O grupo Pau Brasil recebe Naná Vasconcelos, em show que faz parte da série Raízes Culturais, no Memorial da América Latina, no dia 21 de junho, com ingresso promocional a R$ 10,00. O virtuosismo do mais internacional dos percussionistas brasileiros ditará o ritmo do encontro com o pianista Nelson Ayres, o baixista Rodolfo Stroeter, o baterista Ricardo Mosca, o violonista Paulo Belinatti e o saxofonista Teco Cardoso – consagrados músicos do Pau Brasil. A renda será revertida à Campanha do Agasalho 2007.
A magia dos sons e ritmos brasileiros executados com maestria por esse pernambucano conquistou o mundo. Juvenal de Holanda Vasconcelos, Naná, é natural do Recife e, mesmo depois de duas décadas residindo em Paris e Nova Iorque, as influências de sua terra estão em tudo o que faz. Neste show com o Quinteto Pau Brasil isso ficará evidente mais uma vez.
Pode-se dizer que o programa do show é a conjunção de duas escolas da mais autêntica música brasileira. O percussionista nordestino faz aparecer os sons das ruas e terreiros, os ritmos e sonoridades vindos do interior da floresta, casando com a variedade de sons, sopros, zumbidos e batidas que os instrumentistas do Pau Brasil trazem dos nossos matos, capoeiras, rios e cachoeiras.
Dono de uma das mais brilhantes carreiras no mundo da música criativa, Naná Vasconcelos se encontra com o Pau Brasil, num programa musical repleto de surpresas e de improvisações sobre composições já consagradas como as Bachianas Brasileiras 5 de Heitor Villa Lobos, assim como Baixa do Sapateiro de Ary Barrroso.Ainda no programa, composições inéditas de Paulo Bellinati como Carlo’s Dance, de Nelson Ayres como Flor do Mato, e de Rodolfo
Stroeter e Paulo Bellinati como Lá vem a tribo. O concerto ainda conta com a participação especial do tecladista Lelo Nazario, também participante do Pau Brasil em inúmeras formações. A tônica do espetáculo promete um divertido e inusitado encontro entre a magia da percussão brasileira ao lado da mais criativa formação instrumental da música brasileira.”
Concebido pelo maestro, pianista e compositor Nelson Ayres, o projeto Raízes Culturais tem um formato interessante: a cada mês, o grupo Pau Brasil recebe convidados para abordar um tema, época ou movimento musical brasileiro. No mês passado, os convidados foram a cantora carioca Joyce e o compositor, arranjador e interprete Dori Caymmi, que abordaram o Brasil de Dorival Caymmi e Ari Barroso.
Naná no Mundo
Dotado de uma curiosidade intensa, indo da música erudita do brasileiro Villa-Lobos ao roqueiro Jimi Hendrix, Naná aprendeu a tocar praticamente todos os instrumentos de percussão, embora nos anos 60 tenha se especializado no berimbau. Depois das mais variadas experiências musicais, Naná Vasconcelos mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar com Milton Nascimento.
Em 1970 o saxofonista argentino Gato Barbieri convidou-o para juntar-se ao seu grupo. Apresentaram-se em Nova York e Europa, com destaque para o festival de Montreaux, na Suíça, onde o percussionista encantou público e crítica. Ao término da turnê, fixou residência em Paris, França, durante cinco anos, onde gravou o seu primeiro álbum, “Africadeus” (71). No Brasil, Naná gravou o seu segundo disco “Amazonas” (72).
Começou então uma bem sucedida parceria com o pianista e compositor Egberto Gismonti, durante oito anos, que resultou em três álbuns, “Dança das Cabeças”, “Sol do Meio Dia” e “Duas Vozes”. De volta a Nova York formou o grupo “Codona”, com Don Cherri e Colin Walcott, também gravando e fazendo turnê com a banda do guitarrista Pat Metheny. Trabalhando com artistas das mais variadas tendências, Naná Vasconcelos gravou com B.B. King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com o grupo de rock americano Talking Heads, liderado por David Byrne. Em 1986, de volta ao Brasil depois de dez anos, fez turnê recebida com entusiasmo pelo público.
Nessa altura, Naná já havia trabalhado nas trilhas dos filmes “Procura-se Susan Desesperadamente” de Susan Seidelman, estrelado por Rosanna Arquette e Madonna, e “Down By Law” do cultuado diretor Jim Jarmusch, além de “Amazonas” de Mika Kaurismaki.
O trabalho de Naná sempre demonstrou a amplitude do seu talento e nos anos 80 gravou o seu disco “Saudades”, concerto de berimbau e orquestra. Depois, vieram os discos “Bush Dance” e “Rain Dance”, suas experiências com instrumentos eletrônicos. Daí por diante Nana esteve envolvido mais diretamente com o cenário musical brasileiro ao fazer a direção artística do festival Panorama Percussivo Mundial (Percpan), em Salvador e do projeto ABC Musical, além de participações especiais em álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte e Mundo Livre S/A, entre outros.
Em meio a inúmeros lançamentos fora do país, Naná Vasconcelos lançou no Brasil o disco “Contando Estórias” (94) e mais recentemente os discos “Contaminação” e “Minha Lôa”. No final do ano passado lança o trabalho mais recente, “Chegada”, pela gravadora Azul Music. Com raízes pernambucanas, Naná idealizou o projeto ABC das Artes Flor do Mangue, trabalho com crianças carentes. Uma trajetória de vida que esbanja virtuosismo musical e integridade pessoal em tudo que faz e toca (este texto foi originalmente publicado no site www.singularproducoes.com.br, o qual recomendamos a leitura).
Serviço:
Série Raízes Culturais: Grupo Paul Brasil & Naná Vasconcelos
Dia 21 de junho, quinta, 21 horas – O show faz parte da Campanha do Agasalho 2007 Pau Brasil: Nelson Ayres – piano; Rodolfo Stroeter – baixo; Ricardo Mosca – bateria; PauloBelinatti – violão e TecoCardoso – sax e flauta
Local: Auditório Simón Bolívar
Fundação Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 Portões 12 e 15 (estac.)
Ingressos R$ 10,00 (bilheteria: dias 20 e 21 de junho, a partir das 14 horas).
Da Assessoria de Imprensa do Memorial da Améria Latina
(J.H.)
