Festival de Cinema Latino Americano começa segunda-feira no Memorial da América Latina

Durante o evento, que começa nesta segunda-feira, 23, e vai até o dia 29, serão exibidos gratuitamente 120 filmes de vários países latino-americanos

dom, 22/07/2007 - 9h23 | Do Portal do Governo

A Fundação Memorial da América Latina apresenta o 2° Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo. Durante o evento, que começa nesta segunda-feira, 23, e vai até o dia 29, serão exibidos gratuitamente 120 filmes de vários países latino-americanos. Mesas-redondas, com a participação de 20 cineastas e produtores de Brasil, México, Argentina, Cuba, Equador e Paraguai, discutirão temas relevantes do cinema produzido no subcontinente latino-americano. O cineasta mexicano Paul Leduc proferirá a aula magna do Festival, no dia 28, às 14 horas.

“Durante uma semana, o Memorial será a capital do audiovisual latino-americano. Com esta segunda edição, o Festival consolida-se como uma das principais mostras de cinema do continente”, comemora Fernando Leça, presidente do Memorial. Na noite da segunda-feira, 23, a mostra será aberta oficialmente, com solenidade para convidados e exibição do filme As Leis de Família, do argentino Daniel Burman.

O Festival, realizado em parceria com as secretarias estaduais de Ensino Superior e de Cultura, terá o governador José Serra como presidente de honra. A produção é da Associação do Audiovisual e conta com o apoio do Sesc-SP, Cinemateca Brasileira e TV Cultura,  entre outras instituições. O Cinesesc e a Sala Cinemateca também exibirão filmes gratuitamente.

Com curadoria do cineasta João Batista de Andrade, o Festival tem por objetivo discutir a singularidade estética da cinematografia latino-americana. Apesar de seu  caráter não-competitivo, os filmes contemporâneos incluídos na mostra serão avaliados pelo público e pela crítica especializada. Os dois mais bem votados receberão o troféu Fundação Memorial da América Latina. O vencedor do prêmio de público ganhará ainda R$ 30 mil.

PROGRAMAÇÃO

1 – Paul Leduc

A primeira parte é constituída por cinco filmes do cineasta mexicano Paul Leduc. Entre eles Reed, México Insurgente (1970), obra que narra a Revolução Mexicana a partir da visão do jornalista norte-americano John Reed, indicada ao Oscar de filme estrangeiro. A Flauta de Bartolo, Barroco, Etnocídio e Os Animais são as outras obras do diretor mexicano, de 65 anos. 

2 – Filmes contemporâneos

Títulos recentes compõem o programa, que destaca a atração de abertura do evento, As Leis do Desejo, do argentino Daniel Burman, que vem ao festival acompanhar a projeção. Outras atrações incluídas são A Idade da Peseta, de Pavel Giroud (Cuba), considerado melhor filme no recente festival Cinesul; Mariposa Negra, do peruano Francisco Lombardi; e Qué Tan Lejos, longa de estréia da promissora realizadora equatoriana Tânia Hermida. Fazem parte ainda os brasileiros Antônia (Tata Amaral), Eu Me Lembro (Edgard Navarro), O Cheiro do Ralo (Heitor Dhalia) e O Céu de Suely (Karim Aïnouz).

3 – Novo cine

A mostra, que lança novos olhares sobre o cinema das décadas de 1960 e 1970, traz clássicos como Yawar Mallku (do boliviano Jorge Sanjinés), sobre a esterilização de mulheres índias pelo Corpo de Paz; O Chacal de Nahueltoro, obra do chileno  Líttin que causou grande impacto por denunciar a situação de marginalidade dos homens do campo; O Castelo da Pureza (do mexicano Arturo Ripstein), sobre um homem que mantém encarcerados por 18 anos seus filhos e sua esposa.

Destaque também para Araya (Margot Benacerraf, Venezuela, 1959), documentário poético vencedor do prêmio da crítica de Cannes, que acompanha um dia na vida de trabalhadores que recolhem sal marinho; Na Selva Não Há Estrelas, produção peruana que permaneceu perdida por quase 35 anos  e foi redescoberta em 2006 em Moscou; Los Inundados (1961), realizado pelo argentino Fernando Birri (homenageado em 2006 pelo Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo). A representação brasileira inclui A Grande Feira (Roberto Pires, 1961), Porto das Caixas (Paulo Cezar Saraceni, 1962) e Os Fuzis (Ruy Guerra, 1964), entre outros.

4 – Frida Kahlo

A pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954) mereceu um segmento especial no Festival. Paul Leduc volta com Frida, Natureza Viva (1986), com Ofélia Medina no papel-título, premiado no Festival de Berlim. Há ainda mais dois títulos, ambos de produção mexicana: Frida Kahlo (1971), com direção de Marcela Fernandéz Violante, pioneira na revalorização da obra da pintora; e Evocação de Frida (1960), de Manuel Michel, um dos primeiros filmes sobre a pintora. 

5 – Gabriel Figueroa

Gabriel Figueroa é um diretor de fotografia mexicano falecido aos 90 anos, em 1997, cujas imagens foram internacionalmente aclamadas. O Festival selecionou entre a sua vasta filmografia (composta por mais de 200 títulos) obras como A Adolescente (1960), dirigida pelo mestre Luis Buñuel. O filme explora a crueldade das relações raciais no sul dos EUA, através da história de um músico de jazz negro que foge de um linchamento e vai parar em uma ilha.

6 – Curtas brasileiros

Uma seleção de títulos recentes compreendendo a animação premiada Vida Maria, do cearense Márcio Ramos; obras de artistas eletrônicos, como os mineiros Marcellvs L. (Man.Ocean.Canoe) e  Pablo Lobato (Outono) e os inéditos Jaguaribe Carne, de Marcelo Garcia, e Para Onde eu Vou / O Vôo, de Cláudia Jaguaribe.

7 – Brasil vê a América Latina

Produções brasileiras que buscam temas nas realidades de vários países latinos, como Bolívia (em Kolla Suyo, de Pedro Dantas), Haiti (O Dia em Que o Brasil Esteve Aqui, de Caíto Ortiz e João Dornelas), Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai (percorridos em Caroneiros, de Martina Rupp)

 Um ciclo de debates completa a programação, com a realização de sete mesas redondas, no Mini-Auditório do Memorial da América Latina.

A programação completa do Festival está no site www.festlatinosp.com.br

Da Agência Imprensa Oficial

(R.A.)