Gestantes tendem a cortar medicação e agravam doenças crônicas

Ao interromper o tratamento, como o de asma, mulheres complicam quadro respiratório e tornam gravidez de alto risco

qua, 29/09/2010 - 13h00 | Do Portal do Governo

Durante os nove meses de gestação, algumas doenças crônicas da mãe podem agravar, se não forem bem tratadas. É o caso, por exemplo, da asma. Para o pneumologista, Rafael Stelmach, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria da Saúde, isso acontece pela suspensão dos medicamentos durante esse período. “As gestantes tendem a tirar toda a medicação e isso é um problema”, adverte.

A falta de medicação contra a asma leva a mulher a ter uma menor oxigenação, problemas respiratórios e, consequentemente, uma gravidez de alto risco, o que pode causar partos prematuros e bebês de baixo peso. Segundo o médico, se a medicação for regular a tendência é que o problema respiratório fique estável. “Das gestantes que não param de se tratar, cerca de 70% não alteram ou até melhoram do quadro asmático”, analisa o especialista.

Se a preocupação da futura mamãe é que as drogas possam causar algum efeito colateral na criança, o pneumologista explica que existe uma classificação de risco para os medicamentos – que são A, B, C, D e E. “Os remédios para asma estão entre as classes B e C. Isso, considerando que a “A” não apresenta nenhum problema e a “E” pode causar algum prejuízo para o bebê”, ressalta.

O que poucas mamães sabem é que a medicação para asma pode ajudar na gravidez. Os mesmos remédios usados em uma crise de falta ar também são usados para postergar uma gestação prematura. Por exemplo: quando o feto não está pronto e a criança não amadurece como deveria, usa-se cortizona, para aumentar o tempo de maturação. Outra medicação é o bronco dilatador, que relaxa a musculatura, inclusive do útero, também para evitar trabalho de parto prematuro no quarto ou quinto mês. “Ou seja, no contexto geral a medicação faz mais bem do que mal”, ressalta Stelmach.

Para as mulheres que pretendem engravidar e sofrem de problemas respiratórios, as três principais dicas são: procurar um especialista que as acompanhem durante os nove meses; não suspender os remédios; e ter uma vida saudável, conforme as indicações médicas.

O site do Incor – www.incor.usp.br – traz vídeo de orientação a pacientes e profissionais de saúde sobre o uso correto de inaladores no tratamento da asma.

Da Secretaria da Saúde