Fundação Para o Remédio Popular chega ao século XXI com qualidade e produção recordes

Maior e melhor laboratório público do País produz mais de cem tipos de remédios, 1,8 bilhão de unidades por ano

qua, 18/04/2001 - 11h32 | Do Portal do Governo

Maior e melhor laboratório público do
País produz mais de cem tipos de remédios,
1,8 bilhão de unidades por ano

O melhor, maior e mais avançado laboratório estatal de medicamentos da América do Sul, a Fundação para o Remédio Popular (Furp), vinculada ao Governo do Estado de São Paulo, aumentará sua produção para três bilhões de unidades de medicamentos até o fim do próximo ano. Essa revolução na Furp começou em 1995, início da gestão Mário covas, quando a Fundação saiu da condição de um simples entreposto de compra e revenda de medicamentos, com uma produção meramente residual, para uma posição de destaque que disputa quantidade e qualidade com os dez maiores laboratórios privados do Brasil. Nesta quarta-feira, dia 18, será dado mais um importante passo. O governador Geraldo Alckmin autoriza à Furp investimentos de R$ 4,345 milhões para a montagem de duas novas linhas de produção, uma conhecida como via seca (a última palavra em tecnologia nos laboratórios de todo o mundo) e outra tradicional.

Uma linha de produção será destinada para sólidos, que incluem comprimidos, drágeas e cápsulas e a outra para injetáveis ampolas. Na área de sólidos serão produzidos, principalmente, medicamentos de uso contínuo e anti-retrovirais (Aids). A linha de sólidos terá a chamada produção por via seca, um processo onde o pó deixa de ser umedecido e passa a ser a seco. “O pó de dentro de um módulo de produção não se mistura com o pó de fora e vice-versa’, explica Pompílio Mercadante Neto, presidente da Furp. Só na via seca serão produzidas 1 bilhão de unidades/ano. ‘É uma tecnologia nova, onde você diminui etapas e tem um custo de fabricação menor”, completa Pompílio.

As novas instalações terão uma área de 4,2 mil m² e incluem todos os sistemas de controle dos ambientes industriais, representando um investimento de R$ 4,34 milhões. O prédio será construído em duas fases e a produção de medicamentos pode ser iniciada 60 dias após a conclusão das obras e instalação de equipamentos. O início das obras está previsto para segunda quinzena de maio, com término da primeira fase no final de setembro e término da segunda fase em meados de dezembro de 2001.

Mais conhecida no Interior do Estado, por ser responsável por um dos mais abrangentes programas de saúde do País – o Dose Certa, programa do Governo do Estado que distribui uma cesta básica de 41 medicamentos para a população carente de 645 municípios paulistas -, a Fundação tem uma face pouca revelada. É um laboratório avançado na pesquisa, produção e controle dos medicamentos que fabrica. Na América Latina, somente os laboratórios de Cuba – conhecida por sua posição de destaque em saúde pública – se equiparam à Furp, e, no Brasil, a Fundação só pode ser comparada à tradicional Fiocruz.

Embora a Furp tenha iniciado suas atividades em 1974, só nos últimos seis anos recebeu incentivos do Governo do Estado para modernizar e intensificar a produção. Logo no primeiro ano da administração Covas, em 1995, sua produção quase dobrou. Chegou a mais de 650 milhões de unidades e um faturamento de R$ 46 milhões em comparação com a produção de 365 milhões de unidades em 1994. Durante vários anos, a Furp desviou-se da sua função de produtor, tornando-se um mero distribuidor revendendo medicamentos produzidos por outros laboratórios. Em 1995, retomou sua missão e iniciou uma modernização em sua estrutura organizacional, aumentando a competitividade da empresa e colocando-a como o laboratório oficial que apresenta os melhores índices de produção e capacidade instalada da América do Sul.

Utilizando-se os mesmos critérios de desempenho que a revista Exame (a publicação não inclui estatais em sua pesquisa) usou para elaborar o último ranking das Melhores e Maiores Empresas Brasileiras, em junho de 2000, a Furp está entre as dez mais importantes da indústria farmacêutica do País. É a décima empresa em percentual do mercado conquistado nas vendas, consideradas as 21 maiores; em riqueza criada por empregado, US$ 68,2 mil por ano; e em rentabilidade, retorno anual do investimento aplicado. E é a segunda em liquidez corrente, reais realizáveis para cada real de dívida no curto prazo. E isto graças não só a uma administração enxuta que, por imposição estatuária determina que apenas 20% do seu corpo funcional possa ser lotado fora da área de produção, mas também em decorrência de investimentos constantes em qualidade e tecnologia de última geração.

Mas são os números sociais os mais relevantes: por meio do Dose Certa, o governo passou a distribuir gratuitamente cestas básicas de medicamentos, em agosto de 1995, logo no primeiro ano do Governo Mário Covas, para a população de 491 municípios, aqueles com até 30 mil habitantes, estimada em até 5 milhões de pessoas. Em setembro de 1996, um ano depois, este número mais do que dobrou. Já eram 11 milhões de pessoas de 604 municípios, todos aqueles com até 120 mil habitantes. Em outubro de 1997, já eram 16 milhões de pessoas de 624 municípios com até 250 mil habitantes.

Em maio de 1999, as cidades maiores de 250 mil habitantes passaram a ser beneficiadas. Assim, 644 municípios paulistas passaram a ser incluídos no programa Dose Certa, agregando a Capital em junho do ano passado. Atualmente, estima-se que 70% da população atendida em São Paulo pelo SUS – Sistema Único de Saúde – é beneficiada pelos medicamentos produzidos pela Fundação.

Da produção atual, mais de 900 milhões de unidades de 41 tipos de remédios são destinados ao Programa Dose Certa do Governo de São Paulo. Por meio desse programa, desde 1995 já foram distribuídas mais de 2,3 bilhões de unidades de medicamentos e investidos mais de R$ 170 milhões.

Atualmente, a Furp produz mais de cem tipos de medicamentos somando mais de 1,8 bilhão de unidades distribuídos não só para o Estado de São Paulo, como também para outros estados e para o Governo Federal. Na fábrica da Furp em Guarulhos são produzidos 1,2 bilhão de unidades, mais 600 milhões de remédios beneficiados por terceiros (com matéria-prima e controle de qualidade da Furp em todas as etapas do processo).

A Fundação também atende a mais de cinco mil clientes, incluindo 3,2 mil municípios brasileiros, secretarias estaduais, hospitais e sindicatos. No ano 2000, o programa Dose Certa foi responsável por 49,4% do faturamento da Furp. Prefeituras de outros estados, com 25%; outras unidades da Secretaria da Saúde de São Paulo, com 7,62%; o Ministério da Saúde, com 5,8%; e outros clientes com 12% completam o faturamento da Fundação.