Presidente da Febem explica detalhes do projeto
Governador examina projeto que vai mudar a cara da região
Neste local havia uma das unidades demolidas
Lembo explica aos jornalistas os projetos da Febem
Em companhia de diretores da Febem, governador visitou todo o complexo do Tatuaoé
Prédio tombado pelo Patrimônio Histórico será preservado e restaurado
Ao vistoriar o andamento da desativação do Complexo Tatuapé na Febem neste domingo, dia 10, o governador Cláudio Lembo foi informado pela presidente da Febem, Berenice Giannella, que em outubro serão iniciadas as obras de demolição das unidades restantes para a implementação de uma grande área de lazer, o Parque do Belém.
Com uma área de 255 mil metros quadrados, o Complexo Tatuapé chegou a ter 18 unidades de internação, onde cerca de 1.500 funcionários eram responsáveis pelo atendimento de mais de 1.200 jovens. A população do Complexo chegou a ser superior a de vários pequenos municípios. Dez unidades já foram desativadas e demolidas.
O governador percorreu todo o enorme complexo e informou que duas novas unidades da Febem serão inauguradas nos próximos dias: a de Taquaritinga nesta sexta-feira e a de Rio Claro, no final do mês. Lamentou a atitude de alguns prefeitos que criam dificuldades para a criação de unidades para menores em seus municípios. Falta a eles sensibilidade social, trata-se de um bloqueio egoísta, uma atitude horrível, inumana”.
Dez novas unidades deverão ficar prontas até o final do ano, abrindo quase 600 novas vagas e liberando os interno do complexo Tatuapé. De acordo com a Berenice Giannella, as unidades recentemente inauguradas por Lembo ainda não estão com a lotação completa e há vagas sobrando no Interior. “Em nenhuma unidade da Febem estamos com as vagas acima da capacidade – um fato inédito no País, já que todos os estados estão com falta de vagas”, destacou.
Primeira etapa – Para a implantação da primeira etapa do parque, mais duas unidades serão retiradas. Essa fase ocupará 80 mil metros quadrados da área do Complexo. O projeto prevê a implantação de uma praça de acesso, com marquise – a entrada principal do parque; e de uma portaria, que abrigará um mirante de onde será possível ver boa parte do parque. Além disso, está prevista a construção de uma ciclovia, que terá início na Praça de Acesso e cortará todo parque. Estão previstos ainda a preservação e o manejo da vegetação arbórea existente e a implantação de áreas gramadas.
As seis quadras esportivas que eram utilizadas pelos internos da Febem serão recuperadas e receberão conjuntos de árvores nas proximidades para proporcionar sombra e área para descanso e circulação. Também serão criados dois playgrounds com diversos brinquedos para atender às crianças e, em meio à vegetação, um coreto. Quando completamente construído, terá uma área de 255 mil metros quadrados e vai beneficiar a população da Zona Leste da Capital. O Parque do Belém segue o exemplo do que já foi feito com o Complexo Imigrantes da Febem, que deu lugar ao Parque Estadual Fontes do Ipiranga (Pefi), e a Casa de Detenção do Carandiru, que foi demolida e transformada no Parque da Juventude.
O Complexo
Criado para receber jovens abandonados ou que tivessem cometido algum crime, no início da década de 1900, o Complexo Tatuapé foi implantado na Chácara do Belém. Naquela época, a área, que ficava bem distante do centro da cidade, foi cedida ao Estado e em pouco tempo foi erguido um pequeno prédio para abrigar um instituto disciplinar para jovens. A construção foi batizada de Escola Correcional.
Esse prédio, que é preservado pelo patrimônio público, será mantido e restaurado e abrigará algumas atividades relativas ao parque, como por exemplo, salas de administração, vestiários, enfermaria, sala do programa Acessa São Paulo (acesso gratuito à internet), sala de multiuso, sala para contratados (limpeza e manutenção do prédio) e sanitários públicos.
Também serão preservados os edifícios do antigo Reformatório das Meninas e Casa do Diretor, construídos na década de 1930, e da antiga Escola do Belenzinho, da década de 1920. Ainda não há caracterização de uso dessas construções, já que estão incluídos na 2ª etapa de implantação do parque, cujo projeto ainda está em discussão.
