Governo cria companhia de dança do Estado

Anuncio foi feito nesta segunda, 28, pelo governador José Serra; SP investirá R$ 49,6 milhões nessa área em 2008

seg, 28/01/2008 - 9h54 | Do Portal do Governo

Atualizada às 17h18

O governador José Serra lançou nesta segunda-feira, 28, na capital, uma série de ações destinadas a revigorar a dança no Estado. De acordo com a iniciativa, a Secretaria Estadual da Cultura fará o maior investimento do país em ações de apoio a essa área cultural, com a criação da São Paulo Companhia de Dança (SPCD), a construção de um teatro para abrigá-la e a liberação de recursos, por meio do Programa de Ação Cultural (PAC), para grupos de dança de São Paulo.

“Com essa companhia, vamos desenvolver a dança de alta qualidade em nosso Estado”, disse o governador José Serra na cerimônia de lançamento do programa. O governador adiantou que a companhia será constituída por 40 jovens, a serem recrutados por meio de concursos no Brasil e no exterior. “Será uma companhia de referência”, afirmou. Serra espera que a companhia estadual se firme como “um centro de formação, de estímulo e incentivo à difusão da dança”, além de produzir bons espetáculos.

A primeira apresentação pública da SPCD já está prevista para novembro deste ano. Três meses antes, em agosto, a companhia deverá fazer um espetáculo histórico-pedagógico. “A São Paulo Companhia de Dança pretende ser uma companhia de excelência que, de forma alguma, vem se contrapor às outras companhias existentes. Ela vem abrir um diálogo e pretende ser um catalisador dessa atividade artística que faz parte do talento dos brasileiros e dos paulistas”, disse o secretário estadual da Cultura, João Sayad, no lançamento da companhia, na sede da pasta.

Nomes e siglas

Serra disse que o nome da nova companhia é um anglicismo muito bem-vindo. “É a primeira vez que vamos inverter, colocando o SP na frente”, explicou o governador. A sugestão partiu do secretário da Cultura e foi acatada pelo governador com o argumento de que, se o nome do Estado ficasse para o final, a sigla poderia ser confundida com Cosesp (Companhia de Seguros do Estado de São Paulo), Codasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo) ou o Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).

Segundo o governador, o que se quer com a companhia “é uma combinação, uma espécie de pas de deux”, fazendo referência à coreografia de balé clássico onde um bailarino e uma bailarina dançam em dueto. “Onde há cultura, há inteligência, sensibilidade, beleza e auto-estima, fundamentais para a vida e para o futuro de nossos jovens. E há também, não custa lembrar, turismo e geração de empregos. Por isso é que agora São Paulo vai dançar, no melhor sentido, que é o da dança como expressão artística e indutora do desenvolvimento cultural, educacional e social”, disse Serra.

Projeto antigo

Ao citar a importância da iniciativa, a diretora artística da SPCD, Iracity Cardoso, disse que há mais de 30 anos que se luta pela criação de uma companhia estadual. “Hoje é um dia de grande alegria para todos nós da comunidade da dança paulista. Acredito muito no talento dos artistas da dança do Brasil e acho que toda essa juventude que trabalha com tanta disciplina e fervor mereça ganhar mais este lugar para desenvolver suas atividades, de uma maneira sólida e com continuidade”, disse Iracity.

O prefeito da Capital, Gilberto Kassab, disse que a nova companhia valorizará a cultura e trará mais opções ao calendário de atividades culturais de São Paulo. “São Paulo comemora hoje o avanço da cultura e da arte com essa importante ação em nosso Estado”, enfatizou o prefeito.

Investimento

Serão investidos, inicialmente, R$ 49,6 milhões: R$ 34 milhões com a desapropriação da área da antiga rodoviária e construções anexas, no bairro da Luz; R$ 13 milhões para a manutenção da companhia em seu primeiro ano; R$ 1,4 milhão de verbas do PAC para grupos de dança privados (52% a mais do destinado em 2007); R$ 600 mil na manutenção da programação do Teatro Itália –TD; R$ 300 mil para Festivais de dança no Estado e R$ 300 mil para projetos relacionados à danças folclóricas. Também prosseguem os investimentos em programas que contemplam a dança e outras artes como o Mapa Cultural Paulista, o Fábricas de Cultura, as Oficinas Culturais, o Circuito Cultural Paulista, o Revelando São Paulo e a Virada Cultural Paulista.

“Nossa preocupação é promover a dança de qualidade, que necessita do apoio do Estado e exige o comprometimento de todos os setores envolvidos. Queremos preservar os extremos, do clássico ao contemporâneo, da dança de rua às tradições folclóricas”, afirma o secretário estadual da Cultura, João Sayad.

Atenção especial

Da mesma forma que a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) tornou-se uma referência em matéria de música clássica no cenário nacional, a São Paulo Companhia de Dança pretende influir decisivamente no panorama da dança no Brasil, buscando firmar um padrão e contribuir para o desenvolvimento de experiências similares.

Entre todas as atividades culturais apoiadas pelo Estado, a dança tem recebido atenção especial e integra atualmente diversos programas promovidos pela Secretaria da Cultura, como o Mapa Cultural Paulista, a Virada Cultural Paulista, o Revelando São Paulo e o Circuito Cultural Paulista, ações realizadas anualmente em municípios do interior do Estado. O Teatro Itália TD-Teatro de Dança, criado em 2006, faz o intercâmbio entre companhias do Estado, trabalhando com a formação de platéias. O projeto Fábricas de Cultura, que atende distritos de alta vulnerabilidade social, lançado no final do ano passado, iniciou suas atividades com a montagem de um espetáculo de dança e a participação de jovens da capital.

Com a criação da companhia de dança, o Estado pretende ir além. “Não queríamos atender esse setor tão importante de forma pulverizada ou liberando recursos apenas por editais. Optamos por uma ação mais abrangente envolvendo também a criação dessa companhia e a construção de um teatro projetado especialmente para atender às necessidades dos bailarinos”, explica Luiz Nogueira, da Unidade de Formação Cultural, que coordena essas ações.

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Manoel Schlindwein  com Secretaria Estadual da Cultura 

(I.P.)