Festival de Inverno nasceu no Palácio Boa Vista

No salão de festas foram realizados os primeiros Concertos de Inverno

ter, 23/10/2007 - 10h30 | Do Portal do Governo

Tapete húngaro do século 18, mobília italiana da família do quinto presidente do Brasil, Rodrigues Alves, lustre de cristal Bacará (alusão à cidade francesa de mesmo nome) são objetos decorativos raros, encontrados na sala de jantar do palácio, no primeiro andar.

No salão de festas, ornado por lampadários em prata e tapetes persas, ocorreram os primeiros Concertos de Inverno, origem do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Com a inauguração do auditório Campos do Jordão, em 1978, depois denominado auditório Cláudio Santoro, a residência do governo deixou de receber os músicos e bolsistas do Festival.              

No andar superior, os visitantes conhecem fato pitoresco da história brasileira. Na suíte presidencial, a cama foi construída especialmente para hospedar o general Charles de Gaulle, presidente da França, que veio ao Brasil em outubro de 1964. “Ele tinha mais de dois metros de altura e foi preciso construir uma cama de 2,4 metros de comprimento para acomodá-lo”, conta a monitora Vera. Nesse piso, há também sala de estar, apartamento do governador e suítes para convidados.

Com construção similar aos castelos europeus, o Palácio Boa Vista tem 240 mil metros quadrados, sendo 32 mil metros quadrados de área construída. Dos 105 compartimentos do prédio, 35 salas são abertas à visitação. As demais instalações destinam-se ao pessoal administrativo.

Em 1989, ao lado do palácio foi construída a Capela São Pedro Apóstolo, onde estão valiosas peças religiosas dos séculos 17 e 19, duas esculturas de São Pedro Apóstolo, uma do Mestre Dezinho e outra de Elvio Becheroni. Desde 2001, músicos do Festival de Inverno exibem seu trabalho nessa capela.

A instituição é ligada à Casa Civil do Governo do Estado.

Cerca de 80% das obras foram adquiridas nos anos 1970 pelo secretário da Fazenda Luiz Arrobas Martins. “Algumas estão no Palácio dos Bandeirantes e outras aqui”, explica a curadora Ana.