HC testa nova tecnologia de diagnóstico em doenças no tórax

Técnica aplicada no Instituto do Coração (Incor) permite estudar tumores e alterações de órgãos e tecidos do tórax sem necessidade de cirurgia exploratória

qui, 18/06/2009 - 19h30 | Do Portal do Governo

O Instituto do Coração (Incor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) inicia nesta semana estudo de introdução de uma nova tecnologia de diagnóstico em doenças localizadas no tórax no País.

A técnica, denominada de ultrassonografia endobrônquica (Ebus – Endobronquial Ultrasound), é capaz de evitar cirurgias exploratórias, utilizadas no diagnóstico de doenças do pulmão, sistema linfático e demais estruturas da região. “O método reduz riscos humanos e custos hospitalares de um procedimento cirúrgico”, diz o cirurgião torácico do Incor, Dr. Miguel Tedde. 

Nesta sexta-feira, 19, o Dr. Armin Ernst, especialista em pneumologia intervencionista e médico da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, fará uma demonstração da técnica a médicos brasileiros, ao lado de especialistas do Incor.

Segundo a diretora do Serviço de Endoscopia Respiratória do Incor, Dra. Viviane Figueiredo, os resultados da aplicação da tecnologia nos Estados Unidos e na Europa, mostram que a Ebus é um exame rápido e menos invasivo; portanto, com número menor de complicações decorrentes do procedimento.

A nova técnica traz uma inovação que nenhum outro exame de diagnóstico por imagem possui: a de propiciar a coleta de material biológico para biópsia da doença sem a necessidade de abrir o tórax.  A punção com a agulha, nesse caso, é guiada pela própria imagem do ultrassom.

Segundo a médica, essa é uma grande evolução, pois resulta em maior precisão e segurança comparativamente à biópsia “às cegas”, comumente realizada apenas com imagem de tomografia prévia. Ao permitir a realização de biópsias dos gânglios, a Ebus pode também substituir procedimentos cirúrgicos comumente empregados nos casos de câncer de pulmão, para diagnóstico e estudo da evolução da doença.

Essa conjunção dá a capacidade de o equipamento gerar imagens de estruturas adjacentes às vias aéreas, que é por onde a cânula é introduzida no corpo. “É essa condição que propicia ao Ebus guiar punções para biópsia”, explica Dr. Tedde.

Aplicação 

O Ebus é utilizado com ótimos resultados no diagnóstico de diversos tipos de cânceres que afetam a região – como, por exemplo, o de pulmão. Estima-se que surjam por ano no Brasil cerca de 20.000 novos casos de câncer de pulmão – 7.000 deles apenas em São Paulo. Aproximadamente 20% deles teriam indicação de fazer o exame ao invés de cirurgia exploratória.

O exame tem duração de aproximada de 40 minutos e é realizada em paciente sob sedação, em sistema ambulatorial. O acesso do equipamento ao corpo ocorre pela vias aéreas: boca, garganta e traquéia.