Governo lança campanha para incentivar plantio de árvores frutíferas

Iniciativa pretende desenvolver agropecuária sustentável e participativa

qua, 09/12/2009 - 20h00 | Do Portal do Governo

Nada mais saudável do que comer fruta direto do pé. Pensando nisso, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) promove campanha para as pessoas plantarem árvores frutíferas no quintal, chácara, fazenda ou até mesmo em área pública, se não houver impedimento.

A Cati, vinculada à Secretaria da Agricultura e Abastecimento, produz mudas de árvores frutíferas conhecidas e também de outras silvestres, dificilmente encontradas no comércio. Também oferece plantas nativas para reflorestamento, medicinais e ainda semente de cereais e de oleaginosas. O interessado encontra ou encomenda os produtos em 594 Casas de Agricultura, localizadas em quase todo município paulista, 40 escritórios de desenvolvimento rural, 15 unidades de produção de semente e outras seis dedicadas a mudas. 

A campanha “Tenha mais frutas no seu quintal” conta com divulgação pela imprensa, faixas nas unidades da Cati e por pessoas habituadas a adquirir produtos da Secretaria da Agricultura. O preço da frutífera varia de R$ 2,00 a R$ 25,00 dependendo da espécie e da idade da muda. A jabuticaba-sabará, de fruto grande e suculento, de 6 a 10 anos, custa R$ 25,00. Se tiver entre 3 e 5 anos, sai por R$ 10,00. O valor do pé de pitanga e de araçá (parente da goiaba) é R$ 2,50. As cítricas, R$ 8,00; e as medicinais (alecrim, arruda, hortelã) entre R$ 1,00 e R$ 2,00. As nativas para reflorestamento, R$ 2,50; as palmeiras, R$ 5, e as mudas de café e de eucalipto custam R$ 0,60 e R$ 0,30, respectivamente.

Produtiva e saudável 

O coordenador da Cati, José Luiz Fontes, ressalta que o interessado não leva somente a muda para casa, mas também informações e dicas técnicas de como cultivar a planta e mantê-la produtiva e saudável. As frutíferas podem ser do tipo pé-franco (direto da semente) ou por enxerto, em que a parte de baixo vem da semente, mas o tronco, de outra planta. No primeiro caso, explica Fontes, a variedade genética é grande. Na enxertia, menor variedade, pois a planta terá a mesma característica da matriz que cedeu a parte superior. “A técnica adotada sempre depende do tipo de árvore”, ensina.

As mudas são desenvolvidas nas unidades da Cati das cidades de Pederneiras, Tietê, São Bento do Sapucaí, Itaberá, Marília e Presidente Prudente. Em Sapucaí, na região de Campos do Jordão, a Cati produz mudas frutíferas de clima frio e ameno – pêssego, ameixa, maçã, pera, uva vinífera e até mesmo a oliveira, que dá a azeitona, fruto que produz o azeite.  

De olho na muda 

Embora a procura seja menor, existem frutíferas silvestres – desconhecidas da população das grandes cidades – que fazem sucesso em chácaras e casas do interior. A Cati produz preciosidades como cabeludinha, grumixama, ingá, jambo, jenipapo, pitaia, cambuci, uvaia, tamarindo, cherimoia e condessa. Essas duas últimas são parentes menos nobres da família das anonáceas (pinha, fruta-do-conde, graviola). O interessado também encontra espécies conhecidas comercialmente nos últimos anos (lichia, carambola, atemoia, acerola, quiuí, nectarina) e as tradicionais na mesa do brasileiro: goiaba, abacate, jaca, figo, carambola, jabuticaba, pêssego, uva, caqui, manga, ameixa, banana, maracujá e a família completa da laranja.

Na sede da Cati, em Campinas, no Jardim Brasil, quem toma conta do viveiro e atende ao público é o funcionário José Domingos de Farias Filho. Ela conta que as mais vendidas entre as populares são abacate, acerola, caqui, jabuticaba, manga, mexerica-poncã, limões-galego e siciliano e laranja-pera/rio. Entre as menos conhecidas, ele cita jatobá, pitanga, araçá e cambuci.

O viveiro da laranja e suas “primas” é diferenciado, cercado por tela fina e com porta dupla para entrar e sair, segurança necessária para evitar pragas. A irrigação é feita por cima, com leves respingos de água. Para comprar a muda, é preciso preencher cadastro, com endereço do local onde a árvore será plantada e telefone para contato. O controle rígido é para evitar que a planta contraia doenças como amarelinho e cancro cítrico e depois dissemine a praga para outras. Técnicos da Cati visitam a frutífera para verificar sua sanidade.  

Só faz bem 

O engenheiro-agrônomo Rodrigo Alves, do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM), da Cati de Campinas, informa que a fruta é fonte de minerais e vitaminas, além de conter fibras que ajudam na digestão. “Também é um alimento in natura agradável ao paladar, sem contar o prazer de ter e apreciar uma árvore carregada de frutos”. De janeiro a outubro, informa Rodrigo, o DSMM produziu e vendeu cerca de 604 mil mudas de plantas frutíferas e nativas e 2,8 mil toneladas de sementes de cereais e leguminosas.

A semente produzida e vendida pelo DSMM não é a mesma desenvolvida em grandes empresas agrícolas. O milho, por exemplo, é o chamado de variedades, não o híbrido. O grão da Cati é mais rústico, menos susceptível a doenças, com custo menor e ideal para o pequeno produtor. O híbrido, embora mais produtivo, é delicado e exige controle maior durante o seu plantio, além do custo mais alto. “O produto final de ambos não tem muita diferença”, garante Rodrigo.

Da Agência Imprensa Oficial