Cerca de 80 jovens portadores de paralisia cerebral disputarão provas de revezamento, futebol de salão, handebol, arremesso e queimada nesta quinta-feira, 3, na quadra poliesportiva da Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (AAAOC). Os Jogos Anuais de Terapia Esportiva, promovidos pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria da Saúde, marcam o encerramento das atividades de terapia esportiva realizadas durante todo o ano com pacientes do grupo de paralisia cerebral do hospital.
A reinserção social por meio do esporte é o principal objetivo das atividades de terapia esportiva do grupo. Uma equipe multiprofissional se utiliza de diversas modalidades do esporte para estimular as funções do aparelho locomotor desses pacientes, auxiliando-os no processo de reabilitação global e desenvolvimento de sua sociabilização. Paralelamente aos exercícios, assistentes sociais e fisioterapeutas realizam reuniões e atividades com as mães e familiares dos pacientes.
De acordo com o coordenador do programa, o ortopedista Arnaldo Hernandez, a atividade esportiva reintegra à sociedade pessoas que sequer saíam de casa. “Os pacientes são motivados a explorar suas potencialidades e ajudar uns aos outros”, diz.
A paralisia cerebral é uma lesão do sistema nervoso central que ocorre antes, durante ou depois do parto – até os seis anos de idade, provocada muitas vezes pela falta de oxigenação no cérebro. Além dos problemas motores, alguns pacientes podem apresentar comprometimentos mentais, auditivos, visuais ou da voz.
A terapia possibilita o aumento da resistência à fadiga, melhora a condição cardio-respiratória, força muscular, flexibilidade, agilidade, coordenação, rapidez, velocidade, equilíbrio, autoconfiança e independência do paciente. O objetivo dos jogos anuais é proporcionar um ambiente motivador, que conduz o paciente a um estágio de maior confiança e a conscientização de seus limites e potencialidades. O resultado é uma melhor qualidade de vida.
Do Hospital das Clínicas
