Governo estuda reeditar obras do acervo da Casa Guilherme de Almeida

Memória de Almeida é revivida com as comemorações da Revolução Constitucionalista

ter, 11/07/2006 - 20h00 | Do Portal do Governo

“São Paulo deve um culto à memória do mais paulista e universal dos nossos poetas – Guilherme de Almeida”. A frase do também poeta Paulo Bonfim é uma lembrança a um dos brasileiros mais importantes nas artes do país. A história de Almeida se confunde com a história de São Paulo, principalmente durante as comemorações da Revolução Constitucionalista de 1932.

Foi Almeida o autor da Canção dos Expedicionários, um dos hinos em homenagem aos heróis desse período. E não é só. O brasão-de-armas da capital paulista foi criado por ele. Em 1922, foi um dos pensadores do movimento Modernista sem se deixar levar pela tendência à exaltação nacionalista da época. O escritor Manuel Bandeira o considerou o maior poeta da língua portuguesa. Hoje, é possível ler alguns dos seus versos que estão inscritos no Obelisco.

A fim de preservar sua obra, de responsabilidade do Estado, o governador analisa maneiras de reeditar algumas peças do acervo de Almeida. Acervo lembrado, inclusive, por outros artistas, como Bonfim, que nesta terça-feira (11/7), enviou a Lembo o Livro dos Sonetos, escrito sobre a influência dos trabalhos de Almeida.

“Do alto da mansarda, Guilherme de Almeida enriquece dez séculos da língua portuguesa”, descreve Bonfim em sua mensagem ao governador.

Considerado um dos maiores líricos brasileiros, dominou, segundo críticos, os processos rímicos, rítmicos e verbais, bem como o verso livre, a onomatopéia, as assonâncias e aliterações.

Entre alguns de seus trabalhos, destacam-se: Nós (de 1917), Meu (de 1925) e Simplicidade (de 1929). Traduziu ainda, entre outros, os poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e, ainda, Huis clos (Entre Quatro Paredes) de Jean Paul Sartre.

Guilherme de Almeida foi advogado, jornalista, poeta, ensaísta e tradutor. Nasceu em Campinas, em 24 de julho de 1890, e faleceu em São Paulo, em 11 de julho de 1969.

Era membro da Academia Paulista de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela; e do Instituto de Coimbra. Em 6 de março de 1930 tornou-se imortal. Foi eleito para a cadeira de número 15 da Academia Brasileira de Letras