Gestores da região de Bauru debatem atenção à saúde dos pacientes

Evento reuniu líderes e profissionais da área no campus da Universidade de São Paulo no município do interior do Estado

sex, 03/08/2018 - 18h48 | Do Portal do Governo

Um encontro promovido em julho no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Bauru abordou a implantação de um Complexo de Regulação da Atenção à Saúde Regional, para atendimentos de urgência e eletivos, em apoio à Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) do Estado, na capital. O evento foi coordenado pelo Departamento Regional de Saúde (DRS 6 – Bauru), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com a prefeitura municipal e a USP.

Vale destacar que a iniciativa reuniu cerca de 70 participantes, entre prefeitos e secretários de Saúde de 17 cidades da região, gestores de hospitais e de serviços do Sistema Único de Saúde, além de representantes da Saúde estadual, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e universidades. Foram convidadas, ainda, autoridades do Judiciário, Defensoria Pública e Ministério Público.

“A USP tem o privilégio de propiciar um ambiente para discussão e elaboração conjunta de um novo conceito de acesso à saúde, com governança regional do processo de ordenação dos serviços”, ressalta o coordenador do curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) e superintendente do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho-USP), professor José Sebastião dos Santos.

Assistência

Na avaliação do docente, a proposta é tornar real uma política pública, organizando um complexo regulador da assistência na região. “Trata-se de um serviço que pertencerá ao Sistema Único de Saúde, com profissionais que receberão as chamadas da população e avaliar a necessidade e risco, para encaminhar o paciente para o melhor local e na melhor hora, agilizando o atendimento da população”, acrescenta.

De acordo com o médico Paulo Eduardo de Souza, diretor técnico do DRS 6 – Bauru, existe a necessidade de restruturação do sistema. “Atualmente, a Cross é centralizada e nem sempre responde às necessidades da emergência e urgência. Pensamos que a regionalização é a saída, com oportunidade de resolução muito maior”, afirma.

O diretor também informou que a previsão é implantar o complexo regulador em 60 dias, que deverá funcionar, inicialmente, para as 18 cidades da região de saúde de Bauru. A iniciativa contemplará toda a área de cobertura do DRS 6, que integra 68 municípios e uma população de mais de 1,6 milhão de habitantes.

Também presente ao evento, o prefeito de Bauru, Clodoaldo Gazzetta, reforçou a importância do início do processo. “O controle das vagas de internação fica na Cross em São Paulo, com a dificuldade de não conhecer a realidade da região, e isso dificulta muito para as prefeituras, principalmente para as secretarias de Saúde. A ideia é que essa regulação das internações e das cirurgias eletivas fiquem no município de Bauru, mas atendendo toda a macrorregião”, revela.

Processo

Já o médico José Eduardo Fogolin Passos, secretário municipal de Saúde de Bauru, que apresentou a proposta do complexo regulador regional, avaliou que a iniciativa promoverá ganho fundamental para todas as cidades da região. “Hoje, todos os secretários de Saúde sabem da dificuldade de internar um paciente, principalmente na urgência. E quando você traz essa regulação para a região e controla a internação, isso facilita muito o processo”, afirma.

Segundo a proposta, para a implantação do Complexo de Regulação da Atenção à Saúde Regional, deverá ser utilizada a estrutura já existente do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) em Bauru. A ideia é integrar ainda as estruturas do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) regional e Defesa Civil.

É importante frisar que os principais objetivos do complexo são tornar a regulação do acesso descentralizada e mais próxima da realidade regional, reduzir o tempo de espera para internações de urgência e aumentar o acesso dos pacientes aos atendimentos eletivos, como consultas, exames e cirurgias.

Além disso, a próxima etapa consiste na elaboração de uma carta de intenção assinada pelos prefeitos da região, a ser enviada junto com o projeto ao secretário estadual da Saúde, Marco Antonio Zago.