Governador participa da cerimônia de tombamento do prédio da Esalq em Piracicaba

Processo de tombamento foi iniciado em 1983 por uma ex-aluna da Esalq que ficou impressionada com a arquitetura do local

ter, 12/12/2006 - 17h47 | Do Portal do Governo

O governador Cláudio Lembo participou na tarde desta terça-feira, dia 12, da cerimônia que marcou o tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) do prédio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba.

O processo de tombamento foi iniciado em 1983 por uma ex-aluna da Esalq que ficou impressionada com a arquitetura do local. A construção do prédio teve início em 1889, mesmo ano em que o país tornou-se República.

Em seu discurso, o governador Cláudio Lembo ressaltou a importância de preservar-se um prédio como o da Esalq. Para Lembo, o Brasil atravessa uma crise de identidade ao menosprezar sua história.

“Um país que não preserva seus documentos históricos é uma nação que não tem futuro. O Brasil está perdendo sua identidade e querendo ser internacional sem mesmo ter sido nacional. Quem não é bom na sua própria aldeia não é bom em lugar algum”, observou Lembo.

Ele destacou a agilidade no processo de tombamento feito pelo Condephaat que durou pouco mais de 90 dias . “Quando há vontade política e empenho das pessoas as coisas acabam acontecendo”, avaliou.

Lembo elogiou, ainda, o ato de Luiz de Queiroz que cedeu no início do século XIX a área ao governo do Estado para a construção da Esalq. “Se o capitalismo brasileiro tivesse continuado essa mesma cena de Luiz de Queiroz, certamente este país seria diferente. No passado ele pensou em uma escola de agricultura que mudou o Brasil”, afirmou o governador. “Se São Paulo continua na vanguarda, um dos motivos é esta escola”, completou.

O presidente do Condephaat, Carlos Alberto Dêgelo, informou que a Esalq é o primeiro prédio tombado na sua gestão. “Temos neste prédio valores incorporados pela sociedade. Estamos apenas formalizando estes valores”, frisou Degelo.

Com o ato, o conjunto arquitetônico e ambiental da Esalq passa a ser considerado patrimônio protegido pelo estado, através do Condephaat. Localizado a três quilômetros da entrada de Piracicaba, o campus tem uma área de 3.825 hectares. A construção inclui salas de aula, estações experimentais, laboratórios, usina de açúcar e divisões administrativas.

O paisagismo do campus é formado por centenas de espécies nativas e exóticas de vegetais. Os canteiros permitem aulas praticas dos cursos, além contribuir com a arborização e com microclima da região. Telas, retratos e bustos de pessoas importantes que passaram pela escola também embasam o tombamento do complexo.

Na área acadêmica e de pesquisa, a Esalq é referência mundial em ensino e conta com intercâmbios e convênios realizados com entidades do mundo todo. Foi a primeira universidade do Brasil a oferecer curso de pós-graduação, em 1964. A Esalq é considerada um centro de excelência no ensino de graduação e pós-graduação nas áreas de ciências agrárias, ambientais e sociais aplicadas.

Participaram da cerimônia o secretário da Cultura, João Batista de Andrade, a reitora da Universidade de São Paulo (USP), Suely Vilela, o diretor da Esalq, José Roberto Postali Parra, o prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, entre outras autoridades.

Esalq

A escola nasceu do idealismo de Luiz de Souza Vicente Queiroz que doou ao governo de São Paulo em 1892 a fazenda São João da Montanha, sob a condição de que no local fosse construída uma Escola Agrícola. Em maio de 1901 as matrículas foram abertas dando início ao ano letivo. No ano de 1931, a instituição recebeu o nome de “Luiz de Queiroz” e três anos depois passou a integrar a USP como unidade fundadora.

Cleber Mata