Governo assina protocolo de intenções com ONGs para fortalecer ações do sistema de proteção escolar

Parceria com as ONGs Ashoka Brasil e United Way Brasil e a iniciativa privada vão promover educação empreendedora nas escolas da rede estadual

qua, 10/11/2010 - 11h00 | Do Portal do Governo

O Governo assina nesta quarta-feira, 10, no Salão Nobre da Secretaria de Educação, um protocolo de intenções com as ONGs Ashoka Brasil e United Way Brasil para implantação da educação empreendedora nas escolas da rede estadual. O objetivo é fortalecer as ações do Professor Mediador Escolar e Comunitário, que integra o Sistema de Proteção Escolar da Secretaria, disseminando valores como autonomia, criatividade e a cidadania dentre os estudantes.

“Ambas são organizações da sociedade civil reconhecidas internacionalmente por ações de desenvolvimento comunitário e de promoção de técnicas e valores de empreendedorismo juvenil e somarão essa experiência às atividades que temos desenvolvido em nossas escolas por meio do Sistema de Proteção Escolar”, diz o secretário da Educação, Paulo Renato Souza.

A metodologia será aplicada pelo Professor Mediador Escolar e Comunitário, proporcionando aos estudantes conhecimento sobre assuntos relacionados ao empreendedorismo, a partir de técnicas de criação e de gestão de projetos, como metas, custos, prazos e estudos de viabilidade, entre outros. Além de estimular a criatividade e a autonomia dos jovens empreendedores, o intuito é promover a cidadania, resgatando a individualidade dos alunos e ao mesmo tempo evidenciando a importância da colaboração entre colegas no desenvolvimento de um empreendimento.

O protocolo ainda prevê a participação de empresas da iniciativa privada. Dessa forma, os estudantes receberão capacitação específica, focada nas competências da empresa parceira, sendo preparados para a realidade do mercado de trabalho.

A cerimônia de assinatura do protocolo contará com a presença de representantes da Intel, Goodyear e Price Waterhouse Coopers, que já demonstraram interesse em participar do projeto.

A educação empreendedora já apresentou bons resultados nas escolas públicas do Ceará, onde a Ashoka atua desde 2008 em parceria com a Secretaria de Educação do Estado. Algumas escolas públicas de São Paulo também experimentaram a metodologia, como a Escola Estadual Buenos Aires, localizada em Santana, na Zona Norte da Capital. “É um projeto muito bom, que desperta no jovem para o mercado de trabalho e para a vida. Também percebemos uma integração maior entre os alunos envolvidos”, afirma a diretora da E.E. Buenos Aires, Plantina Fernandes Melo.

Levantamento feito pela ONG junto aos estudantes que participaram do projeto indicou que 82% desenvolveram e se conscientizaram de suas habilidades, competências e talentos; 71% acreditam assumir hoje uma posição de liderança na comunidade; 61% manifestam que o projeto elevou a auto-estima e a desenvoltura para se expor e argumentar; 25% escolheram se tornar educadores e multiplicadores do programa.

O levantamento também ouviu diretores e professores envolvidos. Para 84% deles, houve maior integração entre jovens e professores. Outros 67% acreditam que o programa contribuiu para a construção de um novo modelo educacional que valoriza os talentos da juventude.

Entre outros pontos observados, verificou-se que os participantes se mostraram mais interessados e engajados nas atividades da escola. Eles demonstraram maior consciência de seu poder pessoal e liderança, de suas habilidades, competências e talentos, além de se sentirem mais preparados para ingressar no mundo do trabalho.

Sobre o Sistema de Proteção Escolar

No início de 2009, a Secretaria da Educação implementou na rede estadual de ensino o Sistema de Proteção Escolar, definido por um conjunto de ações, métodos e ferramentas que visam a disseminar e articular práticas voltadas à prevenção de conflitos no ambiente escolar, à integração entre a escola e a rede social de garantia dos direitos da criança e do adolescente e à proteção da comunidade escolar e do patrimônio público.

A etapa inicial do sistema foi focada principalmente na adoção do Manual de Proteção Escolar e Promoção da Cidadania e das Normas Gerais de Conduta Escolar, dois importantes instrumentos que servem de referência para a convivência no ambiente escolar. Distribuídos a todas as escolas da rede, os materiais trazem, de forma padronizada, normas de conduta e procedimentos que devem ser adotados pelas escolas estaduais diante de situações de conflito. São ferramentas que permitem orientar e qualificar a atuação de professores, diretores e funcionários sobre como proceder diante de ocorrências que oferecem risco à comunidade escolar.

Outra ação que integra o Sistema de Proteção Escolar é Registro de Ocorrências Escolares (ROE), um boletim eletrônico criado para acompanhar as ocorrências no ambiente escolar e dar suporte aos gestores para que medidas adequadas sejam tomadas. O sistema fica disponível na internet para que os diretores das escolas notifiquem à Secretaria da Educação possíveis ocorrências envolvendo o público escolar, a escola e seu entorno.

No início de 2010, todas as diretorias de ensino e escolas da rede também receberam um manual intitulado “Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz”, que trata da violência física ou psicológica e de manifestações de discriminação contra alunos, o chamado bullying. O material é utilizado por diretores, coordenadores pedagógicos e professores das escolas com o objetivo de combater a prática nas unidades escolares. Para reforçar a ação, a secretaria desenvolveu ainda um plano para a capacitação de professores contra o bullying, realizado por intermédio da Rede do Saber, sistema online que interliga a comunicação na rede estadual de Educação.

No segundo semestre de 2010 foram selecionados e capacitados 1.100 professores da rede estadual para atuarem nas escolas estaduais como Professor Mediador Escolar e Comunitário. O Professor Mediador é um educador de proximidade que realiza uma ação educativa relacionada à promoção da cultura de paz nas escolas estaduais, por meio de métodos de resolução pacífica de conflitos e de estudos sobre os fatores de risco e vulnerabilidade que possam expor os alunos a situações de conflito. Nesta primeira etapa, 1.000 das 5.300 escolas da rede foram atendidas com base em mapeamento de unidades e regiões de maior vulnerabilidade, segundo dados do ROE. A ação será expandida para toda a rede gradualmente.

Da Secretaria da Educação