Governo do Estado inaugura a nova calha do rio Tietê

Ampliação da calha é fundamental para impedir as enchentes nas Marginais,

dom, 19/03/2006 - 13h44 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado de São Paulo começa a escrever uma nova história para o mais importante rio da Capital. O governador Geraldo Alckmin inaugurou neste domingo, dia 19, a nova calha do Rio Tietê.

Na ocasião, Alckmin assinou convênios com a secretaria dos Recursos Hídricos, DAEE, Cesp, Cetesb, Sabesp, Ceeteps e Banco Nossa Caixa, para o paisagismo da calha do Tietê da Fase II .

Também autorizou a Secretaria de Energia para proceder os estudos necessários visando a aceleração de Parceria Público Privado (PPP) para investimentos e manutenção das obras da calha do rio Tietê das fases I e II, incluindo os serviços de manutenção do paisagismo, taludes, monitoramento da qualidade das águas dos afluententes, manutenção das barragens, investimentos relativos a revestimentos das margens da fase I, entre outros.

 “Esse é um trabalho permanente. Aqui tem que ter a limpeza igual do Metrô.  Vamos buscar parceiros para deixar o rio ainda mais bonito”, destacou o governador.

A ampliação da calha, iniciada em 2002, é fundamental para impedir as enchentes nas Marginais, o que acontecia pelo menos uma vez a cada dois anos. Hoje, a probabilidade de ocorrer uma inundação no Tietê caiu de 50% para 1% – o rio praticamente dobrou a sua capacidade de vazão.

A maior obra de drenagem urbana do país aprofundou em 2,5 metros, em média, a calha do rio, alargando sua base de 20 para até 46 metros. Essa iniciativa movimentou investimentos de mais de R$ 1 bilhão e produziu o maior canteiro de obras a céu aberto do Brasil, por onde passaram mais de 200 máquinas e quatro mil trabalhadores.  

Além da retirada de uma média de 12 toneladas de lixo e sedimentos por dia, essa iniciativa do Governo do Estado para combater as inundações produziu uma nova paisagem para São Paulo. As marginais estão cercadas pelo mais longo jardim do País, com 24,5 quilômetros de extensão de cada lado do rio.  “Nele estão sendo plantadas cerca de quatro milhões de mudas, incluindo árvores de até 30 metros, rodeadas por uma forração de vedélias”, informou Alckmin.

Objetivos

Parte integrante do Plano de Macrodrenagem da Região Metropolitana de São Paulo, a obra cumpriu seus objetivos, que eram de aumentar a capacidade de escoamento da calha do rio para reduzir a ocorrência de inundações; tornar possível a limpeza e desassoreamento da calha pelo próprio rio, deixando de usar a malha viária.

Além desses, cumpre as diretrizes de recuperar sob diversos aspectos vias de ligação e transporte de quase toda a produção do País, melhorando a qualidade de vida da população da RMSP.

Lixo e educação

Nesses quatro anos, a cada dia, foram retirados milhares de garrafas plásticas, camas, colchões, pedaços de veículos, geladeiras e mais de 120 mil pneus.

Nesse período, navegaram mais de três mil estudantes e profissionais. Conheceram detalhes da maior obra de drenagem urbana do País e as providências que foram tomadas para garantir o respeito às normas ambientais.

   Segurança

Além da ampliação da calha, foram reforçados os pilares de quatro pontes, refeitos 668 desemboques de afluentes e bocas de lobo de drenagem pluvial, instaladas 45 km de barreiras rígidas de concreto -defensas bem mais seguras para os motoristas que os antigos guard-rails – melhoria da capacidade de drenagem das marginais expressas, criação de 61 baias de apoio ao tráfego ao longo da faixa esquerda das pistas expressas das marginais.

Para atuar no controle das cheias, um descarregador de fundo foi construído ao lado da barragem Móvel. No mesmo ponto, a primeira eclusa paulistana vai proporcionar uma grande experiência – será de novo possível navegar desde a Barragem da Penha até a barragem Edgard de Souza, por 41 quilômetros metropolitanos.

A primeira navegação fixa será, certamente, a de limpeza desse rio. Com a eclusa, não será mais necessário usar as marginais para recolher o material intruso lançado ao rio. O trabalho de manutenção dessa obra será feito a partir de embarcações.

Macedo Júnior / Carlos Prado

 

FICHA TÉCNICA

Ampliação da Calha do Tietê – maior obra de drenagem urbana do País

Obra integrante do Programa Estadual de Combate às Inundações na RMSP

Gerenciamento

UGP Tietê – Unidade de Gerenciamento do Projeto Tietê

Responsabilidade

DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica

Coordenação

Secretaria de Estado de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento

Financiamento

JBIC – Japan Bank for International Cooperation

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Ampliação da Calha do Rio Tietê na Capital

2002 / 2006

-Ampliação da calha do rio Tietê entre as barragens da Penha e Móvel (24,5 km);

-Aprofundamento do leito em 2,5 metros (média);

-Alargamento da base do leito de 22 até 46 metros;

-Construção de descarregador de fundo (controle de vazões);

-Construção de eclusa (navegação);

-Reconstrução e adaptação de 600 desemboques e 68 galerias especiais e de afluentes;

-Recuperação das margens do rio com proteção e revestimento dos taludes;

-Reforço das pontes do Piqueri, CPTM, Cruzeiro do Sul e Dutra;

-Execução de 45 km de barreiras rígidas de concreto;

-Implantação de 61 áreas de apoio ao tráfego (baias);

-Retirada de 6,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos e rochas e de 12 toneladas diárias de detritos e lixo;

-Implantação de 50 km de projeto paisagístico;

-Construção de três rampas de acesso ao rio para implantação de portos;

-Aumento das vazões:

-Altura da foz do Aricanduva – de 210 para 561 m

-Altura da foz do Tamanduateí – de 270 para 640 m

-Altura da Barragem Móvel – de 640 para 1048 m

Transformações

-Redução do risco de inundações

-Navegabilidade de 41 km do rio Tietê (entre Barragens da Penha e Edgard de Souza)

-Recuperação das instalações da área da calha do Tietê urbano

-Recuperação ambiental da área urbana

-Implantação de projeto paisagístico ao longo de 50 quilômetros, de cada lado das marginais expressas, com plantio de 4 milhões de mudas entre arbustos, árvores e forração vegetal

Frentes de trabalho (segunda etapa)

LOTE 1

Extensão: 6.060 metros (foz do Pinheiros até 600 metros acima da ponte do Piqueri);

Consórcio CBPO/Queiroz Galvão/Construcap

LOTE 2

6.400 metros (600 metros acima da ponte do Piqueri até a foz do Tamanduateí);

Consórcio OAS/Carioca/Mendes Júnior

LOTE 3

5.660 metros (foz do Tamanduateí até 350 metros abaixo da Ponte do Tatuapé);

Consórcio Andrade Gutierrez/Mape

LOTE 4

6.450 metros (350 metros abaixo da Ponte do Tatuapé até a Barragem da Penha)

Consórcio Camargo Corrêa/Enterpa/Serveng