A antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, na capital paulista, será palco de diversas apresentações culturais, artísticas e gastronômicas de mais de 50 nações no próximo fim de semana (dias 9 e 10), além do dia 16 de junho. A 23ª edição da Festa do Imigrante, organizada pelo Museu da Imigração do Estado de São Paulo, promoverá o resgate da história de cerca de 2,5 milhões de pessoas que passaram pelo local desde o século XIX.
Ao todo, serão 49 expositores de alimentação, 29 de artesanato e 46 grupos de dança e música. Na edição de 2018, o evento contará com a participação de quatro comunidades de refugiados: duas da Síria, uma do Estado da Palestina e outra do Senegal.
“Trata-se de uma experiência única, que oferece a oportunidade de o público vivenciar diversas origens no mesmo local. A festa é rica e apresenta diversos ritmos estrangeiros, com destaque para o empório, um espaço inédito”, ressalta a diretora-executiva do Museu da Imigração, Alessandra Almeida.
Acessibilidade
Outra novidade da Festa do Imigrante está relacionada à possibilidade de os visitantes conferirem algumas atrações por meio da audiodescrição e da Língua Brasileira de Sinais (Libras). “Uma equipe dedicada cuida para que possamos oferecer acessibilidade plena”, destaca Alessandra Almeida.
“Temos o objetivo de promover igualdade de condições para o público, de modo que todos possam participar, por exemplo, conhecendo os figurinos e adereços. Isso deixa a apresentação mais rica para os deficientes visuais e auditivos”, explica Lívia Motta, audiodescritora e diretora da empresa Ver com Palavras.
Além desses serviços, os frequentadores com deficiência contarão com uma visita monitorada, através do trabalho de audiodescritores e intérpretes de Libras. A programação também estará disponível em braile. O trabalho exige uma preparação prévia, pois os profissionais precisam elaborar roteiros e receber informações sobre as comunidades.
São cerca de dez pessoas diretamente envolvidas nos assuntos ligados à acessibilidade. “A iniciativa do museu é maravilhosa, principalmente em uma iniciativa que lida com a diversidade. É um estímulo para que outros espaços culturais se preocupem com essas questões”, acrescenta Lívia Motta.
Preparativos
A expectativa da gestão do Museu da Imigração, vinculado à Secretaria da Cultura do Estado, é da presença de cerca de 25 mil pessoas, ao todo, nos três dias de festa. Segundo a diretora-executiva Alessandra Almeida, os preparativos para organizar o evento levam quase um ano, o que representa uma grande responsabilidade. “Fazer a festa em um complexo histórico é muito gratificante. Nosso desafio consiste em trazer a harmonia para os grupos”, enfatiza.
Os ingressos para a 23ª Festa do Imigrante custam R$ 10 e as bilheterias ficam abertas entre 10h e 17h.