Governo retira 3,7 milhões de m³ de sedimentos de rios da RMSP

Governador vistoriou obras no leito do Rio Pinheiros, de onde em 2011 foram retirados 450 mil m³

seg, 30/01/2012 - 8h17 | Do Portal do Governo

(Atualizado às 17h15)

O governador Geraldo Alckmin vistoriou nesta segunda-feira, 30, as obras de desassoreamento do Rio Pinheiros, que somente em 2011 retiraram 450 mil m³ de sedimentos de seu leito. Em toda a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), o trabalho de limpeza dos rios e córregos atingiu a marca de 3,7 milhões m³ de sedimentos removidos, um aumento significativo na capacidade de dar vazão às enchentes.

O volume retirado representa 60% da capacidade dos 30 piscinões construídos nos últimos 16 anos. É como se, em menos de um ano, o Estado tivesse acrescentado 20 piscinões ao sistema de combate às enchentes da RMSP.

“Do ponto de vista de macrodrenagem, que são os Rios Tietê e Pinheiros, a Região Metropolitana de São Paulo está melhor preparada e estará com as obras praticamente concluídas ao final deste ano. A partir daí, será preciso fazer apenas a manutenção”, explicou o governador.

As obras de desassoreamento no Rio Pinheiros estão sendo realizadas pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), ligada à Secretaria de Energia. No Rio Tietê e afluentes, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), vinculado à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos.

Rio Pinheiros

Somente das águas do Rio Pinheiros, desde 2009, já foram retirados 700 mil m³ de material assoreado (450 mil m³ em 2011) e a previsão é que até 2013 esse número chegue a 2 milhões m³. O investimento da EMAE no desassoreamento do Pinheiros é de R$ 71,8 milhões.

Para realização dos trabalhos estão sendo empregadas quatro dragas de sucção e recalque, quatro barcaças, plataformas flutuantes com escavadeiras, cerca de 90 caminhões, além de escavadeiras, pás carregadeiras e veículos de apoio.

O Canal Pinheiros tem por origem a retificação do Rio Pinheiros, iniciada no final da década de 1930 e concluída em 1957. O principal objetivo era o aumento da geração de energia na Usina Henry Borden, por meio da reversão do curso d’água dos Rios Pinheiros e Tietê para o Reservatório Billings.

A Usina Elevatória de Traição divide o canal em dois: o Canal Pinheiros Inferior, com 10.083 metros, trecho compreendido entre a confluência com o rio Tietê (“Cebolão”) e a Usina Elevatória de Traição; e o Canal Pinheiros Superior, com 15.461 metros, entre as usinas elevatórias de Traição e Pedreira. Além da geração de energia, o sistema se tornou indispensável para o controle de cheias na Região Metropolitana de São Paulo.

Eclusa

A eclusa do Rio Tietê foi inaugurada em 20 de janeiro de 2004 e funciona como “elevador” de águas, para ajudar as embarcações a transpor os desníveis ou barragens. Localizada na altura do Cebolão, interligação entre as Marginais Tietê e Pinheiros – permite a navegação pelo Rio Tietê num trecho de 40 quilômetros, entre a barragem de Edgard de Souza, em Santana do Parnaíba, e a barragem da Penha, zona oeste da capital. Com 122 metros de comprimento, 12 de largura e dez de altura, a eclusa permite vencer um desnível de 3,2 metros de água. A eclusão recebeu recentemente serviços de recuperação que incluíram reforma dos equipamentos de acionamento e a substituição de componentes eletromecânicos, num investimento de R$ 10 milhões.

Tietê e afluentes

Somente em 2011, foram retirados 3,3 milhões de m³ de sedimentos do Tietê e dos córregos e rios afluentes que deságuam no rio (Córrego Juqueri, Córrego Carapicuíba, Rio Cotia, Rio Cabuçu de cima, Rio Baquirivu – Guaçu, Córrego Três Pontes). O volume é equivalente a 1.864 piscinas olímpicas, com dimensão de 50m x 22m, lotadas de material assoreado. Para se ser uma idéia, todos os dias são retiradas 500 toneladas de lixo do Rio Tietê. É o mesmo volume de lixo produzido por dia por uma cidade como Ribeirão Preto, que tem 600 mil habitantes.

O DAEE está investindo R$ 148,2 milhões no desassoreamento dos três lotes do Tietê: Lote 1 – Edgar de Souza até a Barragem Móvel do Cebolão (16,5 km); Lote 2 –  Cebolão até a Barragem da Penha (24,5 km); Lote 3 –  Barragem da Penha até o Córrego três Pontes (25 km). O trabalho é feito concomitantemente nos três trechos (66 km).

O principal objetivo é aumentar a capacidade de vazão do Rio Tietê, reduzindo o risco de inundações nas avenidas Marginais. As máquinas estão trabalhando 24 horas por dia, seis dias por semana. O material escavado está sendo depositado na Lagoa de Carapicuíba e em aterros sanitários. O transporte do material escavado é realizado por mais de 70 máquinas, entre elas 18 barcaças, 50 caminhões e 27 escavadeiras.

Piscinões

As obras de desassoreamento estão tendo um impacto significativo já neste verão. Ao mesmo tempo, o governo está trabalhando em obras que trarão benefícios ainda maiores nos próximos anos. No momento estão em obras ou em processo de licitação a construção de 11 piscinões na Região Metropolitana de São Paulo. Com essas intervenções, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, irá aumentar em 2,7 milhões de m³ a capacidade de armazenamento contra enchentes na região até 2014. Está em obras o piscinão Olaria, com previsão de entrega para maio de 2012; e outros 10 estão em fase de licitação: Guamiranga, Miranda d’aviz, Pindorama, Jaboticabal, quatro reservatórios em Franco da Rocha, e mais dois na região de Guarulhos, um no Córrego dos Cubas e dos Japoneses e outro na Foz do Tietê. Ao todo, o investimento nesses novos piscinões soma R$ 233 milhões.

Além da construção de novos piscinões, o Governo do Estado está investindo R$ 29 milhões em limpeza, desassoreamento e manutenção de 25 piscinões localizados no ABC, Osasco, Embu e Taboão da Serra. Com o contrato para limpeza dos 25 piscinões, assinado em novembro de 2011, o DAEE assume o trabalho que era de responsabilidade das prefeituras municipais onde estão localizados os reservatórios e que têm dificuldades para realizá-lo. O objetivo é manter a capacidade de acumulação desses piscinões, contribuindo para minimizar o risco de inundações e garantir as condições operacionais do sistema, que beneficia toda a Região Metropolitana de São Paulo.

Do DAEE e da EMAE