HC dobra capacidade de exames a pessoas com epilepsia

O exame é fundamental para os diagnósticos cirúrgicos e evolução dos casos

qua, 04/06/2008 - 10h47 | Do Portal do Governo

A Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP duplicou a capacidade de atendimento da unidade de videoeletroencefalografia, para a realização de exames sobre os aspectos relacionados à epilepsia. De 120 exames/ano, a unidade passará, agora, a 240. O acréscimo de 100% deve-se à compra de equipamentos de ponta e à reestruturação das instalações, explica o neurologista Luiz Henrique Martins Castro. O exame é fundamental para os diagnósticos cirúrgicos e evolução dos casos, além de comprovar se o paciente previamente diagnosticado é acometido por crises epiléticas ou de origem emocional.

Um dos aparelhos de monitorização de Vídeo-EEG é capaz de registrar 128 pontos do cérebro – avaliação bem detalhada das anomalias neurológicas. Com essa abrangência, há a expectativa de que o atendimento beneficie maior número de pacientes. Hoje, a divisão atende 3 mil, entre adultos e crianças, e 20 das demais unidades da rede estadual de saúde, mensalmente, para a realização dos exames. A epilepsia acomete aproximadamente 1% da população mundial. Em São Paulo, estima-se que 300 mil pessoas sejam portadoras do mal. A maioria controla as perturbações do sistema nervoso autônomo por meio de medicamentos.Mais sensível – Para a realização do exame de Vídeo-EEG, o paciente é internado e tem a medicação (drogas antiepilépticas) suspensa temporariamente. Durante quatro a sete dias é monitorado por uma câmara, a qual registra sua imagem sincronizada ao eletroencefalograma. Os eletrodos, acoplados à cabeça do paciente, acompanham durante todo o tempo a atividade cerebral. Os picos de atividade elétrica dos neurônios são registrados quando se trata de crise epiléptica.

O registro espontâneo da atividade elétrica cerebral é obtido em três estados: com o paciente acordado, sonolento e dormindo. Em todos os casos, o equipamento é mais sensível na detecção das anormalidades. Os pacientes com crises de origem emocional são encaminhados para tratamento psicológico no próprio Hospital das Clínicas. Para os portadores do mal é indicada a cirurgia ou o tratamento medicamentoso. Em média, a Divisão de Clínica Neurológica realiza duas cirurgias por semana.

Do Instituto Central do HC