Financiamento de piscicultura em tanques benificia novos produtores do Estado

São liberados pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista até R$ 35,4 mil para oos interessados em iniciar as atividades no setor.

sex, 05/05/2006 - 15h42 | Do Portal do Governo

Cresce, no Brasil o volume de peixes criados em sistemas de tanques-rede. E a justificativa é simples: produtividade. Esse tipo de criação permite ter o maior número de peixes no menor espaço possível, o que reduz custos e aumenta a rentabilidade.

Comparando com os sistemas convencionais há uma grande diferença de resultados. Enquanto nos tanques-rede a produtividade em média é de 150 kg de peixe por m3, numa represa convencional esse número cai para apenas 2 kg por metro quadrado (metragem utilizada em represas).

Para expandir ainda mais esse setor no Estado de São Paulo, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) com o apoio do Instituto de Pesca, ambos vinculados à Secretaria Estadual da Agricultura abriram uma linha e financiamento para os produtores pelo Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista) e Banagro (Banco do Agronegócio Familar), em funcionamento desde 2001.

 Os tanques-rede são gaiolas submersas feitas de teias de arame revestidos de PVC colocadas em açudes ou represas para confinamento da criação. O objetivo da utilização desse sistema é tirar o pescador artesanal da atividade extrativista e possibilitar que ele comece uma fazenda própria de criação de peixes.

Podem ser beneficiados pelo financiamento produtores rurais e pescadores artesanais, que adquirirem tanques, barco, remo, aeradores (equipamento utilizado para oxigenar a água em tanques escavados), salva-vidas e alevinos para o primeiro povoamento.

O tamanho dos tanques deve variar entre 6 e 16 metros cúbicos e não podem ultrapassar o tamanho total de 108 metros cúbicos (máximo autorizado pelo Ibama).

O investimento total é de R$ 35,4 mil: até R$ 15,3 mil para os tanques; R$ 2,4 mil para barcos, acessórios e aeradores; R$ 1,9 mil para aquisição de peixes e R$ 15,7 mil para ração. O prazo de pagamento é de cinco anos e a taxa de juros de 4% ao ano.

A secretária executiva do Feap, Rejane Cecília Ramos, disse que foram liberados para o projeto R$ 3,6 milhões

“Este ano estão em análise 74 contratos. Em 2004, foram contratados 39 financiamentos num total de R$ 1 milhão”, explicou Rejane.A maior parte dos tanques está instalada em represas hidrelétricas (águas públicas) e os contratos de concessão de uso são da AES Tietê, companhia americana que adquiriu a concessão, na privatização da Bacia do Tietê em abril de 1999. A AES é responsável por 10 usinas hidrelétricas, localizadas nas regiões central e noroeste do Estado de São Paulo.

De acordo com Rejane, o produtor precisa de uma licença da Secretaria Especial de Agricultura e Pesca do Governo Federal (SEAP), para depois fazer o projeto com um engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura do município e encaminhar para o Feap. Os peixes utilizados nos tanques são da espécie tilápia conforme informa Maria Aparecida Guimarães Ribeiro, assistente de ação regional do Instituto de Pesca. “A tilápia tem uma excelente aceitação no mercado externo e interno e é o peixe que melhor se adapta a esse sistema de criação”.

Além da atividade comercial, Maria Aparecida esclarece que cada módulo de tanques-rede gera três empregos diretos. “Basicamente um funcionário para alimentação, um para retirada dos peixes, e outro para retirada de espécies para biometria, técnica de reajuste de ração”. Ela explicou ainda que a maior parte da produção é destinada exclusivamente para venda ao consumidor e uma pequena parte utilizada em atividades de lazer como pesque e pague.

Outra importante vantagem desse tipo de criação é a delimitação do local onde os peixes ficam, permitindo a livre e constante circulação de água, ou seja, é um sistema de renovação contínua da água, que mantém o oxigênio em níveis favoráveis a produção.De acordo com Maria Aparecida, os produtores utilizam o mesmo braço da represa, pois é uma área com melhores condições climáticas para o cultivo de peixes e instalação dos tanques.

Até o momento, o maior número de contratações é no município de Zacarias com 48 produtores, pois existe na região uma Escola Técnica de Piscicultura. As outras cidades que contrataram os financiamento para piscicultura em tanques-rede são: Ilha Solteira (15), Buritama (7), Juquiá (2), Paulicéia (1), Sete Barras (1), Salto de Pirapora (1), Caconde (1), Garça (1).

Orientação técnica

Além desses cursos, o Instituto de Pesca oferece um serviço gratuito aos interessados na avaliação de propriedades destinadas à implantação de projetos de piscicultura em viveiros, tanques-rede ou pesqueiros (pesque-pague) e também em adequação e melhoria de projetos já existentes.

Na sede do Instituto de Pesca, na Zona Oeste da Capital, há um serviço de atendimento técnico gratuito ao interessado através dos telefones: (11) 3871-7545 / 3871-7530. O serviço funciona das 9h às 16h, de segunda à sexta-feira.

Carlos Prado