Antes do desfile da grife, governador conversa com outros convidados
?É interessante ver o Afro Reggae entrando nessa área com tanto sucesso”, afirmou o governador
Cerca de 30 integrantes do Afro Lata encantaram o público
As referências da grife partiram das comunidades onde o AfroReggae atua
O governador José Serra prestigiou, no início da noite desta quinta-feira, 14, a apresentação da grife AfroReggae, elaborada pelo estilista Marcelo Sommer e pelo Grupo Cultural AfroReggae, no desfile da coleção Primavera/Verão da São Paulo Fashion Week.
A grife foi desenvolvida para auxiliar na geração de recursos financeiros para o grupo cultural, uma organização não governamental sem fins lucrativos criada em 1993 cujo principal objetivo é o desvio de jovens do caminho do narcotráfico e do subemprego.
Serra elogiou o desfile. “Foi muito interessante. É um grupo auto-sustentável, melhora a auto-estima, dá um espetáculo bonito para todos. Além disso, é uma moda simples e criativa”, declarou o governador. E acrescentou: “É interessante ver o AfroReggae entrando nessa área com tanto sucesso. Não sou especialista, mas é bom ver como o grupo conseguiu extrapolar o espetáculo para entrar na moda”.
A instituição desenvolve projetos em quatro comunidades do Rio de Janeiro: Cantagalo, Complexo do Alemão, Parada de Lucas e Vigário Geral. Por meio de arte e cultura, o Grupo tem conseguido mudar a realidade das crianças, jovens e adultos assistidos pelo projeto.
As referências da grife partiram das comunidades onde o AfroReggae atua, em conceito de mistura com as cores do grafite de Nova Iorque e outras inspirações obtidas na estética das periferias, resultando em um diálogo entre a moda vista nas ruas e as principais tendências de moda e comportamento.
O público alvo da gripe são as pessoas conectadas em cinema, música e arte em geral. Uma estamparia foi especialmente desenvolvida para a grife. Cerca de 40 modelos desfilaram as criações da marca no SPFW , dividindo a passarela com enormes bonecos coloridos, que se moveram durante o desfile.
Depois que os modelos deixaram o palco do Auditório Ibirapuera, cerca de 30 integrantes do Afro Lata encantaram o público. A banda é formada por jovens de Vigário Geral que, à falta de instrumentos convencionais de percussão, começaram a tocar com pedaços de cabo de vassoura, latões de óleo, tonéis e baldes de plástico, transformando o lixo em instrumentos musicais. Com esse formato, o grupo se tornou uma das principais expressões do trabalho desenvolvido pelo AfroReggae na comunidade. O Afro Lata já viajou pelo Brasil e Europa.
Regina Amábile
