Governador Mário Covas realiza exames no Incor

Resultados serão analisados nos próximos dias pela equipe médica do governador

sex, 12/01/2001 - 20h36 | Do Portal do Governo

Resultados serão analisados nos próximos dias pela equipe médica do governador

O governador Mário Covas esteve no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor-HC/FMUSP) nesta sexta-feira, dia 12, onde foi submetido a exames de diagnóstico que incluíram ressonância magnética de corpo inteiro. Os exames de imagem indicaram sinais de discreto aumento da pressão intracraniana, sendo necessária a realização de exame complementar do liquor – o líquido que banha a medula e o cérebro. O objetivo é buscar a causa das fortes dores de cabeça e da dificuldade motora que Covas apresentou nos últimos dias.

Veja a seguir alguns trechos da entrevista coletiva do infectologista David Uip e do oncologista Ricardo Brentani, médicos que integram a equipe que atende o governador:

Ricardo Brentani – O governador foi submetido a um exame de ressonância magnética que revelou pressão intracraniana o que explica os sintomas que ele vinha apresentando nos últimos dias. Em função desse achado, fizemos um exame de liquor, o líquido encéfalo raquidiano. Os resultados completos devem sair na próxima semana, quando deveremos definir o diagnóstico e depois a orientação terapêutica. Enquanto aguardamos, decidimos suspender a imunoterapia.

Pergunta – Pode ser um novo tumor?

Brentani – Não sei. Vamos aguardar os resultados.

Pergunta – Pode ser efeito da imunoterapia?

Brentani – Não. Não há nenhuma razão para pensar isso.

Pergunta – Porque a imunoterapia foi suspensa?

Brentani – Porque queremos saber a causa desse aumento da pressão craniana.

David Uip – O que nos interessava hoje era tentar um diagnóstico das causas dos sintomas e conseguimos. A pressão explica a dor de cabeça e a dificuldade de andar. O exame de liquor pode detectar a existência de células aumentadas, proteínas aumentadas, glicose, microorganismos, fungos, etc. Pode determinar se há ou não células malignas. A ressonância não demonstrou outra forma de recidiva de tumor. Eu quero explicar uma coisa: vocês viram como o governador se locomoveu na saída (falando da cadeira de rodas). A ressonância magnética é um exame muito chato. Para vocês terem uma idéia, 30% das pessoas não conseguem fazer. É um exame que os claustrofóbicos se negam a fazer. Então, optamos pela anestesia geral e esse exame demorou quatro horas. Ele começou às 10 horas da manhã e acabou às quatro da tarde. Depois foi colhido o liquor e, em seguida, ele foi para o quarto para recuperar-se parcialmente da anestesia. Por isso, teve alta no período da tarde e saiu na cadeira de rodas.

Pergunta – Que medicamentos o governador está tomando?

Uip – Agora, ele está tomando um antiinflamatório potente para tentar diminuir um pouco a dor, e mais um medicamento que protege o estômago da ação dessa droga.

Pergunta – Algum medicamento para diminuir a pressão intracraniana?

Uip – Não. Ele está com recomendação formal da equipe médica de descansar nesse sábado e domingo. Não tem nenhum outro exame previsto. Ele vai tomar um medicamento a base de corticóide, que é o antiinflamatório para tentar diminuir a pressão levemente aumentada.

Pergunta – A equipe está preocupada?

Uip – Não. A equipe está em fase de investigação.

Pergunta – Ele vai ter de deixar o cargo de governador?

Uip – As decisões de governo são dele. Não são nossas. O conselho médico é repouso sábado e domingo.

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