar tinha em relação à criança. É o fim de um sonho. Entendemos que nesse momento é fundamental haver apoio do serviço de saúde, até para evitar que as pessoas adoeçam ou desenvolvam problemas psiquiátricos como depressão profunda”, afirma a médica Silvia Maria de Macedo Barbosa, coordenadora do serviço.
O serviço de cuidados paliativos do Instituto da Criança do HC existe desde 1999, oferecendo atendimento especializado a crianças com doenças graves e àquelas que apresentam progressão de doença por não responderem mais ao tratamento médico; ou por ausência de novas tecnologias, ou devido a condições limitantes de vida. São, principalmente, vítimas de doenças cardiovasculares, câncer e problemas neurológicos.
O atendimento envolve um conjunto de ações que vão desde o alívio dos sintomas produzidos pela doença na criança, até o planejamento de cuidados para os últimos dias de vida, sempre englobando os aspectos físicos, emocionais, sociais e até mesmo espirituais.“É um trabalho delicado, que tenta reduzir o sofrimento de crianças, boa parte sem chance de cura, envolvendo nesse processo, o binômio: doente-família e os profissionais da saúde”, conclui Silvia.
Da Secretaria da Saúde