HC promove orientação gratuita à população sobre doenças auditivas

Médicos mostrarão que situações comuns, como uso de fones para ouvir música, podem trazer graves problemas

qua, 01/09/2010 - 11h00 | Do Portal do Governo

Ruídos acima de 85 decibéis podem ser tolerados pelo ouvido humano por até oito horas seguidas de exposição. Já barulhos superiores a 115 decibéis podem causar lesões auditivas importantes em apenas um minuto. Para alertar sobre as causas da surdez e informar técnicas de prevenção, o Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria da Saúde, realiza nesta quinta-feira, 2, em parceria com a Fundação de Otorrinolaringologia, o “Encontro entre Médicos Otorrinolaringologistas e Pacientes”, no Centro de Convenções Rebouças. A entrada é gratuita e aberta à população.

Palestras sobre surdez, cirurgia da surdez, tosse, rinite, distúrbios do equilíbrio, zumbido e câncer estão na programação. De acordo com a especialista em audição, Mara Gândara, otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas, a situação é alarmante, pois circunstâncias e atitudes consideradas comuns – como o trânsito de grandes avenidas e o uso de fones para ouvir música – podem ultrapassar esses limites.

De acordo com a médica, volumes próximos a 80 decibéis, por exemplo, começam a trazer problemas somente quando suportados por mais de oito horas diárias e após dez anos de exposição. “O uso de um simples protetor auricular pode evitar grande parte dos problemas”, informa, citando, como grupos de risco, pessoas que ficam muito tempo no trânsito, policiais expostos ao estampido de armas de fogo, trabalhadores que usam britadeiras, jovens que freqüentam baladas e pessoas que residem próximas a aeroportos.

Para a especialista, a troca de informações que o encontro promovido pelo HC proporcionará é importante, pois cada vez mais pessoas estão usando novas tecnologias que, quando mal utilizadas, podem acarretar em danos. “Muitos pais estão dando uma surdez ao filho ao presenteá-lo com um Ipod ou um MP3”, alerta, ao explicar que o fone faz com que a música entre pelo condutor auditivo externo e jogue o som alto direto na membrana timpânica, podendo chegar a 120 decibéis sem ter por onde dispersar. “Hoje, são encontrados jovens com lesão na orelha semelhante à de um serralheiro que trabalha há 15 anos sem proteção”, compara.

Em recente medição de sons nas ruas de São Paulo, a médica verificou que em grandes avenidas, como, por exemplo, a Teodoro Sampaio, os ruídos de ônibus chegam a 116 decibéis na subida. “O som se dispersa pelo ar, mas quando o indivíduo se expõe continuamente a essa situação pode ocorrer lesão”, observa.

A erda auditiva afeta também o lado psicológico. O fato de não ouvir bem deixa a pessoa mais irritada, o seu poder de concentração diminui e os relacionamentos são afetados. “Elas passam a aumentar muito o volume da televisão e do rádio, pedem para os outros repetirem exaustivamente o que disseram e, finalmente, mudam os seus hábitos, tornando-se muito introspectivas”.

Serviço
II Encontro entre Médicos Otorrinolaringologistas e Pacientes
Data: quinta-feira, 2
Horário: das 8 às 17 horas
Local: Auditório Amarelo – Centro Convenções Rebouças – Avenida Doutor Enéas Carvalho de Aguiar, 23, Cerqueira César – São Paulo/SP
Inscrições gratuitas: podem ser feitas pelo site www.forl.org.br ou pelo telefone: (11) 3068-9855

Da Secretaria da Saúde