Governo lança programa Professores Auxiliares

Anúncio foi feito nesta quinta-feira, 21, em São Paulo

qui, 21/06/2007 - 17h59 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado de São Paulo apresentou nesta quinta-feira, 21, mais uma etapa do Programa Ler e Escrever, com o início oficial das atividades dos Professores Auxiliares nas classes de 1ª série do Ensino Fundamental. Os ajudantes são universitários selecionados por instituições de ensino conveniadas com a Secretaria Estadual de Educação. Eles têm como tarefa auxiliar os professores regentes no processo de alfabetização dos alunos.

“Na prefeitura da Capital, onde o programa começou, o percentual dos alunos que chegavam ao terceiro ano sem saber ler e escrever baixou de 40% para 15%. E isso sem que o programa tivesse acontecido plenamente. Nas escolas do Estado vai acontecer a mesma coisa”, afirmou o governador José Serra, durante visita à Escola Estadual Ennio Voss, no Brooklin Paulista, zona Sul da Capital, onde foi ver de perto o funcionamento do programa recém-implantado. Ao seu lado estava a Secretária Estadual da Educação, Maria Lucia Marcondes Carvalho Vasconselos.

Conforme dados da Secretaria de Educação, os primeiros professores auxiliares já estão em 1.182 classes de 405 escolas da Capital. Foram destinados ao programa R$ 14,4 milhões e a expectativa é que, até o final do primeiro semestre deste ano, eles estejam em 3.085 classes, de 613 escolas, atendendo a 102.763 alunos da rede estadual de ensino.

“Implantaremos o programa por partes. Vamos começar na Capital, posteriormente ampliaremos para a Grande São Paulo e depois para o Interior”, explicou Serra.

Essa programação tem uma razão de ser. “Não é por coincidência”, explicou o governador, “que os problemas maiores do aprendizado estão na Capital, depois na Grande São Paulo e por último no interior, onde o nível de ensino tem sido melhor”.

Foco no aprendizado

Com o projeto Professor Auxiliar, o Estado procura aprimorar o processo de aprendizado logo no início do Ensino Fundamental, ciente de que esses primeiros passos são determinantes para o progresso do aluno nos anos seguintes. “Começando bem o processo de alfabetização, ele será concluído com sucesso. Com o professor auxiliar, o atendimento será mais individualizado. É mais um recurso que se disponibiliza para que a alfabetização aconteça bem”, explicou Maria Lúcia Vasconcelos.

Ao explicar o funcionamento do programa, Serra apresentou uma equação simples: auxílio extra para os alunos significa aprendizado mais eficiente. Uma fórmula que já é aplicada por muitos educadores. “Escolas privadas, escolas de elite, escolas pagas, tem o mesmo sistema. Uma professora e outra auxiliar. E acho que isso tem também que ter nas escolas públicas”, disse Serra o governador.

Parceria

Compõem o projeto 26 instituições de ensino que já assinaram o convênio com a Secretaria de Educação. Cada instituição parceira receberá R$ 500 por turma de 1ª série atendida (o correspondente a um professor auxiliar por sala de aula). Esse valor será usado para complementar a mensalidade dos universitários e custear o professor que orientará o projeto na faculdade. O projeto prevê dedicação de 20 horas semanais – ou seja, cada professor auxiliar prestará 4 horas de trabalho por dia.

Podem se inscrever no programa estudantes matriculados em pedagogia, normal superior e letras, todos com habilitação de magistério. Também podem participar do programa estudantes de pós-graduação que estejam cursando disciplinas voltadas à metodologia de ensino.

Estudantes de universidades públicas, como USP, UNESP e Unicamp, podem vir a fazer parte do programa. “Nesse caso, no lugar da bolsa reverter em auxílio-universidade precisamos estudar outra alternativa”, adiantou a secretária Maria Lucia Vasconselos.

Além de oferecer reforço no ensino aos alunos da rede estadual que estão em fase de alfabetização, atuar como professor auxiliar possibilitará aos universitários mais experiência em seu processo de formação. Eles terão a oportunidade de levar para suas instituições de ensino questões ligadas ao dia-a-dia do processo de alfabetização.

“A auxiliar está aprendendo muito, porque um dia ela vai ser professora. Os alunos adoram, porque ela vai ajudando este ou aquele que tem mais dificuldade, vai ajudando a professora a descobrir os problemas”, comentou Serra.

O programa prevê ainda que professores das instituições de ensino conveniadas atuem como orientadores, os quais serão responsáveis pelo projeto pedagógico da instituição, seleção e supervisão dos universitários na sala de aula.

Vale lembrar que todas as atividades desenvolvidas pelos professores auxiliares serão acompanhadas na escola pelos professores das turmas de 1ª série, pelos professores-coordenadores e, nas instituições de ensino conveniadas, pelo professor-orientador que irá acompanhar o desenvolvimento de seus alunos.

Num primeiro momento, o professor auxiliar vai atuar como observador do processo de alfabetização e, gradativamente, irá se envolver nas atividades nas salas de aula. A partir daí, o universitário poderá propor atividades e até participar do planejamento de algumas delas.

Ler e Escrever

O Professor Auxiliar é um dos componentes de um programa maior do Governo do Estado que visa fazer a diferença no quesito qualidade de ensino na rede estadual: o Programa Ler e Escrever – Prioridade na Escola.

As primeiras medidas para implantação desse programa tiveram início no começo deste ano com a elaboração do material pedagógico a ser implantado no ano que vem. O objetivo do programa é melhorar a qualidade da educação priorizando a aprendizagem da leitura e da escrita.

Para atingir essa meta, a Secretaria investirá na melhoria do material pedagógico utilizado pelos professores da rede e na implantação de processos de capacitação para que os professores obtenham o melhor aproveitamento desses materiais.

“Vamos entregar material didático para orientação das professoras e para os alunos. As professoras serão preparadas para receber esse material didático. Não adianta nada distribuí-lo sem que as coordenadoras façam esse trabalho de preparação. Ou seja, o Ler e Escrever é um trabalho que vai além de se ter duas professoras na sala de aula”, explicou o governador.

José Serra anunciou ainda a criação de salas para alunos com dificuldades no aprendizado. “Vamos fazer salas especiais para os alunos de quarta série que não têm aproveitamento bom. Não é sala que vai juntar alunos do ano normal com os outros, vão ser salas especiais: só aqueles que ficaram para trás. Isso facilita enormemente o trabalho de aprendizado”.

Manoel Schlindwein