Começou na sexta-feira, 12, com a presença do secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, a segunda edição da “Nossas Mãos – Feira do Artesanato Brasileiro”, promovida pelo Governo do Estado de São Paulo por meio da Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades). A feira ficará aberta até 21 de dezembro, no prédio da Fundação Bienal de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, e reúne o melhor do artesanato de 19 estados brasileiros. Cerca de 800 artesãos expõem seus trabalhos e têm, assim, uma grande oportunidade de comercializar suas produções.
A organização da Feira espera receber 120 mil visitantes. O objetivo é incentivar a venda de produtos nacionais nos dias que antecedem ao Natal, possibilitando assim que os artesãos brasileiros concorram com os produtores estrangeiros. Para o consumidor é uma boa opção de compra e oportunidade de conhecer artigos únicos, confeccionados manualmente, de diversas partes do País. Há peças diferenciadas para todos os gostos e bolsos. Os preços variam de um real a três mil reais. “Aqui você tem arte feita com carinho, por mãos brasileiras, a preço acessível”, afirma o Secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos.
No Brasil o artesanato responde por 8,5 milhões de empregos e movimenta mais de R$ 28 bilhões por ano. Nesta edição da “Nossas Mãos” as vendas são feitas no varejo e no atacado. Siria Mota, 39 anos, representante de Roraima, apresenta produtos feitos por índios Macuxi, Wai-Wai, Tauperang, Ingaricó, Yanomami, Xirixana, Auaris e Yekuanas, que transformam palha em produtos ricos em mistérios e lendas.
Há produtos como o capim dourado do Jalapão, no Tocantins; a cerâmica e artesanato figurativo, de Pernambuco; rendas e bordados do Nordeste; artesanato indígena da Amazônia e Centro-Oeste; carrancas e cerâmica do Vale do Jequitinhonha; Santeiros de várias regiões; e o artesanato ligado à tradição folclórica, aos costumes e à cultura de vários estados.
Marli Rocha, 48 anos, paulista, há 11 anos é artesã e iniciou a arte com capim dourado em Palmas, no Tocantins. “Eu tinha cinco reais no bolso, comprei um pouquinho do capim e assim tudo começou”. Hoje ela possui um site de vendas que atende até o exterior.
A “Nossas Mãos – Feira do Artesanato Brasileiro”, é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo e tem apoio do Banco Nossa Caixa.
Sutaco
São Paulo é o Estado brasileiro onde se concentra o artesanato de todas as regiões do Brasil, bem como expressões culturais únicas, fruto da tradição e da miscigenação. São milhares de artesãos que, trabalhando individualmente, em grupos familiares ou em associações e cooperativas, têm a atividade artesanal como principal ou única fonte de renda. Como aliado desse contingente de pessoas, auxiliando na comercialização de seus produtos e no seu reconhecimento profissional, a Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), autarquia vinculada à Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, busca fortalecer a atividade artesanal oferecendo oportunidades de geração de emprego e renda aos artesãos.
A Sutaco leva para a “Nossas Mãos” o artesanato de todas as partes do Estado de São Paulo – Região Metropolitana, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Litoral e Interior. Da Região Metropolitana estão presentes peças representativas do trabalho de amassar o barro; entalhar a madeira; fiar, tecer e trançar fibras; forjar, soldar e fundir metais; reaproveitar materiais recicláveis para confecção de objetos utilitários e decorativos.
Do Vale do Paraíba, destaque para as figuras de cerâmica e barro modeladas e pintadas – que retratam cenas do cotidiano doméstico e rural -, conjuntos folclóricos e imagens sacras. O Vale do Ribeira nos dá o exemplo da preocupação com o meio ambiente, com o aproveitamento da fibra da bananeira e da utilização do pati e da brejaúva, plantas típicas da região, que permitem a confecção de peças utilitárias e decorativas. De lá também estão presentes peças de cerâmica de Apiaí e Bom Sucesso de Itararé, as panelas pretas e as figuras típicas de Iguape. Do litoral, a riqueza de matérias-primas naturais como fibras vegetais do bambu, cipós, taboa, bananeira, juncos, madeiras e argilas da região se faz presente nos produtos que retratam a fauna marinha e silvestre e as atividades econômicas e culturais do caiçara, dos migrantes e imigrantes que se integraram num forte processo de miscigenação. Em destaque a cerâmica da Cooperartess, que resgata o trabalho da ceramista Adélia Barsoti. De outras regiões do Estado tem-se a variedade artesanal com produtos oriundos de núcleos de produção que estão relacionados, em grande parte, à obtenção de matérias-primas típicas de cada região.
Serviço
“Nossas Mãos – Feira do Artesanato Brasileiro”
De 12 a 21 de dezembro de 2008 (de 2ª a 6ª das 13 às 22 horas e aos sábados e domingos das 10 às 22 horas)
Fundação Bienal de São Paulo
Parque do Ibirapuera – Portão 3 – São Paulo-SP
Entrada: R$ 8,00. Estudantes com carteirinha pagam R$ 4,00. A entrada é grátis para pessoas com 60 anos ou mais, crianças com até 14 anos e funcionários públicos estaduais mediante comprovação.
Estacionamento: Zona Azul
Da Sutaco
