O governador José Serra assinou nesta quinta-feira, 12, em Washington, nos Estados Unidos, dois contratos de empréstimo com o Banco Mundial (BIRD) no valor de US$ 645 milhões e outro no valor de US$ 10 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os empréstimos vão dinamizar o transporte público no Estado, um setor estratégico para o desenvolvimento de São Paulo, por meio da aquisição de 57 novos trens e de sistemas de sinalização e controle de via, telecomunicações, energia, rede aérea e via permanente para o Metrô e para a CPTM.
“Conseguimos financiamento para a Linha 5, da Chácara Klabin ao Largo 13. Até o fim do governo teremos 26 quilômetros de Metrô”, disse o governador José Serra em Washington. “Normalmente esses empréstimos demoram 30 meses para serem liberados. E esse foi liberado em nove meses”.
O primeiro contrato com o BIRD prevê a aplicação de US$ 550 milhões em trens e sistemas do transporte metroferroviários da região metropolitana da capital. Já o segundo firma um empréstimo adicional de US$ 95 milhões destinado à Linha 4 (Linha Amarela) do Metrô – decorrente da valorização do real frente ao dólar – para as obras de ligação do bairro paulistano da Luz à Vila Sônia. Com o BID, o governador também assina contrato de empréstimo de US$ 10 milhões para o projeto de arranjos produtivos locais – uma parceria com a Fiesp e o Sebrae-SP que também vão investir o mesmo valor.
O Estado de São Paulo pagará o empréstimo ao Banco Mundial – um total de US$ 645 milhões – com juros de 2,82% ao ano e a amortização será em 20 anos – a carência é de 5 anos e o desembolso em até 48 meses (4 anos). A comissão do banco para abertura do crédito é de 0,25%. Ao BID – US$ 10 milhões –, o Governo paulista pagará juros de 2,62% ao ano e a amortização será em 16 anos – a carência é de 5 anos e o desembolso em 48 meses (4 anos). A comissão do banco para abertura do crédito é também de 0,25%.
Mais trens
Com estes recursos, o Governo paulista vai adquirir 40 composições novas para a CPTM distribuídos na Linha 7 (Rubi) e na Linha 12 (Safira) – antigas Linhas A e F –, e, 17 composições novas para o Metrô para atender a Linha 1 (Azul) e Linha 3 (Vermelha). O Plano de Expansão dos Transportes Metropolitanos 2007-2010, no valor de mais de R$ 17 bilhões, é o maior investimento já feito no setor por uma Administração paulista. Este Plano de Expansão receberá ainda recursos da prefeitura da cidade de São Paulo.
A aquisição de novos trens, que serão entregues à população entre novembro de 2009 e setembro de 2010 vai: diminuir em 25% o tempo de viagem; aumentar em cerca de 33% a oferta de lugares; melhorar o nível de conforto da população reduzindo dos atuais 10 passageiros por metro quadrado para 6 passageiros por metro quadrado na Linha 7; e de 8 passageiros por metro quadrado para 6 passageiros/por metro quadrado na Linha 12 da CPTM. No Metrô, a redução será de 7 passageiros por metro quadrado para 6 passageiros por metro quadrado na Linha 1, e, de 8 para 6 passageiros por metro quadrado na Linha 3.
Também haverá redução do tempo de espera entre trens dos atuais 8 minutos para 4 minutos nas Linhas 7 e 12 da CPTM; e, no Metrô dos atuais 109 segundos para 95 segundos na Linha 1, e de 101 segundos para 80 segundos na Linha 3. Isso significa redução de 28 milhões de horas de deslocamentos; diminuição de 700 acidentes de trânsito/ano; além de reduções significativas na emissão de poluentes e na economia no consumo de combustíveis fósseis.
Ao melhorar as condições da CPTM e do Metrô na região metropolitana da Capital, haverá um aumento da procura por estes meios de transporte coletivo. Com o aumento da oferta de lugares, espera-se um acréscimo de passageiros transportados, passando de 433 mil passageiros/dia útil para 660 mil passageiros/dia útil nas Linhas 7 e 12 da CPTM – incremento de 52,4%. No Metrô, de 1.963 mil passageiros/dia útil para 2.647 passageiros/dia útil nas Linhas 1 e 3 – incremento de 34,8%.
Durante viagem à capital norte-americana o governador também assina contrato de empréstimo adicional de US$ 95 milhões para a Linha 4 (Amarela) do Metrô – decorrente da valorização do real frente ao dólar. O recurso faz parte de um investimento total de US$ 190 milhões e será destinado à obra de ligação do bairro paulistano da Luz à Vila Sônia.
Arranjos produtivos locais
O Programa de Fortalecimento da Competitividade das Empresas Localizadas em Arranjos Produtivos Locais do Estado de São Paulo será executado pela Secretaria de Desenvolvimento em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP) e Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os investimentos serão da ordem de US$ 20 milhões, sendo US$ 10 milhões com recursos de financiamento conseguido junto ao BID. Contrapartida de igual valor será aportada pelo Sebrae-SP, para execução do programa durante 36 meses.
O objetivo é aumentar a competitividade das empresas que fazem parte dos Arranjos Produtivos Locais (APL) do Estado, buscando incrementar a produtividade e a eficácia coletiva. O programa visa também incrementar a coordenação empresarial e institucional para a adoção de práticas competitivas nas empresas dos Arranjos Produtivos paulistas. Neste sentido já foi criada a Rede Paulista de APL e sua responsabilidade é estabelecer as diretrizes estratégicas e táticas para o seu fortalecimento.
O projeto será desenvolvido em 15 APLs espalhados pelo Estado, financiando atividades divididas em quatro grupos principais. A primeira visa sensibilizar a comunidade empresarial sobre as potencialidades e benefícios relacionados à cooperação industrial e mobilizá-la para a ação coletiva. O segundo momento provê a elaboração de planos estratégicos onde serão estabelecidos os desafios competitivos que enfrentam cada um dos APLs e as ações necessárias para sua superação. A fase seguinte prevê a implementação dos planos estratégicos e a quarta o monitoramento, avaliação e difusão dos conhecimentos adquiridos.
Da Redação
