Festival da Cerejeira faz a integração de Brasil e Japão no Horto Florestal

A terceira edição do evento acontece até 29 de julho; a entrada é gratuita

sex, 20/07/2007 - 13h03 | Do Portal do Governo

O rufar dos tambores deu a impressão de exercer uma atração mágica durante a abertura do 3º Festival da Cerejeira do Horto Florestal, realizada domingo, dia 15, no Parque Estadual Alberto Löfgren. Assim que começou a apresentação de taiko, arte de percussão japonesa em tambores, o público reunido em torno do palco, antes formado predominantemente pela comunidade nikkey (integrada por japoneses e descendentes que estão radicados fora do Japão), passou a representar fielmente a integração entre Brasil e Japão proposta pela festividade, que segue até 29 de julho, das 9 às 16 horas, com entrada franca.

O público, que se tornou uma grande mistura dos dois povos, pôde acompanhar também as outras atrações relacionadas à cultura japonesa propiciadas pela iniciativa, cuja promoção nesta terceira edição é do Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente, em parceria com a Associação dos Bolsistas da Japan Internacional Cooperation Agency – São Paulo (Abjica – SP) e Associação Cultural e Esportiva de Santana. O festival conta ainda com o patrocínio do Banco Sudameris e o apoio de entidades da comunidade nikkey de diversas regiões de São Paulo.

A atividade que dá nome à festa é a visita ao Arboreto 500 anos, uma área de 10 mil metros quadrados, onde foram plantadas 500 mudas de 50 espécies vegetais. As mais numerosas são as cerejeiras, cuja flor é símbolo do Japão. Também fazem parte da coleção 25 espécies arbóreas que já existiam na área à época do plantio e 24 espécies nativas do Estado.

De acordo com os realizadores, o Arboreto simboliza a amizade e cooperação entre Brasil e Japão, gratidão da comunidade nipo-brasileira ao país que tão bem a acolhera, homenagem aos entes queridos que estão no Japão, preservação ambiental do globo e a participação conjunta do governo e da sociedade civil na solução de questões ambientais.

Florada das cerejeiras – O presidente da Abjica, Toshi-Ichi Tachibana, explica que a idéia da criação do evento surgiu há três anos, com a primeira florada das cerejeiras. Foi baseado no ritual milenar conhecido como hanani no Japão. Ele comemora a passagem do rigoroso inverno para a primavera e é marcado pelo florescer das cerejeiras.

“Infelizmente aqui no horto, elas floriram antes do festival, devido à instabilidade do tempo”, explica Tachibana. “Mas mesmo assim vale a pena conhecer o Arboreto”, sugere. Durante o percurso de 350 metrosdo local, batizado de trilha do descobrimento, é possível identificar, pelas placas, os diversos tipos de árvores.Apresentações com outros instrumentos, como a flauta japonesa (chamada fue), de danças típicas, protagonizadas por senhoras japonesas e descendentes vestidas de gueixas e por jovens, integraram o show de abertura do festival, que oferece também barracas de comidas típícas, oficinas de artesanato, venda de objetos e uma exposição de 12 maquetes de castelos e templos japoneses, este ano ambientada com música e decoração típica japonesa e incrementada por banners com fotos, inclusive de cerejeiras em flor.

A mostra está organizada no Museu Florestal Octávio Vecchi, que fica dentro do parque. A diretora do museu, Roselaine Barros Machado, conta que no ano passado, o primeiro da exposição, o sucesso foi tão grande que ela teve de ser prorrogada. Não garante que isso aconteça novamente e, por isso, recomenda que os interessados a visitem durante o festival. “São réplicas fiéis, que encantam o público”, diz.

Integração – O cônsul do Japão em São Paulo, Masuo Nishibayashi, considera o evento especial. Diz que há vários festivais da cerejeira na comunidade nikkey, mas que esse tem um sentido maior, por ser realizado em área do Estado. Elogia ainda o Arboreto. “É um símbolo do Japão no Brasil muito importante”, afirma.Em sua primeira visita ao festival, Juremari Nisizima, brasileira, casada com um descendente de japoneses, define o evento como “uma maravilha”.  Moradora das redondezas do Horto, sugere: “Esta festa deveria acontecer mais vezes ao ano”. E conta ter um motivo a mais para se emocionar com a festa, porque a avó de seu marido foi uma das pioneiras da imigração japonesa. “Ela veio para o Brasil no primeiro navio de imigrantes do Japão”, diz.

O casal Irineu Carvalho e Márcia Aparecida Souza teve de fazer um caminho maior para desfrutar a realização. Eles saíram cedo de São Bernardo, com a filha Ana Carolina, de sete anos, para acompanhar a abertura do festival. “Gostei dos tambores”, afirma Irineu, que só ficou um pouco frustrado por não ver a florada. “Com isso fiquei indignado, principalmente porque a gente percebe o quanto a natureza está sendo castigada pelas mudanças climáticas”, declara.

Leia também:

A cultura milenar no Brasil

Simone de Marco

Da Agência Imprensa Oficial

SERVIÇO

Festival da Cerejeira do Horto Florestal

Até 29 de julho, das 9 às 16 horas

Parque Estadual Alberto Löfgren

Rua do Horto, 931

Telefone 6231-8555

Entrada Franca