O encerramento da 30ª Mostra Internacional de Cinema aconteceu no Auditório do Ibirapuera
Governador Cláudio Lembo durante discurso no encerramento do Festival
Lembo com o ator Milton Gonçalves e o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Kalil
O governador Cláudio Lembo esteve na noite desta quinta-feira, dia 02, no Auditório do Ibirapuera, para acompanhar o encerramento da 30ª Mostra Internacional de Cinema, iniciada em 20 de outubro.
Lembo foi o primeiro governador do Estado a estar presente na Mostra. “Fazer um festival de cinema no terceiro mundo durante trinta anos, é coisa de quem tem muita garra, muita vontade”, destacou o governador referindo-se aos organizadores da Mostra.
Lembo aproveitou a ocasião para chamar a atenção dos políticos sobre a fuga da realidade social. “Os políticos estão levantando muros por toda à parte. Vocês do cinema tem que destruir esses muros, tem que mostrar a realidade. A realidade é muito mais amarga do que se imagina. Então vocês, com a imagem, poderão mostrar a realidade social, particularmente da América Latina. E a consciência do muro só será viva através do cinema”, frisou o governador.
No Festival, foi entregue o prêmio Bandeira Paulista para o filme ‘O cheiro do ralo’, dirigido por Heitor Dhalia, eleito o melhor do festival.
Outro destaque da Mostra deste ano foi o Prêmio Petrobras Cultural de Difusão que distribuiu R$ 600 mil em prêmios, sendo R$ 400 mil para longa de ficção e R$ 200 mil para longa documentário. O prêmio é o maior já concedido em um festival de cinema no País e foi criado pela Petrobras em comemoração aos 30 anos da Mostra.
O evento contou com o repasse de R$ 280 mil do Governo do Estado de São Paulo. A Secretaria da Cultura estima investir aproximadamente R$ 20 milhões no setor com recursos do programas de Fomento ao Cinema Paulista e de Ação Cultural.
Todos os longas brasileiros que foram exibidos na Mostra são inéditos em circuito comercial. Os vencedores foram eleitos por votação popular. Os 14 mais votados foram selecionados para serem assistidos por um Júri formado por Florinda Bolkan, Wolfgang Becker, Jorge Sánchez, Bahman Ghobadi, Lauro Escorel, Contardo Calligaris e José Maria Prado.
Após a entrega dos prêmios, foi exibida a versão restaurada do clássico Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, encerrando as atividades da Mostra de desse ano. A produção de 1960 conta com Grande Otelo e Jardel Filho em seu elenco.
Ao contrário dos anos anteriores, em que a Mostra reuniu a obra completa de grandes cineastas, na 30ª edição o evento se debruçou sobre um gênero: o cinema político italiano dos anos 60 e 70, conhecido na Itália como “cinema de empenho civil”.
Foram exibidos filmes dos cineastas representativos da época, como Marco Bellochio (De Punhos Cerrados, A China Está Próxima), Bernardo Bertolucci (Antes da Revolução), Ettore Scola (Feios, Sujos e Malvados; Nós que nos Amávamos Tanto), Dino Risi (Esse Crime Chamado Justiça), irmãos Taviani (Os Subversivos), Francesco Rosi (O Caso Mattei, Mãos sobre a Cidade) e outros.
No ano passado, a 29ª Mostra exibiu 50 longas e 18 curtas-metragens brasileiros. O Troféu Bandeira Paulista, outorgado pelo júri internacional da 29ª Mostra, foi concedido pela primeira vez a um longa brasileiro: “Cinema, Aspirinas e Urubus”, de Marcelo Gomes.
7º ano Festival da Juventude
Com o objetivo de tornar o cinema mais acessível aos alunos de escolas públicas, a Mostra, em parceria com a Secretaria Estadual da Educação, promove o 7º ano do Festival da Juventude. Serão realizadas sessões gratuitas no Memorial da América Latina, pré-agendadas com escolas estaduais destinadas aos estudantes secundaristas.
Carlos Prado / Manuela Sá
