Governador Cláudio Lembo visita o município de Cruzeiro

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sáb, 29/07/2006 - 16h15 | Do Portal do Governo

O governador Cláudio Lembo esteve na manhã deste sábado, dia 29, no município de Cruzeiro, região do Vale do Paraíba. Ele visitou o Mausoléu da cidade, o Centro Cultural Rotunda, o Museu Major Novaes e o túnel da Mantiqueira.

No Mausoléu de Cruzeiro, construído em 1932, Lembo depositou flores em homenagem aos 18 soldados mortos durante a Revolução Constitucionalista. O governador destacou a importância da luta dos soldados paulistas. “O povo que perde a sua história é um povo que perde a sua dignidade. Nós só vamos ter efetivamente uma nação próspera e digna quando tivermos a coragem de nos identificarmos com aqueles que morreram por um ideal”.

Estudantes do Curso de Direito da Universidade de São Paulo acompanharam o governador durante a visita ao Mausoléu de Cruzeiro.

Em seguida, Cláudio Lembo foi ao Centro Cultural Rotunda, construído em 1930, por Carlos Rossetti e engenheiros da Rede Sul Mineira de Viação, com capacidade para abrigar até 15 locomotivas.

O prédio possui forma semicircular e foi uma das primeiras construções de concreto armado da cidade. Durante a Revolução de 32, as instalações do prédio serviam de abrigos para os soldados, manutenção e manobras de locomotivas e vagões.

Hoje, o Centro Cultural conta com exposições fotográficas, réplicas de locomotivas e abriga a Biblioteca Municipal Profª Marlene Sampaio Pinto. No local, ocorrem cursos de teatro, artes plásticas e caricatura, além de culinária, crochê, bordado e artesanato para famílias carentes. Os cursos são feitos em parceria com o projeto Renda Cidadã e a Secretaria de Assistência Social.

O governador visitou também o Museu Major Novaes, erguido em uma fazenda cuja casa sede foi construída em 1815. O Major Novaes era compadre de D. Pedro II, que visitava o local constantemente.

Ele terminou a visita ao município de Cruzeiro caminhando pelo Túnel da Mantiqueira. Em julho de 1932, o túnel encravado nas montanhas entre as cidades de Cruzeiro (SP) e Passa Quatro (MG) se transformou em um sangrento campo de batalha.

De um lado, rebeldes paulistas; do outro, soldados mineiros sob ordens de Getúlio Vargas. Esse lugar altamente estratégico entraria para a História como o mais importante front da Revolução Constitucionalista.

O Túnel da Mantiqueira, uma das últimas grandes obras do Império, foi inaugurado em 1884. Tratava-se de um portento de engenharia: 997 metros de comprimento sob a Serra da Mantiqueira. Graças a ele, a produção agrícola do sul de Minas – sobretudo o café – podia chegar mais facilmente de trem ao Rio e a São Paulo.

Foi exatamente por servir de atalho bem no meio da quase intransponível cadeia de montanhas que o local passou a ser cobiçado por exércitos de ambos os lados em 1932. Mais de cinco mil soldados governistas foram enviados para tentar tomá-lo das forças paulistas, que haviam ocupado a região logo que a revolução estourou, em 9 de julho.

Entre os combatentes, pelo lado do Governo Federal, estavam o então coronel Eurico Gaspar Dutra – futuro presidente do país – e o médico João Guimarães Rosa, que se tornaria anos depois um expoente da literatura nacional. Outro médico ficaria famoso ao retirar uma bala do crânio de um soldado em pleno túnel: o doutor Juscelino Kubitschek de Oliveira. Ele iniciaria ali os contatos pessoais que o fizeram deixar a medicina em favor da política.

Os paulistas acabaram derrotados na batalha da Mantiqueira e nas outras frentes de combate em 1932. Cláudio Lembo recordou que os paulistas lutaram no local contra outros brasileiros que não queriam a constitucionalização do país e, mesmo perdendo aquela batalha, saíram vitoriosos. “Hoje o Brasil está integrado em torno do estado de direito”.

Para o governador, todos que defendem a liberdade têm que ter sua luta registrada na história. “Neste local, que é tão aberto, a gente compreende então como foi o sofrimento daqueles paulistas que defenderam a constituição”, concluiu Lembo.