Goldman fala na inauguração de laboratório do IPT

Governador Alberto Goldman: Bom dia a todos. Esta é mais uma inauguração que nós estamos fazendo aqui, de um laboratório aqui no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Desse laboratório de missões […]

sáb, 24/04/2010 - 20h16 | Do Portal do Governo

Governador Alberto Goldman: Bom dia a todos. Esta é mais uma inauguração que nós estamos fazendo aqui, de um laboratório aqui no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Desse laboratório de missões eletromagnéticas, um dos mais eficientes, um dos melhores do mundo. Não gosto de falar que é do mundo, sempre parece que a gente está exagerando, eu também não conheço o mundo todo, não posso dizer que seja o melhor, mas vou acreditar no João (Fernando Gomes de Oliveira, diretor do IPT), que conhece mais do que eu. De qualquer forma, isso se insere dentro de um projeto de modernização, que foi levado dois anos, pelo João, ao (ex-) governador José Serra, dizendo a ele que era necessário se modernizar o IPT, transformar o IPT em um instrumento efetivo de inovação, de pesquisa, e tirar o IPT de funções que não são mais as dele, são centenárias, coisas que vão sendo feitas e que não há necessidade de se fazer, não é mais a função IPT e nunca talvez tenha sido a função do IPT real.

A função do IPT é pesquisa, é inovação, é isso que nós precisamos e o IPT tem essa marca, tem esse respeito, essa respeitabilidade, em todo o país e fora do país. É preciso transformar mesmo internamente o IPT, modernizando o IPT. E isso é uma série de fatores que passam por recursos humanos melhor preparados, que é o que está se fazendo, novos concursos, inclusive, de pessoal, e investimentos, porque nada disso se faz sem um grande volume de investimentos. Isso acabou sendo incorporado pelo governador (José Serra). Foi dito a ele, na época, que a cada ano a gente fazia um investimento de uns 5 milhões de reais. Nós fizemos um plano de 160 milhões de reais e o governador Serra disse: “Vamos adiante! Vamos adiante. Eu acredito…”. Estava naquela época, inclusive, de vender a Caixa Econômica do Estado para o Banco do Brasil, (Então Serra explicou:)”Nós vamos obter recursos, nós vamos ter recurso para fazer o investimento”. Isso significa que nós vamos transformar o que a Caixa Econômica, que é um patrimônio do Estado, mas que não é necessário existir para o Estado porque tem tantos bancos aqui, nacionais, hoje, públicos e privados, que a Caixa Econômica não tem nem capacidade de competição.

Então para que ter isso? Para que ter a Nossa Caixa na nossa mão se nós podemos transformar isso em outros investimentos, em bens também, patrimônio também? Aquilo lá não é dinheiro para jogar fora não, é dinheiro para se transformar este patrimônio que se tem em um outro patrimônio mais útil, que dê mais perspectivas ao Estado e ao país. E o investimento que nós estamos fazendo é um patrimônio, também um patrimônio com, evidentemente, muitos melhores resultados para o futuro desse Estado, para o futuro desse País.

Eu queria até aproveitar para falar sobre o futuro do Estado, o futuro do país, um pouco, na semana passada eu ouvi uma ilustre personagem política nacional, dizer que (O Estado de) São Paulo não estava se preparando, não estava preparado para o futuro. Tudo que se faz aqui, todo investimento que se faz aqui, não investimento para São Paulo, é muito mais do que para São Paulo, é para o Brasil. Tudo que se produz de inovação em pesquisa, tudo que se produz e avanços não são restritos a uma instituição, não são restritos a um Estado, são inovações e pesquisas que vão reproduzir no País. As pessoas que se formam, inclusive, aqui nas nossas universidades vão para o Brasil afora, não estamos limitados às nossas universidades aqui. Aliás, em termos de pesquisa, de investimentos em pesquisa. Fizeram agora há pouco tempo um seminário em que esses dados todos foram levantados, (ficamos sabendo que) o dispêndio em pesquisas e desenvolvimento total, público e privado, é de 1,52% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual. Em 2008, 1,52% estadual. No Brasil é 1,15%, quase vinte e tantos por cento abaixo. Quando eu falo 1,15% no Brasil, estou contando São Paulo no Brasil, porque se tirar São Paulo e só contar o restante do Brasil (o resultado) é 0,96%.

Portanto, nós temos um pouco menos do que o dobro de investimentos em pesquisas e desenvolvimento aqui no Estado de São Paulo em relação ao Brasil. Pesquisa e desenvolvimento no Estado de São Paulo, mas pesquisa e desenvolvimento no Estado de São Paulo para o Brasil, não se restringe ao Estado de São Paulo. Isso é público e privado, mas no dispêndio público, 64% de investimento público em pesquisa e desenvolvimento é feito pelo Estado e 36% pela União, é quase 2/3 e 1/3,  1/3 pela União e 2/3 pelo Estado. Portanto, esse é o esforço do Estado de São Paulo, preparando o Estado de São Paulo para continuar sendo aquilo que o Estado de São Paulo é, e preparando o Brasil para aquilo que nós todos queremos que o Brasil seja. Portanto, quem falou sobre esse assunto é gente, certamente, que não conhece São Paulo, não tem a mínima ideia do que é o Estado de São Paulo e deveria ter, evidentemente, mais responsabilidade quando cita coisas desse tipo.

Eu poderia citar outras áreas, poderia citar outras áreas onde a nossa responsabilidade de Governo estadual existe. Somos responsáveis pelas estradas, rodovias, não tem nada melhor no Brasil do que as nossas rodovias. Mas nós não somos responsáveis pelos aeroportos do Estado de São Paulo, a não ser alguns pequenos, os grandes aeroportos não são responsabilidade do estado, são responsabilidade federal, e como estão? E como estão? Façamos essas comparações, se alguém quiser fazer comparação, com todo o prazer, comparação conosco aqui no Estado de São Paulo. Os investimentos que nós estamos fazendo, em parte, e é inegável isso tem também contrapartida federal.  Então um exemplo, tão citado aí, tão falado, o Rodoanel, que começou com o trecho oeste, no Governo Mário Covas, e que nós conseguimos fazer um convênio com o Governo Federal, (conseguimos) que o Governo federal entrasse com 25%. Isso foi feito ainda no Governo Mário Covas e no Governo Fernando Henrique Cardoso, entrou-se com 25%, um pouco mais até, porque a prefeitura teve que entrar (na parceria da obra) mas nunca entrou com um tostão. Então o Governo do Estado teve que dar mais, também.

Depois se fez o trecho sul, esse que foi inaugurado agora, também foi 24% do Governo federal, 76% do Governo estadual. Portanto teve uma parceria, mas o Rodoanel não é uma obra do Estado de São Paulo só. Aliás é uma obra muito menos do Estado de São Paulo. É muito mais uma obra nacional porque ela liga todas as rodovias que vem do norte e do nordeste do país e do sudeste do país, ao sul, ao Mercosul, aos países do sul. Ela é obra que faz com que toda a mercadoria que você produz, toda a tua produção do centro-oeste brasileiro vá ao Porto de Santos, possa ir ao Porto de Santos, passando apenas por São Paulo, São Paulo é apenas passagem. Portanto é obra muito mais nacional do que propriamente uma obra estadual. Então a nossa participação, a nossa preparação dentro daquilo que é nossa competência no Estado de São Paulo vem sendo feita. Antes fosse assim em todas as instituições desse país. E o IPT, a nossa pesquisa aqui é um exemplo claro, explícito do que eu estou dizendo.

Nós vamos continuar nesse diapasão. Vamos continuar dessa forma, vamos continuar investindo. Eu estou vendo aquela obra de novo, me lembra o ensino técnico, também o ensino universitário. O que nós temos agora aqui no Estado de São Paulo? Todas as universidades praticamente todo o ensino universitário é estadual, é aporte estadual, integral, tem alguma coisa a mais do Governo Federal aqui, mas pouca coisa, comparativamente é quase nada. É todo ele, das universidades, é todo ele das FATECs, das Faculdades de Tecnologia e das Escolas de Tecnologia. Ainda lembro que poucos dias atrás quando eu fui inaugurar uma Escola Técnica aqui em São Paulo, o dado que me veio à mão, o dado que eu tinha na mão é que na capital, por exemplo, na cidade de São Paulo, o Governo Federal vai oferecer no próximo vestibular 3.300 vagas no ensino técnico. O Governo Estadual oferece 66 mil vagas no Ensino Técnico, (portanto) 20 vezes mais. Esse Ensino Técnico é para São Paulo só? Essas faculdades produzem para São Paulo ou é para o Brasil? Que história é essa? Então sejamos mais responsáveis pelo aquilo que nós falamos. Aquilo que a gente diz tem um peso muito grande. É muito importante você diga aquilo que você possa dizer hoje e possa dizer amanhã a mesma coisa. (Para que) você não tenha que se desmentir amanhã. Por isso eu sou muito cuidadoso com as minas palavras, porque eu acho que elas têm um valor, tem um peso.

Eu quero cumprimentar todos vocês porque o resultado de tudo isso não é um resultado apenas do Governo Serra, do meu Governo, do nosso Governo, da nossa equipe de administração. Ela é resultado de décadas e décadas de trabalho da população paulista, da produção do IPT, da produção técnica, tecnológica de todo o trabalho que vem sendo feita por todas as nossas instituições e principalmente por todos vocês que estão aqui que são funcionários do IPT, que são técnicos, que são pesquisadores e que querem tão bem o Estado de São Paulo e o Brasil como qualquer um de nós. Muito obrigado a todos e parabéns!