Governo paulista investe na construção de centros comunitários nos conjuntos habitacionais da CDHU

Com trabalhos voltados à cidadania, centros possuem papel social importante na região Noroeste do Estado

ter, 15/08/2000 - 10h48 | Do Portal do Governo

A parceria entre o Governo de São Paulo e os municípios é uma iniciativa que, em todas as áreas, vem dando resultados positivos. É nisso que aposta a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), empresa ligada a Secretaria Estadual da Habitação, responsável pela implantação do programa de moradias populares no Estado, quando constrói os centros comunitários nos conjuntos erguidos por ela.

Esses centros vêm tendo um papel social importante e, muitas vezes econômico, para os moradores de todo o Estado de São Paulo. Vários deles desenvolvem diferentes atividades, que podem levar a uma renda extra ou a resolver problemas básicos da população: dar reforço escolar a pré-adolescentes, abrir espaço para a prática de esportes, dar ensino profissionalizante a jovens e adultos, alfabetizar quem não teve oportunidade para aprender, comemorar os aniversários e realizar campanhas comunitárias e sociais, entre outras ações.

É o caso de alguns municípios da região Noroeste do Estado de São Paulo como Santa Fé do Sul, Populina, Santa Albertina e Nova Aliança. Lá são realizados trabalhos como aulas de corte e costura, reforço escolar e até uma padaria municipal, que fica em Riolândia.

Riolândia — Nesse município a padaria funciona nas madrugadas de segunda a sexta-feira no conjunto localizado no centro da cidade. São feitos 1.800 pãezinhos por dia, que abastecem um asilo, um hospital, uma escola e uma creche da redondeza há mais de cinco anos. Carlos Roberto Pires é quem faz os pães e está lá desde o começo do programa. Ele diz que se sente muito feliz por poder ajudar tanta gente que necessita. Para fazer os pães ele gasta 75 quilos de farinha, três litros de óleo, dois quilos de fermento, 750 gramas de melhorador de farinha e 54 litros de água, diariamente.

Santa Albertina — Já em Santa Albertina, no Centro Comunitário do conjunto da rua Pernambuco, com 117 unidades, a comunidade dispõe de aulas de corte e costura. Olinda José de Melo é a coordenadora do curso e trabalha com turmas de 24 pessoas a cada seis meses. Olinda diz que a atividade ajuda as mulheres, algumas com idade a partir de 15 anos, no orçamento de casa. “Quase todas são empregadas domésticas e vêm para o curso depois do trabalho, buscando uma pequena melhoria nas suas vidas”, afirma.

Maria da Graça Santos é um exemplo disso. Ela é casada, tem dois filhos, mora no próprio conjunto e é empregada doméstica. Hoje ela já faz toda a roupa da família e conseguiu até comprar uma máquina de costura nova, que está pagando, com dificuldade, em seis vezes – a última prestação vence agora, no mês de agosto.

Outra aluna do curso que ajuda no orçamento doméstico é Flávia Cristina Pondian, de 16 anos. “Eu costuro para minha mãe, meu pai e meus irmãos. Se fosse encomendar para uma costureira iria sair muito mais caro”, conta.

Além da economia pessoal, elas também contribuem com o município, já que chegaram a confeccionar, como parte do aprendizado, todos uniformes dos funcionários da Prefeitura de Santa Albertina. Em contrapartida, para as aulas elas contam com a ajuda da comunidade, que doa tecidos para os trabalhos no Centro Comunitário.

Populina — Algumas cidades, na hora do projeto, preferem outro tipo de atividade no local que seria destinado aos centros comunitários. Foi isso que aconteceu na cidade de Populina. No conjunto do bairro Cidade Nova, onde deveria estar o Centro Comunitário, há uma área de lazer com dois campos de futebol – escolha feita pela própria população.

Nova Aliança — Em Nova Aliança são as crianças de 7 a 14 anos os maiores beneficiados com a construção do Centro Comunitário do conjunto de 107 moradias, localizado na rua Antonio Benjamim com rua Lourenço Pala, e entregue em 1995.

Lá está o Centro de Ensino Municipal, com 45 alunos que fazem reforço escolar, têm aulas de artesanato, música, educação física e aprendem noções de horticultura. É, principalmente, desta parte e das aulas de música que eles mais gostam. Com a música eles se divertem e com o que é produzido na horta eles se alimentam, levando para casa alface, cenoura, couve, beterraba e outras verduras e legumes. Além disso, o alimento ali produzido serve também para o almoço no Centro e para a merenda escolar da cidade.

Santa Fé do Sul — Por fim, em Santa Fé, é desenvolvido o Programa Saúde da Família, em parceria com o Governo Federal. No Conjunto 13 de Maio há um posto no Centro Comunitário, com capacidade para atender até mil famílias cadastradas.

Quando o programa começou, em 1997, havia uma equipe e 513 famílias atendidas, hoje são quatro postos e 4.000 famílias cadastradas. Cada grupo conta com um médico, uma enfermeira, cinco agentes de saúde, um auxiliar geral e uma assistente social. Ali são identificados os problemas de cada família, que recebe a visita da equipe, tem assistência integral, além de participarem de campanhas educativas e preventivas.

Para a secretária municipal de Saúde, Maria Sueli Pelayo Herrera Rodrigues, o lado mais importante do programa é não tratar apenas da doença, mas preveni-la. “O Programa vai até a casa das pessoas cuidando para que elas não fiquem doentes, é a Saúde entrando em casa”, diz.

Essa estratégia diferenciada, segundo ela, leva a outras iniciativas, fazendo com que o município desenvolva novos programas interligados, como o que começou em 98, em Santa Fé. É o “Programa Caminhar”, que hoje trabalha na alfabetização de 318 alunos. A meta é alfabetizar 1.000 alunos, em dois núcleos, até o fim deste ano.