Fernando Henrique e Alckmin encerram 12ª Reunião Internacional sobre Saúde dos Alimentos

Analisar as dificuldades, desafios e regulamentos, e as consequências do comércio de alimentos sobre a saúde pública. Esse foi um dos objetivos da XII Reunião Interamericana sobre Saúde e Agricultura encerrada nesta sexta-feira, dia 4, com as presenças do presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Geraldo Alckmin. Esta é a primeira vez que o encontro, promovido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), foi realizado fora de Washington, capital dos Estados Unidos, e com a presença de todos os ministros de Agricultura e Saúde dos países americanos.

Durante o fórum, foi aprovada a proposta brasileira de inclusão de países do Cone Sul no acordo que trata da inocuidade dos alimentos para evitar o risco de transmissão de doenças aos consumidores. A ampliação do acordo, antes observado apenas pelo Brasil e Argentina, foi saudada pelo presidente Fernando Henrique. ‘Essa medida concorrerá para a harmonização e reforço das regras de proteção de alimentos em todos os países das Américas’, disse.

Ao falar sobre a importância do encontro sediado em São Paulo, Fernando Henrique reafirmou o compromisso do Brasil com a cooperação interamericana em temas de interesse para a economia da região e para o bem-estar das populações. O presidente destacou ainda a escolha do Brasil para sediar a primeira reunião fora dos Estados Unidos e a presença maciça dos ministros latino-americanos. ‘Isso corrobora a reconhecida interdependência entre a saúde animal e políticas de saúde pública’, afirmou.

O governador Geraldo Alckmin disse que sua alegria se somava à de todos os paulistas por acolher um fórum com temas fundamentais à saúde das pessoas. ‘Sendo eu médico, fico muito satisfeito em ver que agora um propósito comum une ministros da agricultura e da saúde para estabelecer uma saudável parceria continental’, observou. Em relação à posição de São Paulo no mercado de exportação, Alckmin lembrou que o ‘agronegócio representa 37% do PIB paulista e que 60% das exportações nacionais de carne bovina in natura sai do nosso Estado’.

Reafirmando as palavras do governador, o secretário de Agricultura, João Carlos Meirelles, disse que em relação à carne industrializada o índice de exportação é de 67% do total comercializado pelo Brasil. ‘Aqui em São Paulo está concentrado o maior número de frigoríficos e indústrias transformadoras, especialmente as de carnes enlatadas e cozidas.

Meirelles comemorou a aprovação da proposta para proteção dos alimentos. ‘Finalmente, teremos o início de um trabalho extremamente organizado junto a terceiros mercados. Com isso, vamos parar de servir a disputa comercial entre os nossos países e vender carne do Mercosul em novos mercados. Não precisamos mais disputar espaço onde já estamos colocados’, disse.

Meirelles explicou que a supervisão do cumprimento do acordo de inocuidade de alimentos será realizada pela Panaftosa – Plano de Ação do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa. Segundo ele, serão feitas auditorias permanentes pelos técnicos da organização que estarão verificando o sistema de vacinação e, sobretudo, o do aparato de vigilância e de controle usado em cada país. ‘É como um banco que precisa apresentar seu balanço à opinião pública. Mesmo sendo um banco confiável, pode ter sua contabilidade com visões deformadas, ocasião em que necessita de críticas de um auditor independente’, exemplificou.