Governo do Estado investe na urbanização de favelas em Santo André

Programa que beneficiará mais de 6,7 mil famílias e com orçamento total estimado em R$ 110 milhões é o maior fora da Capital

ter, 03/04/2001 - 16h52 | Do Portal do Governo


Programa que beneficiará mais de 6,7 mil
famílias e com orçamento total estimado em
R$ 110 milhões é o maior fora da Capital

O sonho da casa própria se tornou realidade para mais 280 famílias que vivem nas favelas do Jardim Santo André. As unidades habitacionais entregues pelo governador Geraldo Alckmin, nesta terça-feira, dia 3, em Santo André, fazem parte do Programa de Urbanização Integrada do bairro, que vai beneficiar cerca de 30 mil pessoas. “O Governo do Estado terá investido no Jardim Santo André, quando completar todo o projeto de urbanização e construção das moradias, R$ 110 milhões”, afirmou o governador. Esse valor é superior ao orçamento anual de muitos municípios. Alckmin citou como exemplo o orçamento para 2001 da cidade de Roseira, na região do Vale do Paraíba, que é de R$ 1,5 milhão. “Esse é o maior programa de construção e urbanização que o Estado faz fora da Capital”, observou.

O Governo paulista já entregou 1.556 unidades habitacionais do Programa de Urbanização. Mais 496 serão entregues até o fim deste ano e outras 1.600 estão em projeto ou em fase de viabilização. O objetivo da ação do Governo do Estado no Jardim Santo André é a recuperação de uma área com mais de 1,5 milhão de metros quadrados, adquirida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) em 1977. Essa região foi ocupada irregularmente e se transformou no maior complexo de favelas do município. As mais de 6,7 mil famílias que vivem no local foram cadastradas pela CDHU, que está priorizando a transferência para as novas unidades habitacionais daquelas que ocupam áreas com maior risco de deslizamento ou enchentes.

Além da construção das moradias, foram iniciados também os serviços de urbanização das favelas, que vão beneficiar 2.500 famílias, e de recuperação ambiental da área, como a canalização (em fevereiro do ano passado) do córrego da Rua Hamurabi, na favela Lamartine, para evitar enchentes no local. “Nós estamos construindo aqui uma cidade”, enfatizou o secretário estadual da Habitação, Francisco Prado. O Programa de Urbanização Integrada do Jardim Santo André conta com as parcerias da Prefeitura e do Governo Federal, que repassa recursos pelo Programa Habitar Brasil.

A secretária municipal de Inclusão Social e Habitação, Míriam Belchior, classificou como ‘essencial’ a atuação do Governo do Estado para a construção de um município ‘mais igualitário, mais justo e com mais qualidade de vida’. “A construção das moradias e a urbanização dos núcleos de favelas constituem uma nova modalidade de trabalho e são fundamentais, porque são nesses locais que moram as famílias que mais precisam”, afirmou. A secretária também reafirmou a intenção de aprofundar as parcerias com o Estado.

Durante a cerimônia de entrega das 280 moradias, Alckmin anunciou que a rua do conjunto habitacional será asfaltada em um prazo de 30 dias. Além disso, o campo de futebol, que já existe na área, receberá o gramado até o fim de maio.

Alckmin lembrou que o Governo do Estado investe em habitação 1% de todo valor arrecadado com o ICMS. “É um dinheiro muito bem gasto”, afirmou. Além de proporcionar moradia ao povo, a construção também gera empregos. O governador também destacou que o programa de Habitação do Governo de São Paulo é o único do Brasil que beneficia a população de baixa renda. “Para entrar na maioria dos programas habitacionais, a pessoa precisa ter uma grande poupança e faixa de renda superior a seis, sete, dez salários mínimos e precisa comprovar”, afirmou. “Esse não. Esse é um programa social que realiza o sonho da casa própria de quem ganha um salário mínimo e não tem poupança”.

Prêmio “Lar Doce Lar”

O governador também entregou nesta terça-feira, o prêmio “Lar Doce Lar” para Guiomar Ferreira Ferrareze. Ela teve seu apartamento quitado e ainda recebeu um cheque no valor de R$ 1.535. Todo mês, os mutuários da CDHU concorrem, pela Loteria Federal, a três prêmios de R$ 25 mil cada. Para receber, os sorteados devem estar com as parcelas da casa própria da CDHU pagas rigorosamente em dia. Desse valor é deduzido o imposto de renda, quitado o saldo devedor do imóvel e o restante é entregue ao mutuário. “Sou viúva e aposentada. Sempre me esforcei muito para manter minhas parcelas em dia”, afirmou Guiomar. Ela contou que financiou seu apartamento em 25 anos e pagou menos de quatro. “Nunca pensei que isso pudesse acontecer comigo. Meu sonho está realizado”, comemorou. O cheque que recebeu hoje deve se transformar numa caderneta de poupança para beneficiar o filho, que é deficiente. “Esse prêmio é para estimular as pessoas a manterem em dia a prestação para a gente poder fazer casas para as outras famílias e poder andar mais depressa com o programa”, destacou Alckmin.

Cíntia Cury

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