Gilberto Freyre é tema de exposição no Museu da Língua Portuguesa

Mostra será aberta ao público na terça-feira, 27

dom, 25/11/2007 - 11h11 | Do Portal do Governo

A Secretaria Estadual de Cultura, o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Brasil Leitor (IBL), com apoio da Fundação Gilberto Freyre, apresentam a exposição “Gilberto Freyre – Intérprete do Brasil”, sobre o escritor e cientista político nascido em 1900, no Recife, e falecido há 20 anos. A mostra tem sua inauguração oficial na segunda-feira, 26, e será abertura ao público na terça-feira, 27. Ocupa o espaço dedicado às exposições temporárias no primeiro andar do Museu da Língua Portuguesa, no centro da Capital, até 4 de maio.

“É uma grande oportunidade de aproximarmos os mais jovens da obra impressionante de Gilberto Freyre. Nesse sentido, Museu, IBL e Secretaria de Cultura vêm promovendo ações importantíssimas de incentivo à leitura e esta, com certeza, será mais uma daquelas que merecem destaque”, afirma Antonio Carlos Sartini, superintendente-executivo do Museu da Língua Portuguesa. “O Museu da Língua Portuguesa presta uma mais que justa homenagem àquele que foi o precursor do conceito de patrimônio imaterial, conceito este que se concretizou com enorme sucesso exatamente neste Museu, hoje o mais visitado do Brasil”, acrescenta.

A Exposição

“Gilberto Freyre – Intérprete do Brasil’ traz ao Museu da Língua Portuguesa um grande nome da Literatura Brasileira, visando instigar novos leitores a descobrir sua importância para o Brasil.

“Sendo poeta, além de pesquisador histórico e social, os temas fundamentais de Freyre não são apenas científicos, mas existenciais. Ele foi ao mesmo tempo o pai da Antropologia Cultural brasileira e o intelectual que liderou a demolição do racismo biologizante que dominava nossas universidades. Motivos pelos quais, o Museu da Língua Portuguesa decidiu homenagear a obra literária do grande recifense Gilberto Freyre, falecido no ano de 1987”, explica Antonio Carlos Sartini.

Quem faz

“Gilberto Freyre – Intérprete do Brasil” tem curadoria de Júlia Peregrino (responsável por Clarice Lispector – A Hora da Estrela , que antecedeu essa mostra), do pesquisador Pedro Karp Vasquez e da professora e cientista-social Élide Rugai Bastos; a cenografia é de André Cortez.

Prestaram consultoria os professores Gilberto Velho, diretor do Departamento de Antropologia do Museu Nacional / UFRJ; Ricardo Benzaquem, do Departamento de História PUC-RJ; e Ottaviano de Fiore, coordenador-acadêmico do Museu da Língua Portuguesa; todos colaboraram na seleção de frases para a mostra.

“A exposição apresenta materiais totalmente inéditos para o grande público. Trata-se de objeto de pesquisa utilizado por Gilberto Freyre para vários de seus livros, como Casa Grande & Senzala , Ordem e Progresso, Açúcar e outros. Além de documentos pessoais e correspondências de vários missivistas como Cândido Portinari, Heitor Villa-Lobos, Carlos Drummond de Andrade, Florestan Fernandes e Cícero Dias”, conta Júlia.

Um lado pouco conhecido de Gilberto Freyre é trazido ao público pela primeira vez, o pintor. A mostra exibirá 27 quadros de Freyre, óleos em tela e aquarelas, com temáticas variadas, como autoretratos, religiosidade, cenas familiares e de crianças, sua casa, engenhos. Além dos quadros, a exposição apresenta o primeiro desenho de Freyre, um frade feito a lápis quando o escritor tinha somente seis anos de idade.

Os originais de “inquéritos” que Gilberto Freyre utilizou para elaborar o livro Ordem e Progresso (ano) também estarão no Museu da Língua Portuguesa. Tratava-se de uma série de perguntas que o escritor enviava para diferentes pessoas; as respostas serviram para constatar as diferenças culturais e comportamentais dos Brasileiros. Para ter acesso ao conteúdo, o público poderá ouvir parte do conteúdo por meio de fones-de-ouvidos.

Cenografia

 “Não há experiência de corpo que não seja também experiência de alma, o contrário sendo também verdadeiro”. A frase de Tempo morto e outros tempos descreve bem as sensações do visitante dentro da exposição. O local foi subdividido em ambientes que remetem ao interior de uma casa, com cozinha, sala, quarto, a vista da rua, entre outros. “O objetivo é que o espectador sinta-se mexendo e conhecendo a casa de alguém, que era o objeto pesquisa de Freyre”, conta o cenógrafo André Cortez.

Quadros, ilustrações, documentos, originais, todas as primeiras edições dos 80 (confirmar) livros publicados por Freyre, diversas fotos, tudo estará contextualizado em cenários que apresentam uma amostra da obra deste grande pensador do Brasil.

Fundação Gilberto Freyre

A Fundação Gilberto Freyre, sediada em Recife, abriu as portas à equipe de curadoria, possibilitando o uso de seu acervo. Todo o material exibido no Museu da Língua Portuguesa pertence à Fundação. “É importante dizer que disponibilizamos materiais inéditos, coisas que nunca saíram da Fundação”, ressalta Gilberto Freyre Neto, superintendente geral da Fundação.

Sobre o que espera da mostra, Freyre Neto diz que “apesar de Gilberto Freyre ser considerado um dos maiores escritores brasileiros, com vários títulos recebidos no exterior, ele ainda é desconhecido em sua própria terra. Oportunizar ao público o conhecimento de sua a vida e obra é a grande expectativa”.

Sobre o Museu da Língua Portuguesa

Inaugurado em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, foi criado pela Fundação Roberto Marinho no prédio da Estação de Luz, no Centro de São Paulo. Com aproximadamente 4 mil metros quadrados abertos para a visitação, o Museu da Língua Portuguesa apresenta ao público a história, a importância e as variações da língua Portuguesa, considerando-a como grande elo da identidade cultural do povo brasileiro. Além disso, oferece cursos para professores, estudiosos e público em geral, tudo sob a gestão do Instituto Brasil Leitor.

SERVIÇO  

Museu da Língua Portuguesa

Endereço: Praça da Luz, s/nº, Centro, São Paulo – SP

Telefone: (11) 3326-0775. E-mail: museu@museudalinguaportuguesa.org.br

Site: www.museudalinguaportuguesa.org.br

Horários

Bilheteria: de terça a domingo, das 10 às 17hs

Museu: de terça a domingo, das 10 às 18hs (não abre às segundas-feiras)

Ingresso: R$ 4,00 (quatro reais) – pagamento somente em dinheiro

Estudantes com carteirinha pagam meia-entrada

Isentos do pagamento de ingresso:

– Professores da rede pública com holerite e carteira de identidade;

– Crianças até 10 anos;

– Adultos a partir de 60 anos.

Não há venda antecipada de ingresso

Aos sábados a visitação ao Museu é gratuita.

 

Da Secretaria Estadual da Cultura

(L.F.)