Governo assina protocolo para construção de dutovia no Estado

Projeto pretende transportar até 16 bilhões de litros de etanol por ano, oferecendo uma alternativa de escoamento com maior vantagem econômica, ambiental e social

seg, 02/08/2010 - 11h25 | Do Portal do Governo

(Atualizado às 16h20)

O Governo do Estado de São Paulo celebra nesta segunda-feira, 2, a assinatura de um protocolo de intenções com a empresa Uniduto Logística S.A., comprometendo-se a cooperar com o projeto de construção de uma dutovia para escoamento de etanol. O evento contará com as presenças do governador Alberto Goldman e dos secretários de Desenvolvimento, Luciano Almeida, e dos Transportes, Mauro Arce, além do diretor-presidente da Uniduto, Sergio Van Klaveren.

O Projeto Uniduto prevê a criação de uma dutovia com 612,4 km de extensão, que pretende passar por 46 municípios do Estado de São Paulo. Deverão ser implantados quatro terminais coletores nas regiões de Serrana, Botucatu, Anhembi e Santa Bárbara d’Oeste; dois terminais de distribuição para o mercado interno em Paulínia e na Região Metropolitana de São Paulo (Caieiras), além de um terminal de exportação em Guarujá, onde também operará um porto próprio afastado da costa (offshore).

Pelo acordo, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento, propõe-se a coordenar a articulação entre órgãos públicos estaduais e municipais, tendo em vista a realização de estudos para orientar a construção da dutovia.

Com um projeto baseado na integração multimodal, a Uniduto pretende investir R$ 2,9 bilhões na execução do projeto, que deve iniciar suas atividades no último trimestre de 2013. Quando em operação, a dutovia terá capacidade para transportar até 16 bilhões de litros de etanol por ano, oferecendo uma nova alternativa de escoamento e de distribuição de etanol, economicamente mais viável e segura, com vantagens técnicas, ambientais e sociais. De acordo com a empresa, do total a ser investido, 70% serão captados no mercado financeiro, como dívida, e 30% virão de ações, com recursos aportados tanto pelos acionistas como por um investidor estratégico.

Custo X benefício

Por ser um sistema baseado em operação contínua, a dutovia é um modal com produtividade máxima. O transporte por dutos cumpre prazos e horários, já que não é afetado por interferências externas, como clima, geografia ou até mesmo o trânsito, e garante maior segurança para o meio ambiente e para a população, já que diminui o número de caminhões e, consequentemente, o risco de acidentes de trânsito.

É, ainda, um modal de baixo consumo energético, uma vez que utiliza menos energia que outros modais para transportar a mesma carga pela mesma distância. Hoje, cerca de 95% do transporte de etanol no Brasil ainda é feito por rodovias, o que gera impactos consideráveis em custos e cria enormes gargalos logísticos, sem contar com os impactos ambientais e sociais. Com o duto, o Brasil ganhará competitividade em relação a outros mercados. A previsão é que os serviços da Uniduto poderão ajudar a reduzir os custos com o transporte do etanol em aproximadamente 20%.

Além disso, um estudo da Secretaria de Desenvolvimento simulou o impacto das emissões de gases de efeito estufa para um alcoolduto com capacidade de movimentar cerca de 12 milhões de m³/ano, onde obteve a retirada de 266 mil viagens de caminhões-tanque das rodovias e a redução com gastos públicos anuais na área de saúde (prevenção de acidentes e doenças respiratórias) em cerca de R$ 27 milhões.

O projeto também prevê a integração com ferrovias e hidrovia: o terminal de Botucatu permitirá a interação com o transporte rodoviário e ferroviário, alcançando a produção do norte do Paraná; o de Anhembi, que inclui a instalação de um porto, permitirá a interação com o transporte rodoviário e hidroviário – realizado na Hidrovia Tietê-Paraná, que, com seus 1.200 km navegáveis, ajudará a escoar a produção do etanol de parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; já a base de Serrana ajudará a escoar, além da grande produção dessa região do Estado de São Paulo, parte do etanol produzido em Goiás e no Triângulo Mineiro (MG), por meio da integração com rodovias e ferrovia.

A base a ser instalada em Santa Bárbara d’Oeste será uma unidade concentradora, permitindo também a captação rodoviária. A chegada do etanol a ser exportado pelo porto de Guarujá será feita por intermédio dos dutos, evitando a utilização de caminhões na descida da Serra do Mar. A navegação de cabotagem – feita pela costa brasileira – ajudará a transportar o etanol para outras regiões, como Sul e Nordeste.

Criada em 2008 por um grupo de produtores de etanol que representam um terço da produção nacional, a Uniduto é composta por um grupo de mais de 80 usinas ligadas a 10 grandes grupos brasileiros produtores de etanol, a maioria instalada no Estado de São Paulo, responsável por 60% da produção nacional. Atualmente, o projeto está em análise para obtenção de licenciamento ambiental. A expectativa é que as obras de construção da dutovia tenham início no segundo trimestre de 2011.

O protocolo de intenções é resultado das atividades do Grupo de Trabalho da Rede Paulista de Dutos, criado pelo Decreto Estadual 53.048/2008. O grupo é composto por sete secretarias de Estado, sob coordenação da Secretaria de Desenvolvimento, que teve como objetivo elaborar um plano de implantação de dutovias no Estado de São Paulo.

Da Secretaria de Desenvolvimento