Grande São Paulo acelera redução de homicídios no Estado

Mortes intencionais caem 31,03% no terceiro trimestre. Crimes contra o patrimônio recuam. Roubos de carga diminuem 19%

seg, 01/11/2010 - 12h00 | Do Portal do Governo

Pela primeira vez na história recente, o número de homicídios em São Paulo fica abaixo de 10 por grupo de 100 mil habitantes durante um trimestre. De julho a setembro, a média de mortes intencionais no Estado ficou em 8,86 por 100 mil habitantes. O número absoluto de assassinatos caiu de 1.078 para 937, na comparação entre o terceiro trimestre de 2009 e o de 2010. A taxa de homicídios acumulada em 2010 já é a menor da história, com 10,17 mortes intencionais/100 mil habitantes.

A redução recorde dos homicídios em São Paulo tem uma tradução em vidas poupadas: 50.941 pessoas deixaram de morrer no Estado, desde 1999, por conta da redução dos padrões de violência. Na capital, foram 26.054 as vidas poupadas. A maior parte desse contingente escapou da morte em período recente. Desde 2007, foram 30.992 as vidas poupadas no Estado e 15.350 na capital.

As novidades constam das Estatísticas da Criminalidade do terceiro trimestre de 2010, divulgadas pela Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (CAP).

A Grande São Paulo deu uma decisiva colaboração para a redução dos homicídios no Estado, destacando-se como uma das regiões de lideraram a diminuição dos assassinatos. O número mortes intencionais caiu 31,03% no terceiro trimestre de 2010, de 290 para 200, na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a setembro, a queda acumulada foi de 16,33%, com 146 casos a menos que o mesmo período de 2009.

Graças à redução da violência na região metropolitana na capital, o Estado alcançou redução recorde de homicídios no terceiro trimestre do ano, com taxas de homicídios abaixo de 10/100 mil: 8,7/100 mil em julho, 9,4/100 mil em agosto e 8,4/100 mil em setembro. Em junho, também foi registrada a taxa de 8,4 homicídios/100 mil em junho, ampliando a tendência de redução das mortes intencionais.

A taxa de homicídios acumulada no Estado em 2010 é de 10,17 mortes intencionais por grupo de 100 mil habitantes/ano. Nos nove primeiros meses do ano, foram registrados 180 homicídios dolosos a menos no Estado: 3.215 este ano, contra 3.395 no mesmo período de 2009.

Isoladamente, o mês de setembro igualou a menor marca da histórica recente: 8,4 homicídios/100 mil habitantes. Houve 296 mortes intencionais, uma redução de 19% em relação mesmo mês em 2009. Em junho de 2010, também foram registrados 296 homicídios dolosos, com taxa de 8,4 mortes intencionais por grupo de 100 mil habitantes.

Desde 2008, São Paulo registra taxas de homicídios na casa de 10 por 100 mil habitantes/ano, equivalente às dos países desenvolvidos. Foram 10,7 mortes intencionais por 100 mil habitantes/ano, em 2008, e 10,9/100 mil/ano, em 2009. O número de homicídios dolosos voltou a ser menor que o de homicídios culposos, como acontece em países plenamente desenvolvidos.

A redução dos homicídios no Estado resulta da retirada de armas ilegais das ruas, do encarceramento de criminosos, da melhoria na gestão policial e dos contínuos investimentos em tecnologia da informação na área de segurança pública.

Este ano, os sistemas inteligentes Registro Digital de Ocorrências (RDO) e Informações Criminais (Infocrim) chegaram a 99% dos municípios de São Paulo. O sistema de radiocomunicação digital equipa as novas viaturas e é utilizado por policiais das maiores cidades de todas as regiões do Estado.

Redução de crimes contra o patrimônio

A maioria dos crimes contra o patrimônio caiu no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Os roubos recuaram 7,8%, com 993 casos a menos. O crime mais temido pela população, o roubo seguido de morte, recuou de 15 para 11 casos de junho a setembro – quatro casos a menos. Os roubos a banco também retrocederam de cinco para apenas dois casos. Os roubos de carga tiveram significativa redução de 19%, de 549 para 443 casos na Grande São Paulo.

O policiamento se tornou mais eficiente na região metropolitana da capital. Houve aumento de 19% das ocorrências de tráfico de drogas, de 992 para 1.777. Elas são consideradas um indicador de produtividade policial, pois dependem totalmente da ação policial.

Nova legislação de estupro

A mudança na conceituação do estupro, que passou a incluir os “atos libidinosos” e “atentados violentos ao pudor” na Lei Federal 12.015, teve grande repercussão nas estatísticas criminais do Estado. Com a nova legislação, o número de estupros cresceu 78,17% no terceiro trimestre de 2010 na Grande São Paulo, em comparação ao mesmo período de 2009, de 284 para 506 casos. A mudança de patamar era esperada pela CAP. Não significa que o número de registros de “conjunções carnais mediante violência ou grave ameaça” tenha, de fato, aumentado, apenas que passou a incluir crimes que tinham outra capitulação.

No ano, criminalidade em queda

As Estatísticas da Criminalidade do 3º trimestre de 2010 consolidaram a queda de todos os crimes contra o patrimônio. O latrocínio – o roubo seguido de morte – caiu 24,49% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram registrados 37 latrocínios, 12 casos menos que nos nove primeiros meses de 2009.

Houve 2.820 furtos a menos, redução de 5,69% em relação ao ano passado. Os roubos tiveram queda de 11,65%, com menos 4.578 casos.

O furto de veículos recuou 9,03%, com menos 1.356 casos em relação ao ano anterior. O número de veículos roubados retrocedeu em 917, em relação aos três primeiros trimestres de 2009. A queda acumulada é de 6,39%.

Desde o ano 2000, roubos e furtos de veículos caíram 25% no Estado, em números absolutos. Neste período, a frota estadual cresceu de 12 milhões para mais de 20 milhões de veículos. A redução da taxa de risco de furto e roubo de veículos no Estado já supera 58%.

As taxas de roubos e furtos de veículos, medidas em relação ao tamanho da frota estadual, também voltaram a cair. O número de veículos roubados caiu de 89 para 84 por 100 mil/ano. Já a quantidade de veículos furtados diminuiu ligeiramente de 135 para 133 por 100 mil/ano.

Os roubos de carga caíram 13,58%. Em números absolutos, foram 203 casos a menos que no ano anterior. Os roubos a bancos foram reduzidos em seis casos, em relação ao ano passado.

Considerado um indicador de atividade policial, o número de ocorrências de tráfico de drogas aumentou 17,10%. Foram 482 casos a mais que nos nove primeiros meses de 2009.

Da Secretaria da Segurança Pública