Festival de teatro ibero-americano anima Memorial da América Latina

O que há de mais representativo nas artes cênicas da América Latina, Portugal e Espanha será apresentado na capital, entre 1º e 9 março

ter, 26/02/2008 - 11h01 | Do Portal do Governo

Resista se puder aos encantos e surpresas do 1º Festival Ibero-Americano de Teatro, agradável viagem pelas artes cênicas de dez países da América Latina, mais Portugal e Espanha e com a participação especial da Itália. O evento ocorre entre 1º e 9 de março no Memorial da América Latina, com apresentação de peças (dez estrangeiras e seis brasileiras) no Auditório Simon Bolívar. Mas não é só: espaços alternativos, como o Foyer, o Salão de Atos e a Praça Cívica – onde será montado um circo – também serão ocupados para outras atividades, entre as quais encenação de Teatro de Bolso, oficinas, mesas de debates, formadas por renomados e respeitados profissionais da área, além de atuações com o objetivo de envolver o público, artistas, grupos e companhias. Ao todo, serão 16 encenações de Teatro de Bolso, realizadas no Foyer do auditório, antes das sessões das mostras oficiais, com atuações de até dez minutos, teatralização e segmentos de textos.

“Serão nove dias de pura arte”, diz a curadora do encontro, Neyde Veneziano, “em que o público poderá conhecer o que há de mais representativo na arte teatral de países como Argentina, Bolívia, Cuba, Espanha, México, Portugal, Uruguai, Venezuela, além da Itália, nossa convidada especial”.

Surpresa e qualidade

Neyde, doutora e livre-docente em tetro pela Escola de Comunicação de Artes da Universidade de São Paulo (ECA), diretora de teatro e professora de pós-graduação do Instituto de Artes da Unicamp, diz que o festival vai surpreender, sobretudo pela qualidade. “Vamos abrir com o espetáculo Descoberta das Américas, de Dario Fo, que conta a história de um marginal que vem na barca de Colombo e começa a perceber as diferenças entre americanos e europeus.” Segundo ela, tudo é destaque durante o evento, desde a peça Pentágono, com direção de Glória Levy, do Uruguai, passando pelo grupo da Argentina, na encenação de Una Tragédia Argentina, comédia negra sobre os segredos de uma família, aos grupos do México e Espanha, que trazem bagagem rica e diversificada. Cuba, por exemplo, será representada pelo grupo Cuba Mujeres Inolvidables, com La Lupe, autêntica peça sobre a história de La Lupe,  cantora extremamente popular. Já Portugal confere certo tom de novidade à mostra, ao apresentar Dorotéia, do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues, adaptada e encenada por atores portugueses da Companhia de Teatro de Braga.

Explosão de criatividade

A curadora lembra que essa é uma oportunidade para se repensar o modo de fazer teatral na América Latina. “O teatro latino-americano, que começou com a fusão das culturas nativas com a européia, hoje explode em criatividade, com identidade própria”.

De modo geral, são espetáculos com cenários ricos, trabalhosos e coloridos, alguns complicados, difíceis de serem transportados, conta a curadora. “Muitos grupos lutam com dificuldade para se apresentar fora de seu país”, conta Neyde. Dispõem de ajuda dos ministérios da Cultura de seus países, dos consulados, como é o caso do México, ou de recursos próprios.

Segundo estimativa do Memorial, é aguardado público aproximado de 16 a 18 mil pessoas, durante os nove dias do festival, razão pela qual haverá número específico de senhas para ingresso gratuito. Além disso, será realizada uma oficina prática, com 22 vagas, para os interessados inscritos, sob a responsabilidade da Companhia Mínima de Teatro.

SERVIÇO

1º Festival Ibero-Americano de Teatro

Memorial da América Latina

Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 –

Portão 12 – Barra Funda – São Paulo

Telefone 3823-4600

Entrada franca

Uma hora antes de cada atividade será distribuído um

número limitado de senhas para acesso gratuito

 

Maria das Graças Leocádio

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)