Governo anuncia programa de financiamento para equipamentos e implementos agrícolas

Parceria com Banco do Brasil financiará até R$ 35 mil por produtor

seg, 26/04/2010 - 14h10 | Do Portal do Governo

(Atualizado às 16h44)

O Governo do Estado de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 26, durante a abertura da Agrishow 2010, o Pró-Implemento, que financiará equipamentos e implementos agrícolas a juro zero. A novidade é uma parceria com o Banco do Brasil.

“É uma ação complementar ao Pró-Trator, que financia tratores de menos de 50 cavalos a 120 cavalos. O programa funciona nas mesmas condições: juro zero, prazos de cinco anos e três anos de carência. Agora, o produtor paulista pode ter o kit completo a juro zero”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio.

O Pró-Implemento financiará com um teto de R$ 35 mil por produtor implementos como pulverizadores, subsoladores, grades e arados, além de equipamentos como resfriadores de leite. O agente financeiro será o Banco do Brasil, com R$ 25 milhões vindos dos chamados R.Os (recursos obrigatórios), com taxas de juros de 6,75% ao ano. Com o convênio a ser celebrado, dentro de um mês, o produtor terá o juro subvencionado pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista da Secretaria (Feap). Nesta primeira fase, são R$ 6 milhões para a subvenção.

Os beneficiários são pequenos e médios produtores paulistas com renda bruta anual de até R$ 400 mil, sendo que 80% da sua renda deve vir da atividade agropecuária.

O Pró-Implemento complementa o Pró-Trator e ainda completa algumas outras linhas de financiamento que o Feap desenvolve com juros de 3% ao ano, como financiamento de máquinas de plantio direto, equipamentos para as diversas cadeias produtivas, como irrigação, tanques de resfriamento, secador de café e máquinas e equipamentos comunitários para cooperativas.

Financiamento para setor da borracha

Pela primeira vez, o Banco do Brasil oferece uma linha de financiamento para o setor da seringueira. O lançamento aconteceu com a presença do secretário  João Sampaio e do vice presidente de agronegócios do Banco do Brasil, Luis Carlos Guedes Pinto, produtores de borracha natural e equipe técnica do Banco do Brasil.

O Banco do Brasil colocou R$ 20 milhões à disposição do produtor paulista, com juros de 6,75% ao ano.  A grande novidade está nos prazos de pagamento. Por causa do ciclo produtivo da seringueira, o produtor terá até 12 anos para pagar e até sete anos de carência. A árvore da seringueira só começa a produzir a partir do sétimo ano, sendo o auge da coleta aos nove e dez anos. O teto de financiamento será de R$ 100 mil por tomador, limitado a R$ 7 mil por hectare.

Segundo o secretário João Sampaio, esta é uma reivindicação antiga do setor e que a disposição do Banco do Brasil dará um novo impulso aos novos plantios no estado. “Foi uma luta de anos. Devido ao ciclo produtivo da árvore, era muito difícil conseguirmos crédito para o desenvolvimento de um seringal”, afirmou Sampaio.

Para o vice presidente do BB, a linha é uma novidade e desafio para o banco. Segundo ele, a oferta de recursos à heveiultura fortalece a cadeia e estimula o aumento da produção no Estado de São Paulo, além de ser uma alternativa às fontes não renováveis de borracha sintética. “Se houver demanda, ampliamos os recursos”, disse Guedes.

O setor da borracha natural cresce no estado de São Paulo. Hoje são 77 mil hectares cultivados, comparados a 40 mil hectares em 1996, o que corresponde atualmente a 60% da produção nacional. O Brasil é um grande importador do produto, já que a produção fica na casa das 100 mil toneladas por ano e o consumo cresce e chega a quase 400 mil toneladas. “Portanto, há um enorme potencial a ser explorado pelo produtor. Além disto, a seringueira se desenvolve bem em algumas regiões do estado”, afirmou Sampaio.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento