Fundação Casa inaugura mais 4 unidades descentralizadas

Novas unidades do município de Osasco serão gerenciadas em parceria com a Associação Gaapis

qui, 28/08/2008 - 16h08 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado de São Paulo entregou na quarta-feira, 27, mais quatro novas unidades de internação da Fundação Casa, construídas com base no novo modelo de descentralização do atendimento aos adolescentes autores de atos infracionais.

As duas primeiras casas foram entregues em Osasco, às 10 horas, pelo secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luis Antonio Marrey, e pela presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella. Às 13h30, com a presença de ambos, outras duas unidades foram inauguradas em Guainases, na zona leste de SP.

Com as quatro unidades, sobe para 40 o número de casas entregues pelo Governo do Estado dentro do novo processo de descentralização, sendo que 38 foram construídas com base num novo modelo arquitetônico, que preconiza a adoção de unidades pequenas.

As duas casas de Osasco têm capacidade, cada uma, para 56 adolescentes. “As novas unidades dão mais conforto aos jovens e aos funcionários e têm apresentado bons resultados na aplicação de medidas socioeducativas. É fundamental que os jovens fiquem em sua região de origem, perto de suas famílias”, afirmou o secretário da Justiça.

As unidades de Guainases, que também seguem o mesmo modelo de construção, atenderão 44 jovens em cada prédio. Um detalhe importante: essas duas casas são as primeiras da capital com a nova arquitetura adotada pela Fundação.

Arquitetura e educação

Em termos arquitetônicos, as quatro casas parecem escolas. Os prédios têm três pavimentos. No primeiro, o térreo, há salas de educação, um refeitório e consultórios médico e odontológico. No segundo piso, ficam os quartos dos jovens. O terceiro pavimento conta com uma quadra poliesportiva e espaços para a visita de familiares.

Com relação ao sistema pedagógico, nas quatro unidades, será utilizado o Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC). Implantado em unidades consideradas referenciais, como as de Franca e Sorocaba, o MPC preconiza a adoção de parcerias com a sociedade civil e usa um sistema que leva o adolescente à reflexão de seus atos (leia mais na retranca abaixo). Para tanto, o atendimento ao adolescente é individualizado.

As casas de Osasco serão gerenciadas em parceria com a Associação Grupo Ação de Assistência, Promoção e Integração Social (Gaapis). Neste gestão compartilhada, a Gaapis cuida do atendimento técnico prestado aos adolescentes nas áreas psicossocial, saúde e pedagógica. A Fundação Casa é responsável pela segurança e pela direção do local.

Modelo pedagógico

O modelo pedagógico contextualizado, que já funciona nas unidades de Jacareí, Jundiaí, Franca, Guarulhos e Sorocaba e agora em Osasco , está dividido em dois eixos. No âmbito externo, ela trabalha com a perspectiva de integrar os adolescentes internos à sociedade, por meio do uso de serviços públicos e convênios com parceiros.

Em Sorocaba, por exemplo, onde o modelo foi implantado pela primeira vez no Brasil, os adolescentes fazem cursos de capacitação oferecidos pela universidade da cidade, a Uniso.

No âmbito interno, o modelo visa levar os adolescentes à reflexão, por meio de um programa que conta com cinco fases. Os jovens só passam de uma fase à outra se tiverem assimilado as reflexões propostas.

As primeiras fases são a Pré-acolhida e a Acolhida. Os educadores explicam aos adolescentes recém-chegados o modelo pedagógico e as metas que cada um terá que atingir no período de internação.

Depois o jovem passa para a terceira etapa, a Confrontação. Nesta fase, os internos refletem sobre os atos que praticaram. Na quarta parte do programa, chamada de Projeto de Vida, o adolescente reflete, com o auxílio dos educadores, sobre o que fará na vida futura. Nesta quarta etapa, os jovens já têm direito a saídas externas constantes, desde que mantenham bom comportamento.

Na última etapa, chamada de República (ou Projeção Pós-Institucional), os adolescentes começam a fazer atividades externas como se estivessem em semiliberdade.

Com autorização judicial, eles podem passar o dia em cursos e na escola, voltando à unidade apenas para dormir. É a etapa em que o jovem está mais preparado para voltar a conviver em sociedade.

Da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania