O governador José Serra tomou posse, na tarde desta segunda-feira (1º/01), na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. A cerimônia de posse durou cerca de uma hora e foi presidida pelo deputado Rodrigo Garcia, presidente da Casa.
Serra prometeu cumprir a constituição federal e do Estado de São Paulo e observar as leis. Em seguida, Garcia declarou o economista José Serra empossado no cargo de governador do Estado de São Paulo.
Os deputados estaduais Fausto Figueira e Geraldo Vinholi, 1º e 2º secretários da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, assinaram o livro de posse, junto com Rodrigo Garcia. O vice-governador Alberto Godman foi empossado logo após.
Durante a cerimônia, Serra fez um discurso em que ressaltou a importância da boa relação entre os poderes. “Aqui teremos a interlocução necessária para fazer de São Paulo um exemplo de políticas sócias responsáveis e inclusivas, de batalhas pela segurança, pelo emprego e o desenvolvimento de solidariedade ao Brasil e suas regiões”, observou. “Meu governo vai procurar convencer e não cooptar”, completou.
Ele destacou, também, que espera encontrar uma oposição disposta a dialogar e apresentar propostas para um governo, cujo resultado, atenda as necessidades dos paulistas.
Na avaliação de José Serra, o Brasil atravessa um período de crise de valores. “Trata-se de uma crise moral que prospera numa economia onde faltam empregos e sobra estagnação. Crise política que se alimenta da teimosa incoerência entre discursos e ações na vida pública”, criticou. Ele também aproveitou a ocasião para lembrar do papel de um democrata à frente de um mandato.
O governador deixou claro, no discurso, que ser ético significa, entre outras coisas, evitar o loteamento de cargos, que provoca a ineficiência da maquina pública e estimula a corrupção. “Não fizemos loteamento no primeiro escalão, não estamos fazendo nem faremos loteamento no segundo escalão”, afirmou.
Serra propôs uma ação pela ética, desenvolvimento, justiça social e solidariedade no Brasil. “Sem cooptação nem barganhas fisiológicas, com uma situação responsável e uma oposição sadia”, destacou o governador.
Segundo o governador o desenvolvimento e a justiça social em São Paulo exigem uma relação cooperativa entre os poderes, diálogo com a sociedade e proximidade com os municípios. “Exigem prioridade à segurança das pessoas, que passa pelo enfrentamento do crime organizado. Exige prioridade absoluta à saúde e à educação. Assistência aos mais pobres e vulneráveis e a valorização dos direitos humanos. Exige a coordenação dos grandes investimentos em infraestrutura, para abrir oportunidades ao investimento privado e à geração de empregos”, listou Serra.
Ele disse que assume o governo consciente da responsabilidade do Estado para com o país. “Jamais seremos indiferentes às questões nacionais. Temos um quarto da população brasileira, um terço do PIB e mais de 40% da indústria. Aqui são recolhidos até a metade dos principais tributos federais. Para que o Brasil vá bem, é preciso que São Paulo vá bem. Para que São Paulo vá bem, é preciso que o Brasil vá bem”, declarou.
A cerimônia de posse foi encerrada com uma revista às tropas feita pelo governador do Estado de São Paulo.
Veja a íntegra do discurso de posse na Assembléia Legislativa
Cleber Mata / André Muniz