GV: 80% dos alunos ficam o dia inteiro na escola

Neste ano, a Fundação avançou para a segunda colocação (63,92)

sex, 02/03/2007 - 13h40 | Do Portal do Governo

A ETE Getúlio Vargas, ou simplesmente GV, como é conhecida, localiza-se no Ipiranga, zona sul. No levantamento do Enen do ano passado, a escola ficou em 4º lugar entre as escolas públicas da capital (63,81 pontos). Neste ano, avançou para a segunda colocação (63,92) e conquistou também o 12º lugar na classificação geral do Estado.

Além do ensino médio, oferece 12 cursos técnicos (veja relação na tabela abaixo). “Todos os cursos são muito procurados. A média de concorrência é de cinco candidatos por vaga”, informa o diretor Pedro Celestino.  Trinta por cento dos alunos aprovados no vestibulinho vieram de escola pública.

Química é o curso mais procurado. No vestibulinho para o primeiro semestre de 2007, a demanda foi de 7,98 candidatos/vagas para o período noturno e 8,00 candidatos/vagas para a tarde. Mais de 80% dos alunos da GV ficam o dia inteiro na escola, pois estudam o regular e o técnico simultaneamente.

A GV possui setor de estágios com mais de 300 empresas de diversas áreas cadastradas. Segundo o diretor, Química, Mecatrônica, Nutrição, Eletrotécnica são exemplos de áreas com bastante demanda de estágios.

Celestino diz que os docentes estão sempre preocupados em melhorar a qualidade das aulas e o desempenho dos alunos. Dos 198 professores da instituição, um tem doutorado; 22, mestrado; e 93, pós-graduação (especialização).

Água e lixo – Na disciplina Física e Intervenções Ambientais, o professor Francisco Batista de Moura afirma que há sete anos aplica metodologia de ensino diferenciada, que se baseia no Manual de Educação para o Consumo Sustentável. O material é elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente e Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor: “O manual é empregado até em escolas chilenas e caribenhas”, elogia.

Na matéria Intervenções Ambientais, do terceiro ano do ensino médio, Moura sugere que os alunos se reúnam em grupos para que cada equipe estude um dos seguintes temas: energias hidrelétrica, termelétrica, nuclear, solar, eólica e biomassa. Após a pesquisa, cada turma faz o seu seminário.

No segundo bimestre, em formatos semelhantes, é discutida a preservação da água. No próximo período, o professor incentiva a reflexão sobre o lixo e a coleta seletiva. No último bimestre do ano, o tema é transporte e poluição.

“Estimulo a pesquisa em fontes como jornais e Internet. Eles preparam todo o conteúdo e até aprendo com os alunos”, destaca Moura. Ele disse que os alunos adquirem conhecimentos, registram bons resultados no Enem e são aprovados em faculdades públicas.

Ler na favela –A GV participa regularmente da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, concurso nacional realizado pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e pela Agência Espacial Brasileira (AEB). O critério é que participem dez alunos da ETE GV. Como é grande o interesse, a escola aplica prova seletiva aos inscritos para seleção dos dez melhores avaliados.

Participam do concurso escolas públicas e particulares de todo o Brasil. No ano passado, dos dez representantes da GV, dois conquistaram medalha de ouro; outros dois, de prata; e três, de bronze.

Professor Moura defende a importância da discussão dos temas Astronomia e Astronáutica em sala de aula, já que os escolares serão os futuros dirigentes do país: “Mostro a eles que o país detém 80% da tecnologia de construção de satélite e a base de lançamento de satélites no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) em São José dos Campos. O Brasil está caminhando nessa área”.

A diretora-superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá, que administra as ETE’s, explica que os bons resultados são garantidos pelo investimento em infra-estrutura, constante qualificação dos professores e seleção dos ingressantes por vestibulinho.

Para a contratação, os docentes passam por rigorosa seleção, que inclui análise de currículo e habilidade didática. Ela citou a constante atualização dos currículos escolares, que permite aos estudantes atuarem em projetos interdisciplinares e integração da escola com a comunidade. As ETE’s desenvolvem diversos projetos sociais, como aulas de informática para a terceira idade e leitura de livros em favelas. A rádio Bandeirantes premiou uma ETE de Franca pela criação de produtos agrícolas para famílias de assentados.

“Minhas amigas me disseram que a GV é escola de renome e que oferece bom ensino. Informei-me e resolvi prestar o vestibulinho. As aulas estão superando minhas expectativas. Os professores se importam com o aluno. Se tenho dúvidas, por mais que tenham explicado, retomam quantas vezes forem necessárias” – Ana Carolina de Sá Pedroso Medeiros Ferreira, 14 anos, inicia o primeiro ano do ensino médio.

“Prestei o Enem treineiro para ver como é a prova e verificar meus conhecimentos. Tive um desempenho excelente. Com isso, vejo a importância do que aprendo aqui. Não estudei nada para prestar o Enem. Fiz o ensino fundamental em escola pública. Para passar no vestibulinho, estudei uma prova da GV do ano anterior” – Clarissa Carmona, 17 anos, 3º ano do ensino médio.

Da Agência Imprensa Oficial